22 de dezembro de 2012

IBAMA cede e aviação agrícola ameaça abelhas

Árvores nativas como a da foto acima atraem abelhas. As derivas
de agrotóxicos aplicados via aérea atingem as espécies vegetais em
floração nos entornos das lavouras. As abelhas são importantes
polinizadoras de espécies vegetais nativas e cultivadas.


    Por Darci Bergmann

   Em 19 de julho de 2012, o Diário Oficial da União, publicou ato do IBAMA, proibindo aplicações aéreas de agrotóxicos contendo os princípios ativos  Imidacloprid, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil.  A medida causou reação do setor da aviação agrícola e dos grandes produtores do agronegócio. Alegaram que as lavouras ficariam desprotegidas caso a medida vigorasse. Chegou a ser citado que estudos teriam revelado que as abelhas não se deslocam a mais de 250 m das suas colmeias em busca de néctar e pólen.

   Pressionado, principalmente pelo setor da aviação agrícola que perderia receita, o IBAMA voltou atrás. Em conjunto com o MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento**, publicou nova regulamentação, permitindo aplicações aéreas dos agrotóxicos citados. O ato coloca uma série de restrições, tais como limite do número de aplicações, proibição de uso em época de floração das culturas, altura de vôo das aeronaves não podendo ultrapassar os 4 m e outras mais.
  A leitura que pode ser feita é a seguinte. O IBAMA se rendeu ao bombardeio da aviação agrícola. Agora, as abelhas estão ainda mais ameaçadas, incluídas as espécies nativas. Portarias e normas dificilmente são cumpridas nas condições das imensas culturas de exportação como a soja, por exemplo. Quem realmente vai fiscalizar os serviços aéreos a campo?
   Há que se considerar ainda que nas aplicações aéreas executadas dentro das condições normais, existe o deslocamento de parte dos agrotóxicos para a as áreas no entorno das lavouras. É a deriva. Estudos da EMBRAPA mostram que até um quarto do agrotóxico pulverizado via aérea é perdido e se desloca para o ambiente, mesmo em condições ‘seguras’ de aplicação. Nisso reside um dos fatores de risco às abelhas. A cultura a ser pulverizada pode não estar em floração, mas outras espécies de plantas no entorno sim.
  Não há como negar. Pulverizações aéreas de agrotóxicos são mais impactantes ao meio ambiente. 


Abelha em espinilho (Vachellia caven)*

Espécies vegetais arbóreas e  herbáceas de pequeno porte são
comuns nas proximidades das lavouras. que são pulverizadas
com agrotóxicos.  
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Será que todas as empresas de aviação agrícola tem responsabilidade ambiental?



19 de dezembro de 2012

Como proceder em casos de intoxicação

   Veja a seguir algumas dicas valiosas

Tenha sempre à mão o disque - intoxicação, disponível para todo o Brasil:



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O governo do Rio Grande do Sul, com apoio de várias instituições, lançou um Manual de Prevenção de Intoxicação. Confira e divulgue.
















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MAIS INFORMAÇÕES






MEDICAMENTOS



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AGROTÓXICOS 
Talvez um dia eles sejam dispensados na maioria das culturas. Caso sejam utilizados, a EMATER - RS faz as seguintes recomendações:

















10 de dezembro de 2012

Árvore centenária foi comprada para continuar viva.




A mesma árvore em foto de 21-02-2013,
com floração reduzida. Dois anos antes
foram suprimidos ramos volumosos nas
proximidades do prédio ao lado.


Por Darci Bergmann

   Alguém seria capaz de comprar uma árvore em terreno que não lhe pertence só para preservá-la?

