Avaliação mundial dos recursos florestais coloca o Brasil no topo do ranking dos países que mais perderam área verde entre 1999 e 2010.
A atividade humana é uma das principais responsáveis pelo desmatamento. O mau uso de recursos naturais, a poluição e a expansão urbana são algumas das ações que contribuem para esta degradação da área coberta por florestas. Segundo a organização ambientalista WWF Brasil, a perda da biodiversidade e a modificação do clima mundial estão entre os principais impactos causados por ela.
Uma das maiores vítimas deste
processo no Brasil é a Mata Atlântica. De acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, restam apenas 7% do território original deste bioma no país. O Global
Forest Resources Assessments é um indicador da Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), responsável
por monitorar a cobertura de florestas por países. Os dados mais recentes são
de 2010 (o relatório é feito a cada cinco anos), segundo o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente. Entre 1999 e 2010, o índice coloca o Brasil como
campeão de perda de área verde no mundo.
1.
Brasil
O país foi o que mais perdeu em
hectares de área verde por ano, no período de 11 anos. Ao todo, foram 55,3
milhões de hectares perdidos. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inep) monitora o desmatamento no Brasil com a ajuda de organizações não-governamentais,
como o Instituto do Homem e do Meio Ambiente na Amazônia (Imazon). Um acordo
firmado em 2008 entre o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) busca promover a
realização do Programa de Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros
por Satélite. A iniciativa tem o apoio do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud). Antes disso, o único bioma que possuía dados oficiais
de observação dos desmatamentos no país era a Amazônia, iniciado em 1988.
2.
Indonésia
Com a perda de 24,1 milhões de
hectares de área verde entre 1990 e 2010, a Indonésia aparece em segundo lugar
no ranking. Segundo o Greenpeace, o país vai permitir a destruição de amplas
áreas selvagens, em Kalimantan, na ilha de Bornéu, com a intenção de extrair
mais carvão. Uma das causas para esta taxa fenomenal na Indonésia é a demanda
global por celulose e óleo de palma, indica o Greenpeace. Outra causa para a
alta taxa de desmatamento na Indonésia é a extração ilegal de madeira. Cerca de
80% da produção de madeira na Indonésia resulta de atividade ilegal.
3.
Nigéria
Exploração madeireira ilegal,
agricultura de subsistência e extração de lenha são apontadas como principais
causas de desmatamento no país do oeste africano. Entre 1990 e 2010, a Nigéria
perdeu 8,1 milhões de hectares de área verde por ano. Especialistas afirmam
ainda que o problema está relacionado à exploração de petróleo, construção de
estradas, corte de árvores para uso agrícola e à urbanização de modo geral. A
migração de espécies animais de seu habitat natural, a erosão e a fome devido à
baixa produção de alimentos em função da redução da quantidade de nutrientes no
solo são vistos como efeitos negativos desse processo.
4.
Tanzânia
A extração de madeira ilegal e
insustentável também é considerada uma das principais causas para o
desmatamento na Tanzânia. Nos últimos 11 anos, o país perdeu 8,06 milhões de
hectares de área verde. O desenvolvimento sustentável no país é comprometido por
problemas em terra e no mar. Áreas desmatadas não proporcionam um lar à vida
selvagem e levam à perda de biodiversidade. O crime da extração de madeira
custa à Tanzânia milhões de dólares por ano. As atividades econômicas e
demandas por vários produtos florestais incluindo lenha também contribuem para
isso.
5.
Mianmar
Em quinto lugar no ranking mundial dos países que
mais perderam recursos florestais, Mianmar aparece com um total de 7,4 milhões
de hectares perdidos nos últimos 11 anos. Para restaurar a cobertura florestal
do país, o estabelecimento de plantios florestais tem sido visto como principal
remédio, segundo a FAO. Apesar do avanço no desmatamento, Mianmar é considerado
um país rico em recursos naturais, renováveis e não-renováveis. A
preocupação ambiental tem aumentado no país desde que a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
levantou questões sobre a proteção e a conservação dos recursos florestais.
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Data 11.05.2013
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Autoria Magali Moser
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Edição Francis França
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