31 de maio de 2014

Produção de mel com abelhas sem ferrão


Abelha jataí (Tetragonisca angustula)
Foto: Demeter, site Wikipédia

Com baixo custo e alta rentabilidade, a produção de mel de abelhas sem ferrão torna-se cada vez mais uma boa alternativa de renda aos agricultores familiares. Quem comprova é o José Nelson Nunes que desde criança lida com a abelha jataí e já faz uma década que passou a comercializar a produção.
Acesse:

Fontes: Jornal Agrosoft, 11-04-2014
Foto: Demeter, site Wikipédia

29 de maio de 2014

Brasil padrão Fifa


O artista se chama Paulo Ito, do Bairro de Pompéia, em São Paulo-SP


Por Darci Bergmann


Como gostaria que no Brasil fosse tudo no padrão Fifa. Eis que agora padrão Fifa é sinônimo de qualidade
Assim, não teríamos tantas cenas de violência. 
Não veríamos as televisões mostrando as pessoas amontoadas nos hospitais ou esperando meses e anos por uma cirurgia pelo SUS.

Não veríamos o trânsito caótico das cidades e as pessoas espremidas em trens e ônibus como se fosse gado em brete de curral.
Não teríamos tantas moradias em áreas de risco, como encostas de morros e margens de rios, que deveriam estar ocupadas pela vegetação protetora.  
No padrão Fifa, as nossas cidades  seriam mais limpas, com saneamento básico, reciclagem e destinação correta do lixo, mais áreas verdes e mais segurança.
No padrão Fifa, a educação seria uma das prioridades, começando com a remuneração adequada dos profissionais do ensino. Só para lembrar. Tem educadores que, trabalhando uma vida inteira, recebem menos do que alguns jogadores de futebol num único mês.
No padrão Fifa, os governos deveriam fornecer obras e serviços de qualidade. Para isso, toda a eficiência é necessária, eliminando-se o desperdício com propagandas e a utilização do poder para empregar amigos e correligionários. Nenhum turista estrangeiro entende porque um país com tantas mazelas tem um governo com trinta e nove ministérios.
Pelo que se percebe, o padrão Fifa no Brasil é focado apenas no evento Copa do Mundo. Nem as obras de mobilidade urbana e outras melhorias tão alardeadas como ganhos para a sociedade ficarão concluídas. Mas a claque palaciana recheia os noticiários com propaganda enganosa. Claro, com dinheiro dos nossos impostos. 
Padrão Fifa é só para os estádios. Para o povo brasileiro continua tudo padrão fifi. 
Vou torcer pela nossa seleção. Mas depois da Copa, vou torcer para que as coisas mudem neste País.
  



27 de maio de 2014

Berlinenses decidem manter parque na área do antigo aeroporto de Tempelhof

Referendo acaba com planos do governo de construir milhares de apartamentos e escritórios no local, que se transformou num popular espaço de lazer da capital alemã.




Os moradores de Berlim decidiram neste domingo (25/05), através de um referendo, o destino da grande área em que funcionava o aeroporto de Tempelhof. A grande maioria, 64,3% dos eleitores, votou a favor de que o local, onde hoje fica o maior parque público da cidade, seja mantido como está.

Os berlinenses tiveram que decidir sobre dois projetos de lei. O primeiro previa a preservação completa do parque, o Tempelhofer Feld (Campo de Tempelhof), e o outro, a aprovação de um projeto desenvolvido pelo Senado de Berlim para construir apartamentos, escritórios e uma biblioteca em 70 dos 300 hectares ao redor do antigo aeroporto.
A maioria dos moradores votou, portanto, contra qualquer tipo de construção na área, frustrando os planos do prefeito Klaus Wowereit (SPD). O político anunciou que buscará outro local para os empreendimentos. "O resultado do referendo sobre o Tempelhof é claro e temos de aceitá-lo", disse na noite de domingo.
O senador Michael Müller (SPD) chamou o resultado de uma amarga derrota. Ele lamentou a chance perdida de construir 4.700 apartamentos na área, que, segundo ele, também beneficiariam moradores de baixa renda.
Com base no valor de imóveis na região, calcula-se que os 300 hectares cobertos de grama do Tempelhofer Feld, cortados por duas pistas de asfalto, valham mais de um bilhão de euros.
O referendo ocorreu em paralelo às eleições europeias, o que não diminuiu o interesse da população. Em algumas zonas eleitorais, os moradores tiveram que esperar até uma hora, pois as células haviam acabado.
Projeto não aprovado previa prédios em cerca de um quarto da área total do parque