   Pois foi o que ocorreu comigo. Voltemos um pouco no tempo. Em fins da década de 1970, algumas árvores centenárias da cidade de São Borja foram derrubadas e transformadas em tábuas e lenha. Eram árvores nativas e um dos motivos alegados era o conflito com a rede elétrica de alta tensão. Pessoas ávidas por madeira e lucro fácil escolhiam árvores frondosas localizadas próximas às redes elétricas. Alguns proprietários, temerosos de sofrerem penalizações em casos de acidentes, vendiam tais árvores. A lei municipal ainda não estabelecia restrições de corte em terrenos particulares e a necessidade de laudos técnicos para comprovação de riscos à segurança pública.
  Um dos compradores e cortadores de árvores urbanas escolheu mal a sua última presa. A árvore que seria derrubada é uma canafístula, nome botânico Peltophorum dubium. O argumento utilizado pelo arboricida era o fato de que, por debaixo da enorme copada, cruzava a rede elétrica. Aquela árvore frondosa, rente ao passeio público, num terreno ao lado daquele que eu alugava, era a preferida para as rodas de mate, devido à  boa sombra nos dias quentes de verão. Quando chegava dezembro, iniciava a intensa floração amarela que se estendia até março ou abril. Um espetáculo deslumbrante da natureza.  Sem que eu soubesse, a senhora idosa e proprietária do terreno vendeu a canafístula. Mais tarde, alegou-me que tomara tal decisão por medo de ser multada pela concessionária de energia elétrica, alertada que fora pelo comprador da árvore.
  O dia era da árvore, não do cortador.
 Era por volta das duas da tarde. Saí com minhas tralhas de topografia, ainda no tempo do teodolito, da trena e das balizas, para demarcação de uma área de campo. A poucos quilômetros da cidade, deparei-me com a falta de alguns equipamentos e dei volta. Ao retornar à minha empresa, percebi algo estranho na canafístula do terreno ao lado. Uma escada junto ao tronco, serra, um machado, cordas e, lá no alto da copa, um sujeito cortando galhos grossos com serrote de mão. Indagado sobre o que fazia, respondeu-me que comprara a árvore e iria derrubá-la. Primeiro tiraria os galhos e depois derrubaria o tronco. Argumentei que a operação era de risco e que ele descesse da árvore, com o que ele não concordou. Disse-lhe que eu iria acionar a Brigada Militar. O sujeito, enfurecido, desceu da árvore, deu de mão no machado e, ameaçando agressão, aos berros disse que ninguém o impediria de cortar o que era seu. Diante da agressão iminente, muni-me das balizas de ferro e não arredei pé, esperando o agressor. Em volta, dezenas de pessoas acompanhavam o desenrolar dos fatos, temendo uma peleia. Acuado e vendo que eu não demonstrara medo, o cortador de árvores propôs um acordo. Queria me vender a canafístula ao dobro do que pagou, alegando prejuízos e serviços de terceiros já acertados. Diante do impasse criado e até porque eu tinha pressa, aceitei a proposta. Comprei a árvore com recibo passado, perdido numa dessas caixas de badulaques. Assumi perante a senhora proprietária do terreno a responsabilidade por eventuais situações de risco.
Mais tarde, na condição de vereador, a canafístula e outras cinco árvores de grande porte, foram declaradas imunes de corte.
  O episódio acima circulou de boca em boca e afastou por um bom tempo os cortadores de árvores urbanas.
   Conhecedor do fato, José Celso Aquino Marques*, em 26 de março de 2009, assim se expressou:
 Décadas de atuação de Darci Bergmann na defesa do interesse público são a prova mais cabal e veemente dos elevadíssimos princípios éticos que norteiam a sua conduta. Um fato pitoresco ocorrido lá por 1980 é uma pequena amostra desse desprendimento. Darci Bergmann alugava um terreno nas esquinas das ruas Aparício Mariense com a Gal. Canabarro, em São Borja. Num terreno ao lado, localiza-se uma árvore centenária da espécie canafístula. A proprietária do terreno vendeu a árvore para determinada pessoa que a transformaria em madeira de construção. Quando o comprador se preparava para derrubar tal árvore, Darci vinha chegando ao local e interferiu para que ela não fosse derrubada. Foi ameaçado de agressão, mas diante de inúmeras pessoas que estavam à volta, o comprador desistiu e propos ao Darci que lhe comprasse então tal árvore para livrá-lo do prejuízo. Darci Bergmann então, com anuência da proprietária que lhe passou um recibo, comprou uma árvore em propriedade alheia para que fosse preservada. Hoje ela está declarada imune de corte por lei municipal elaborada pelo próprio Darci Bergmann quando foi vereador

