21 de junho de 2022

Mata - A cidade da pedra que já foi madeira

Por Darci Bergmann

   Embora o município de Mata seja conhecido pelos fósseis vegetais, ou seja, pela madeira que virou pedra, o turista é recebido pela escultura de um dinossauro, localizado em terras do município de São Vicente, próximo à BR 287.
   Na paisagem até Mata sobressaem-se belas colinas, ainda com remanescentes das matas nativas. Já na cidade, o cenário revela impressionantes fragmentos de árvores fossilizadas, nas praças, escadarias e até como decoração predial. 
    A origem dos fósseis remonta ao Período Triássico, num tempo estimado em 220 milhões de anos. 
    Os primeiros moradores do Município se estabeleceram numa colina. Depois, com a implantação de uma ferrovia na região, surgiu uma vila ao redor da estação ferroviária, dando origem à cidade de Mata.
    A população é acolhedora e procura preservar o patrimônio que deu origem ao nome da cidade. Vale lembrar que, até o momento, existem apenas mais dois sítios arqueológicos semelhantes ao de Mata em toda a América Latina. Um está localizado no Chile e outro no estado do Paraná. 
   No museu Padre Daniel Cargnin estão expostos vários fragmentos de árvores fossilizadas. Ali também estão peças arqueológicas de outras regiões. O nome do museu homenageia aquele que mais se interessou pela preservação do patrimônio arqueológico local.
     Na minha estada em Mata conheci vários integrantes do clã Silva Moura, família esta que se fixou numa bela colina próxima à cidade. Impressiona que a casa de madeira, quase centenária, ainda remanesce no local.
        
  As imagens aqui expostas dão uma noção da importância desse acervo arqueológico. Na minha opinião é um Patrimônio da Humanidade.






Em vários pontos da área urbana estão expostos os fósseis  de madeira petrificada.


Moradia no alto de uma colina. Aqui se estabeleceram os primeiros colonizadores de Mata, numa Sesmaria concedida pelo Governo Imperial aos portugueses. Deste ponto, é possível fazer uma leitura da bela paisagem no entorno.


Vista a partir da colina inicial


Outra vista a partir da colina inicial



Acima, o Jardim Paleobotânico, tombado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Jardim Paleobotânico

Na foto acima, à esquerda, o professor Ricardo Becher Moura; à dir. professor Trajano Mendes Neto, de São Borja.

A imagem acima foi feita a partir do Jardim Paleobotânico. Na parte superior, uma colina mostra fragmentos da mata nativa original.

O fóssil acima tem quase 12 metros de comprimento

Chamou-me atenção a presença, nesta praça, de um avião ao lado de fósseis de mais de 200 milhões de anos. Na minha opinião, é um elemento estranho na paisagem, que não combina com a história e características da cidade. O Município não tem uma base aérea que justifique tal presença.  

Um fóssil petrificado sendo engulido por uma figueira-do-mato

Próximo ao local acima surgiu a vila que daria origem à cidade de Mata

Um tronco imponente petrificado











Os anéis do que já foi um tronco de árvore estão visíveis neste fragmento de pedra.




Padre Daniel Cargnin foi um grande estudioso do acervo arqueológico e incentivou a preservação desse patrimônio.


Escadaria de acesso à gruta Nossa Senhora de Lourdes. A obra foi feita com pedras originárias da madeira fossilizada.

Gruta Nossa Senhora de Lourdes



     

De qualquer ponto da cidade, podem ser avistadas as colinas no entorno.


      
      
A casa acima é quase centenária. Fica no alto de uma colina. A casa foi construída pelo casal João Garcez de Moura e Alzira da Silva Moura. 

    



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