Local histórico
Após o fechamento do aeroporto, em 2008, o prédio principal foi transformado num local para feiras, shows e eventos. Em 2010, foi aberto o parque Tempelhofer Feld. Com seu vasto gramado no meio da cidade e quase nenhuma árvore, moradores encontram ali espaço para soltar pipa, tomar sol, praticar esportes e admirar o pôr do sol.
Muitos berlinenses se engajaram para manter o parque como ele está. Para Felix Herzog, que liderou a campanha de preservação, o resultado do referendo mostra que os habitantes não confiam no governo da cidade.
A vitória foi comemorada no parque na noite deste domingo, com rojões e uma legião de bicicletas tocando seus sinos. Os ativistas a favor da preservação argumentam que Berlim, com 3,4 milhões de habitantes, precisa de mais espaços abertos e que se trata de um local histórico.
Originalmente um campo de treinamento do Exército, o local funcionou como aeroporto a partir de 1923. O grande terminal de passageiros, em forma de arco, foi construído pelos nazistas em 1936 e seu futuro não foi discutido no referendo. O aeroporto também foi usado para abastecer a cidade com carvão e alimentos durante um bloqueio imposto a Berlim Ocidental pelos soviéticos, entre 1948 e 1949.
MAS/dpa/afp

  • Data 26.05.2014
  • Edição Luisa Frey
Fonte: DW-DE

16 de maio de 2014

Menos florestas, menos água

Por Darci Bergmann


  Em teoria, a maior parte das pessoas sabe que as florestas são importantes na preservação dos mananciais hídricos. Na prática, árvores e florestas inteiras são removidas ante a expansão crescente das cidades e da agricultura. Conciliar essas questões tem sido difícil. Uma das razões é que a população humana cresce desordenadamente.
    O crescimento demográfico exige mais espaço físico para moradias, produção de alimentos, bens de consumo e muita água. As crises da falta de água, que antes pareciam distantes e restritas às regiões mais áridas, podem se tornar mais frequentes em cidades e regiões mais densamente povoadas, diante do novo cenário de mudanças climáticas.
         Isto explica em parte o que vem ocorrendo na região metropolitana de São Paulo. A rápida expansão urbana destruiu o cinturão de florestas, impermeabilizou e reduziu a infiltração das águas de recarga dos mananciais num raio de dezenas de quilômetros. Sem falar na poluição e assoreamento dos rios. Num cenário de chuvas normais, os sistemas de captação permitiram a expansão urbana prevista, mas cada vez mais vulnerável. E o inusitado ocorreu com a seca prolongada na região Sudeste, minguando os mananciais de abastecimento.    
     Crises de água, como a de São Paulo, devem remeter à reflexão de todos os consumidores e autoridades. Os consumidores devem assumir o seu papel, deixando de gastar irresponsavelmente um bem de valor inestimável. Também podem buscar soluções locais de captação de águas das chuvas, reutilização das águas servidas, etc. Simplesmente criticar este ou aquele gestor não resolve o problema. As autoridades podem criar dispositivos para os novos tempos num cenário de incertezas do clima. 
   Dentre as medidas que as autoridades podem estabelecer, está a de estimular a preservação dos recursos hídricos com o pagamento de serviços ambientais aos proprietários rurais. Por exemplo: recuperação de nascentes, reflorestamento, etc. Redução de impostos a produtos e serviços de reciclagem e reuso da água, tanto para a agricultura, quanto nas atividades industriais e mesmo a nível domiciliar. Neste contexto, é muito válido o desconto a quem reduzir o consumo como já está em vigor em São Paulo. É um reconhecimento das autoridades a quem poupa um bem tão valioso quanto a água, especialmente numa época de seca, da qual ninguém está imune. 
    



Mais sobre o tema: 1) Os nossos solos também são cisternas de água

2) Matéria publicada no site da DW

3) Falta d'água em cidades tem a ver com a devastação desenfreada da Amazônia (Reportagem do Fantástico, Rede Globo, edição de 31-08-2014).

Desmatamento agravou crise da água em SP

Sistema Cantareira perdeu 70% de mata em duas décadas. Cobertura vegetal aumenta a vida útil dos reservatórios, além de prolongar tempo de abastecimento durante seca.