* José Celso Aquino Marques, professor aposentado da UFRGS, ex-presidente da AGAPAN

9 de dezembro de 2012

O melhor dos limões

O limão-cravo* é rico em vitamina C e auxilia no tratamento
do diabetes, por ser hipoglicemiante.
Por Darci Bergmann


  Algumas frutas se destacam pelas qualidades nutricionais e terapêuticas. Uma delas é a espécie conhecida como limão-cravo, nome botânico Citrus limonia. Rico em vitamina C, o limão-cravo possui também propriedades hipoglicemiantes, o que auxilia no tratamento contra o diabetes. Sendo assim, já é recomendado por muitos médicos. 
  A planta é rústica, e quando carregada de frutos maduros, apresenta um belo visual.
   O suco do limão-cravo substitui com vantagens o vinagre como tempero. Fornece muitos nutrientes importantes que o vinagre não tem. 
 Outro aspecto relevante de se utilizar o limão-cravo em substituição ao vinagre é a questão dos resíduos. As sobras do limão espremido decompõem-se com facilidade, podendo ser usadas na compostagem da parte orgânica do lixo. Já no caso do vinagre, as embalagens precisam uma destinação correta: a reciclagem a custos maiores. Os recipientes de vinagre jogados no ambiente causam sérios transtornos e são encontrados junto a outros resíduos sólidos nas periferias das cidades e terrenos baldios. 
  Pode parecer pouco. Mas são atitudes simples, como esta de utilizar o limão-cravo em substituição ao vinagre, que podem fazer a diferença se queremos de fato mais saúde para nós e para o Planeta.
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Mais sobre limão:
* Nota do Blog:: 1) Outros nomes populares: limão-rosa, limão-vinagre, limão-francês, limão-cavalo. 
2) Recomenda-se tomar o suco de limão imediatamente após ser espremida a fruta, pois a vitamina C   volatiliza com a temperatura ambiente.

3) Embora o limão tahiti seja o mais utilizado em bares e restaurantes, ele não teria as qualidades nutritivas e terapêuticas do limão-cravo.  

4) No site da Dra. Mariana Ferri D' Ávila, tem as seguintes informações:

Benefícios 
do Limão


“Essa fruta, tão comum no Brasil, não pode
faltar no nosso cardápio diário.”
Isso se deve pelo fato de ser um excelente
aliado da saúde, ajudando da prevenção e
tratamento de inúmeras doenças e melhorando
a qualidade física.
Quais benefícios podem ser associados ao consumo diário do limão?
• Existe um princípio ativo chamado d-limoneno (presente na casca), que ajuda a
combater a ansiedade, depressão, excesso de colesterol LDL (ruim), auxilia no controle
de ácido úrico e até mesmo previne o câncer.
• A fruta é rica em vitamina C, tiamina, riboflavina, fósforo, silício, cálcio e ferro. Todos
esses nutrientes desempenham papéis fundamentais para o organismo se manter
saudável.
• Outro benefício da fruta é para o sistema imunológico, que fica mais ativo contra
agentes nocivos. Sendo assim, esse alimento é poderoso para prevenção de gripes e
outras doenças virais.
• Para quem teme o ganho de gordura, o limão ajuda no emagrecimento (perda de
gordura) sem estimular o catabolismo (perda de massa muscular).
• Para aqueles praticantes de atividade física e atletas, estudos indicam que 1 copo de
limão com água pela manhã melhora a performance e a qualidade corporal.
• Nutrientes presentes no limão ajudam na prevenção de diabetes e hipertensão arterial,
 Fonte: http://www.marianaferridavila.com.br/dicas_pdf/beneficios-do-limao.pdf



25 de novembro de 2012

As construções avançam e as árvores sucumbem

A foto do Google mostra um exemplar de guapuruvu com mais
de 30 metros de diâmetro de copada, em pleno centro da cidade de
São Borja. Era uma referencia. Veja abaixo o que fizeram com a árvore. 


Com mais de um metro de diâmetro, o tronco do guapuruvu
imponente sustentava uma copa de flores amarelas nas
primaveras de São Borja.


Por Darci Bergmann
    Os lotes urbanos bem arborizados de São Borja estão se tornando raros. Fato comum em muitas outras cidades brasileiras. As construções geram conflitos com as grandes árvores, algumas centenárias. Na briga por espaço, as árvores saem perdendo. Nem a legislação consegue frear o ímpeto imobiliário que devasta o verde urbano. A legislação que protege é a mesma que pode legitimar o corte de árvores, dependendo de como a lei é interpretada. 
   Uma alegação frequente é que a construção civil gera emprego e renda e as árvores não deveriam atrapalhar essa possibilidade. Apesar dos avanços na legislação ambiental, a sociedade em geral ainda tem uma visão de progresso que não inclui os serviços ambientais proporcionados pelas árvores urbanas. Talvez, por isso, a remoção de grandes árvores seja ainda aceita pela maioria das pessoas. E o pior, no caso de algumas cidades, é que os gestores públicos não se preocupam em compensar as perdas das áreas verdes particulares com a implantação de espaços públicos arborizados. O desconforto das altas temperaturas nas áreas densamente edificadas talvez deflagre uma revisão de conceitos. Muitas vezes, um bem só é valorizado quando já o perdemos. Foi assim com as matas e os bichos das nossas infâncias. Talvez seja assim com as últimas árvores de grande porte das nossas cidades.     Nessa época de escancarada fanfarra com dinheiro público, bem que a sociedade poderia cobrar dos gestores municipais maior empenho na preservação das nossas árvores e na implantação de mais áreas verdes.   

16 de novembro de 2012

Corredor ecológico atrai visitantes





Por  Darci Bergmann
A ideia de implantar um túnel verde ao longo de um trecho de estrada secundária tornou-se realidade  mais de vinte anos depois de persistente trabalho. No início foram semeadas dezenas de quilos de goiabas em meio às macegas. Depois foi a vez de sementes de cinamomos, angicos, aroeiras e outras mais. Aos poucos as mudas foram aparecendo. Os contratempos sempre foram as queimadas, dezenas delas causadas por baganas de cigarro e mesmo  aquelas criminosas, intencionais. Muitas vezes combati as chamas sem ajuda de ninguém, especialmente nos finais de semana. O esforço foi recompensado e o túnel enfim se formou. Na verdade é um corredor ecológico entre a sede da Fepagro Cereais e o Sítio Itaperaju. 

Na diversidade de espécies, sabiás, bem-te-vis e outras aves deixaram sementes no trajeto. Outras espécies arbustivas e arbóreas também ali apareceram trazidas pelos ventos. Hoje, até os bugios já frequentam o local, passando de um lado a outro do corredor, através das copas das árvores. Os bugios enriquecem o ambiente com sementes de árvores trazidas do Sítio Itaperaju.
O local também é monitorado pela PATRAM - Patrulha Ambiental, pois ali próximo, muitos animais silvestres apreendidos dos contraventores são postos em liberdade. 

O corredor ecológico já é motivo de visitas das pessoas que ficam encantadas com as evoluções dos bugios e a presença de muitas aves.