Depois de atingir o menor nível já registrado – apenas 8,4% da sua capacidade –, o sistema Cantareira, principal fornecedor de água da região metropolitana de São Paulo, vai em busca das últimas gotas. Nesta quinta-feira (15/05), a Sabesp inicia uma operação emergencial para recuperar o chamado "volume morto" do reservatório.
A crise no abastecimento de água não se deve apenas ao calor recorde e ao menor índice de chuvas já registrado nos últimos 84 anos. Especialistas defendem que o desmatamento em bacias hidrográficas contribui para diminuir a quantidade e a qualidade das águas, tanto superficiais quanto subterrâneas.
"Nós temos apenas 30% de área com florestas preservadas nesse manancial [Sistema Cantareira]. O restante precisa ser recuperado ou têm uso inadequado de solo", afirma a coordenadora da Rede das Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro.
Resultados de um experimento feito pela ONG desde 2007 – que restaura uma floresta num centro em Itu, interior de São Paulo – comprovam essa relação. "Em 2012, apenas cinco anos depois, foi verificado que o nível dos lençóis freáticos subiu 20% e o dos reservatórios, 5%", argumenta Ribeiro.
Estudos apontam que a floresta atua como reguladora do ciclo hidrológico, atenuando os impactos de eventos climáticos extremos, como secas e enchentes. "A floresta aumenta a resiliência dos mananciais. O desmatamento não é causa da seca, mas, se houvesse maior cobertura vegetal, o esgotamento dos reservatórios poderia ser evitado", diz Ribeiro.
O problema, entretanto, não está restrito a São Paulo. De acordo com um levantamento inédito do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, os reservatórios considerados críticos pela Agência Nacional de Águas (ANA) perderam em média 80% de sua cobertura florestal.
"Ainda estamos detalhando o estudo, mas já podemos perceber que uma das semelhanças entre os mananciais críticos em relação ao abastecimento de água é o desmatamento", explica o coordenador geral do Pacto e diretor para Mata Atlântica da Conservação Internacional, Beto Mesquita.
A pesquisa inclui as capitais do litoral do país, além de Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo, bem como cidades do interior paulista, como Sorocaba e Campinas.
Abastecimento de água da metrópole paulista está ameaçado


O papel da floresta
A floresta tem uma série de funções no ciclo hidrológico. Quando a chuva cai num terreno com cobertura vegetal, a água infiltra lentamente no solo, até atingir os lençóis freáticos. Aos poucos, ela aflora nas nascentes e enche os rios, até chegar às represas.
"A floresta quebra a energia da chuva, porque parte da água fica na cobertura das árvores e atinge o chão devagar. Além disso, o solo da mata é muito poroso, com matéria orgânica e raízes. Por isso, há mais espaço interno e maior capacidade de armazenamento", explica Mesquita. Ele aponta também que, por essa característica, o solo da floresta libera um fluxo de água mais constante, mesmo durante uma estiagem.
Malu Ribeiro ressalta que o desmatamento ao redor do Cantareira está prejudicando a oferta de água na região. "O sistema está localizado no fundo do vale do Rio Jaguari, que tem um conjunto de nascentes na Serra da Mantiqueira. O desmatamento no curso dos rios até o reservatório faz com que essas nascentes desapareçam e os cursos d'água não consigam se recuperar."
Enchentes e assoreamento
Onde não há floresta, a infiltração da chuva no terreno é mais difícil. Num solo de pastagem, por exemplo, a quantidade de água escoada é até 20 vezes maior que em área de vegetação, segundo o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Philip Fearnside.
Por esse motivo, em período de muita precipitação, áreas desmatadas estão mais sujeitas a enchentes. A água escoa rapidamente e em quantidade, enchendo os rios e represas, muitas vezes de forma desastrosa. Neste processo, a água carrega consigo muito material orgânico, erodindo o terreno e assoreando os reservatórios.
"Esse é um problema grave no Brasil e principalmente no Sistema Cantareira, porque perdemos a capacidade de reservar água. Quando chove muito, o excedente acaba sendo jogado fora", argumenta Ribeiro.
Segundo Mesquita, por evitar o assoreamento, a floresta aumenta a vida útil do reservatório, além de prolongar o tempo de abastecimento durante uma seca.
Umidade e qualidade da água
Outra importante função da floresta é reter água da atmosfera. Na bacia do Rio Guandu, no estado do Rio de Janeiro, 30% da água é incorporada ao sistema por essa via, segundo estudo da Conservação Internacional. "Quando vêm a neblina e nuvens carregadas, quanto mais floresta tiver em regiões montanhosas, maior a retenção de água", diz Mesquita.
A floresta contribui para manter a umidade do ar, através da transpiração das plantas. "Cerca de 30% da água na atmosfera vêm das florestas. Num reservatório, se o ar está seco, isso também aumenta a evaporação na represa", alerta o presidente e pesquisador do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, José Galízia Tundisi.
A vegetação também participa no ciclo hidrológico, atuando como um filtro para manter a qualidade da água. "A floresta retém metal pesado em suas raízes e matéria em suspensão. Ela também filtra a atmosfera e diminui a quantidade de partículas que podem cair na água", afirma Tundisi.
Um levantamento deste ano da Fundação SOS Mata Atlântica em sete estados também comprova essa relação entre floresta e a qualidade da água. Dos 177 pontos avaliados, apenas 19 (11%), localizados em áreas protegidas e de matas ciliares preservadas, tiveram bons resultados.
Floresta amazônica também influencia regime de chuvas em São Paulo