15 de novembro de 2012

O mensalão do campo


Por Darci Bergmann


   Já escrevi e volto a dizer: a degradação ambiental na Floresta Amazônica e em outros biomas brasileiros também tem a ver com a desastrada e bilionária política de assentamentos promovida pelo INCRA. 
   Tudo começa pela falta de critérios na escolha dos assentados. Houve época em que bastava alguém freqüentar, de vez em quando, uma barraca de lona de um acampamento qualquer e se autodenominar 'sem-terra'. Já era candidato a receber um lote bancado com dinheiro público. Depois, recebia auxílio disso e daquilo. Nos municípios que declararam 'estado de emergência' em função da estiagem deste ano de 2012, cada família de assentado teria recebido muito mais dinheiro, como auxílio, do que o agricultor familiar tradicional. 
   Na esteira do desmatamento e de assentamentos mal feitos existem muitas distorções que deveriam ser investigadas a fundo. Há quem diga que o mensalão de Brasília é café pequeno diante do que vem ocorrendo nos rincões brasileiros. Seriam mensalinhos dispersos que, no conjunto da obra, viram um mensalão do campo. Neste, também existiria uma troca de favores entre certos políticos, movimentos de 'sem-terra' e os assentados. Nessa troca, haveria o compromisso eleitoral de apoiar políticos que sustentam a bandeira dos assentamentos, sempre com o slogan de 'produzir alimento e ocupar terras improdutivas'. Confidenciou-me alguém que os assentados deveriam contribuir financeiramente com a causa dos movimentos. Ou seja, parte do dinheiro que sai dos cofres públicos realimentaria a cadeia sem fim de novos contingentes de ‘sem-terra’.
   Esse discurso de 'produzir alimento e ocupar terras improdutivas' seduziu muitas pessoas em outras épocas. Confesso que até já tive outra opinião a respeito da 'reforma agrária'. Era aquela maneira de ver a luta do agricultor tradicional para se manter no campo. Havia ainda a questão dos atingidos por barragens. Nesse caso, de fato, muitos perderam as suas terras e nem sempre as indenizações foram justas. Mas essa visão romântica daquelas lutas justas foi distorcida ao longo do tempo. Vou ser franco, direto: virou negociata em muitos casos. A tal ponto que nem terras públicas destinadas ao ensino e à pesquisa são poupadas. E mais, qualquer propriedade que deixe uma parte dela em período de repouso para recomposição da vida do solo, já pode ser taxada de ‘improdutiva’.
   O mensalão do campo, sob alguns aspectos, ainda é pior que o de Brasília. Está contribuindo para liquidar de vez com a maior Floresta Tropical do Planeta. O Ministério Público Federal já levantou a questão.  Talvez esteja por surgir o segundo capítulo da obra Mensalões do Brasil .
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Mais sobre o tema:
 Na matéria abaixo, extraída de  O ECO, está a informação: "Recentemente, o Ministério Público Federal entrou com ação na Justiça em 6 estados da Amazônia Legal exigindo que o Incra cumpra o licenciamento ambiental dos 2.163 projetos de assentamento na região"

Desmatamento na Amazônia Legal aumenta 377% em outubro


Desmatamento de agosto de 2011 a outubro de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD)

Em outubro, o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 377% sobre o mesmo mês em 2011, segundo o relatório divulgado hoje (14) pelo Imazon. Esse ano, o total do corte raso foi de 487 quilômetros quadrados contra 163,3 em outubro de 2011.

A mesma tendência aparece quando comparamos 3 meses, de agosto a outubro. Em 2012, o total desmatado a corte raso foi de 1.151,6 quilômetros quadrados contra 511 no mesmo período em 2011. Embora menos chocante que o número de outubro, isso significa um aumento de 125%.

O Pará manteve a liderança como o estado que mais desmatou. Pouco mais de um terço (36%) do desmate em outubro aconteceu no estado. Mato Grosso vem em seguida com 30%, seguido do estado do Amazonas (17%) e Rondônia (12%).


                               
Cobertura de núvens em 2011 e 2012. Clique para ampliar.

O relatório do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) do Imazon diz que esse ano a pequena cobertura de nuvens melhorou a visibilidade. Em outubro de 2012, ela foi de 83%, enquanto em outubro de 2011 não passou de 51%. Quanto maior o número, melhor a visibilidade. A razão da melhora esse ano foi a seca mais intensa.

Essa diferença pode significar que o número de outubro/11 foi distorcido para baixo. Consultado, o Imazon disse que não acredita nessa hipótese, mas que ainda pode retificar os resultados.

Quem desmatou


Categoria
Outubro de 2012
km2
%
Assentamento de Reforma Agrária
111
23
Unidades de Conservação
58
12
Terras Indígenas
17
3
Privadas, Posse & Devolutas
301
62
Total (km²)
139,5
100




O relatório também classifica os locais de desmatamento de acordo com o tipo de propriedade.  A maior parte do corte raso (62%) foi verificada em áreas privadas e 23% ocorreu em assentamentos de reforma agrária. Recentemente, o Ministério Público Federal entrou com ação na Justiça em 6 estados da Amazônia Legal exigindo que o Incra cumpra o licenciamento ambiental dos 2.163 projetos de assentamento na região..

Quase todo restante do desmatamento, 12%, ocorreu em Unidades de Conservação. Em outubro, elas perderam 58 km² de floresta.

O SAD é um sistema independente de monitoramento do Imazon. Os alertas mensais de desmatamentos usados pelo governo são dados pelo Sistema Deter. Os números do Deter para o mês de Outubro ainda não foram publicados

8 de novembro de 2012

Lavar as mãos ainda é a melhor prevenção


Por Darci Bergmann

      Dito por um médico. Saúde básica não se faz só com alta tecnologia. Com atitudes simples, pouco dispêndio financeiro e alguma boa vontade, a saúde de todos nós pode melhorar bastante.


   Uma boa dose de higiene sempre faz bem. Lavar as mãos talvez seja uma das melhores práticas. Mas ainda tem gente metida a grã-fina que vai ao banheiro e esquece de lavar as mãos.  Outra recomendação é lavar bem as frutas e verduras e há muitos motivos. Um deles é remover o ‘excesso’ de agrotóxicos. Esses produtos químicos não se originam só das lavouras. Podem ser aplicados nos depósitos. Fungicidas, por exemplo, para controlar mofos.  Ou nos mercados para controlar insetos, entre eles baratas e formigas. Nesses ambientes também podem ocorrer ratos e camundongos. Aí o perigo está na urina. Ela pode estar contaminada com o bacilo da leptospirose* e tem perigo potencial de atingir a casca das frutas e mesmo embalagens de outros alimentos.     
    Se a pessoa desejar comer uma fruta em ambiente sem água próxima, alguns cuidados podem diminuir os riscos de contaminação. Tome-se o caso das bananas. Evite descascar a fruta completamente e depois colocar a mão na polpa. Isto pode contaminá-la. Descasque uma parte e, com a casca fazendo proteção internamente, a fruta pode ser comida sem contaminar a polpa.
    Objetos de crianças que caem no chão. Mães desatentas juntam objetos do chão, esfregam nas roupas e os colocam na boca dos bebes. Isto pode provocar problemas intestinais.
   Animais de estimação. Também é freqüente a cena de crianças que andam na rua com seus cães e gatos. Esses botam a fuça em vários locais contaminados. Pisam sobre áreas escarradas por pessoas e às vezes se rolam no chão, contaminando o pelo com milhões de coliformes fecais e ovos de vermes.  Crianças e até adultos abraçam esses animais, pegam nas patas e depois põem os dedos na boca ou nos alimentos, o que pode provocar distúrbios intestinais.
    Sem exagero, um pouco de higiene faz bem. 
*Mais sobre leptospirose: acesse leptospirose:  
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Veja a seguir as recomendações da FIOCRUZ:

Lavar as mãos: a melhor maneira de prevenir o desenvolvimento de infecções

Isis Breves


É na infância que aprendemos que devemos lavar as mãos sempre antes das refeições. Esse ato de cuidado e higiene é a maior arma para o controle de infecção hospitalar.Lavando as mãos e salvando vidas é o slogan da campanha promovida pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) da Fiocruz que procura integrar usuários, familiares e profissionais de saúde para evitar o crescimento de microorganismos responsáveis pelo desenvolvimento de infecções hospitalares. A CCIH está distribuindo um folder com instruções de como lavar corretamente as mãos.