    Desmatamento na Amazônia
Não é apenas a perda de floresta nos mananciais que pode ameaçar a oferta de água em São Paulo. O desmatamento na Amazônia também impacta negativamente a quantidade de chuva que chega ao sudeste.
Estudos revelam que até 70% da precipitação em São Paulo, na estação chuvosa, depende do vapor d'água amazônico. O meteorologista Pedro Silva Dias, da Universidade de São Paulo, também pesquisa o tema. "O desmatamento na Amazônia vem causando impacto, por exemplo, a produção de arroz no Brasil. Se houver um processo muito intenso de perda de floresta amazônica, as regiões sul e sudeste sofrerão um processo de desertificação", defende Ribeiro.
Philip Fearnside diz que esse desmatamento, em torno de 20%, não explica a seca atual em São Paulo. "Ainda tem 80% da floresta amazônica, isso não é suficiente para causar uma queda dramática na chuva de São Paulo de um ano para o outro", diz o pesquisador, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007, com outros cientistas, por alertar contra os riscos do aquecimento global.
Fearnside ressalta, entretanto, que o impacto é gradual e progressivo. "Se continuar desmatando, como é o plano do governo com os projetos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), vai diminuir o fluxo de água para São Paulo, que já está no limite para o abastecimento. Cada árvore que cai, é menos água indo para lá."
Mentalidade do esgotamento
Para os especialistas, há uma mentalidade voltada para o esgotamento dos mananciais, que prejudica a gestão dos recursos hídricos no Brasil.
"É a falsa cultura da abundância, a ideia de que podemos esgotar os reservatórios, porque depois vem o período de chuvas e enche de novo. Só que há uma diminuição do volume de águas ao longo das décadas em vários reservatórios do sudeste. Em São Paulo, isso ocorre na bacia do Piracicaba e na bacia do sistema Cantareira", afirma Ribeiro.
José Galízia Tundisi chama esse pensamento de "aqueduto romano". Consiste em usar o reservatório até esgotar e depois buscar água limpa em uma região mais distante. "É o que São Paulo está fazendo. Em breve vai ter que pegar água no Paraná", afirma o pesquisador.
Os pesquisadores alertam que é muito difícil recuperar um manancial depois de exaurido. O solo fica pobre e seco, funcionando como uma esponja. "Quando chover, o terreno vai chupar grande volume de água, até que ele recomponha os aquíferos subterrâneos. Em alguns casos é até impossível reverter a degradação", diz Ribeiro.
Com a retirada do "volume morto" do Cantareira, especialistas temem pela recuperação do reservatório. A reserva, que nunca foi usada antes, será puxada por bombas, já que fica abaixo do ponto de captação da represa."Se usar todo o volume morto do Cantareira, vai levar anos para retornar ao que era antes", lamenta Tundisi.

5 de maio de 2014

População se revolta e expulsa invasores do MST

   Era uma questão de tempo.  As pessoas que trabalham e pagam impostos já cansaram de sustentar invasores de terra que só querem benefícios do Estado. A pretensa reforma agrária, defendida por alguns movimentos sociais, tem-se transformado numa sangria de dinheiro público. Pessoas que nada tem a ver com as lides no campo são aliciadas para acampamentos de 'sem-terra' e dali partem para invasões.
    Grupos de vadios e aproveitadores querem terra, casa e uma série de regalias que a maioria da população não tem. E ainda tem políticos que apoiam essa falsa reforma agrária que está em curso no Brasil. Não se trata de ser de esquerda ou de direita. A questão é que a vadiagem não pode ser financiada com recursos públicos que fazem falta para a educação, saúde, segurança e transportes. 
       Veja a seguir um fato que ocorreu em Santa Catarina.
     
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