Entre outras informações sobre o tema, o folder do Ipec mostra como proceder para higienizar as mãos

“O paciente internado está mais vulnerável às infecções devido ao seu estado debilitado. A lavagem de mãos corta a cadeia de transmissão de agentes microbianos. É extremamente importante, por exemplo, que um profissional de saúde, ao assistir um paciente, lave as mãos para em seguida atender outro usuário. Assim, evita a contaminação cruzada”, explica a médica infectologista, pesquisadora e professora em controle de infecção hospitalar do Ipec, Marisa Zenaide R. Gomes.

Segundo Marisa, lavar as mãos é um ato simples que impede os microorganismos de passarem de um lado para o outro. “Quando uma bactéria invade um organismo debilitado, causando as temíveis infecções hospitalares, pode até levar à morte do paciente, pois no Ipec lidamos com indivíduos com doenças infecciosas, como tuberculose e Aids. Por isso, sensibilizamos os profissionais de saúde, pacientes e familiares da importância desse cuidado”.

A médica ressalta ainda que uma infecção hospitalar é temida por causa da resistência bacteriana. “Essa resistência vem causando preocupações à sociedade científica. Ao lado da emergência de bactérias multirressistentes, as estafilococcias se apresentam como um dos problemas que atingem os hospitais na atualidade. Os médicos deparam-se com situações clínicas nas quais existem poucas alternativas terapêuticas. Tudo isso pela resistência aos antibióticos. A freqüência de infecções por agentes como o MRSA (Staphylococcus aureus, resistente a meticilina/oxacilina) tem sido reconhecida como um indicador de qualidade da assistência prestada, ou seja, níveis elevados desta infecção estão associados à não observância de medidas básicas de prevenção e controle de infecção hospitalar, entre elas a lavagem de mãos”, detalha Marisa.

A prevenção e o controle de infecções hospitalares causadas por cepas resistentes envolvem medidas básicas como a higienização das mãos antes e após o contato com os pacientes e superfícies hospitalares,  depois do contato com material biológico como sangue e líquidos corporais, antes e após o uso de luvas, antes e após qualquer procedimento invasivo, antes de se alimentar e após o uso do banheiro e, sempre que necessário para evitar a contaminação cruzada. “Eu reforço que lavar as mãos é uma medida de prevenção não só das infecções hospitalares, mas de qualquer infecção. Isso vale para qualquer pessoa. Lavar as mãos nas situações certas, de forma correta, evita que se pegue doenças como, por exemplo, a conjuntivite”, reforça a infectologista.
Quando lavar as mãos
· Ao chegar em casa
· Antes das refeições
· Após assoar o nariz
· Após manusear dinheiro
· Antes e após usar o banheiro
· Antes de preparar os alimentos
· Depois da limpeza da casa
Como lavar as mãos
· Molhar as mãos e com uma porção de sabão líquido, friccionar uma na outra
· Limpar as partes mais escondidas das mãos, entre os dedos, embaixo das unhas e entre as pregas das palmas das mãos
· Limpar o dorso e os pulsos também
· Enxaguar as mãos retirando totalmente o resíduo de sabão
· Enxugar bem as mãos com papel-toalha
· Fechar a torneira utilizando o papel-toalha

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Comportamentos que colocam
em risco a
saúde


Médicos passeando nas ruas com jalecos que deveriam ser de uso exclusivo nos hospitais.


FONTE

TV Cultura

Links referenciados

TV Cultura
www.tvcultura.com.br
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