Cigarro na mão, poluída
E qual chaminé ambulante,
Vai inveterada fumante
Destilando a nicotina.
Cheiram boca e narina,
Não percebe a madame
Que esse vício infame
Tira a graça feminina
Os machistas que se cuidem
Eis aí a conseqüência
Fumar traz impotência,
Até o câncer no pulmão.
Prejudica o coração.
De quem será a vantagem
Com essa picaretagem
Contra a saúde da nação?
Haverá algo em comum,
Entre fábrica e poder
Que não se atreve a deter
Do cigarro a fumaceira?
Respiro ar e não sujeira
E peço com sinceridade
Senhores e autoridades
Ponham fim à bandalheira
A propaganda enganosa
Está no ar, está na rua.
O governo está na sua.
O fumo gera tributo
Produto nacional bruto
Que mata patrão e operário
Enche os cofres do erário
Oigalê capital corrupto
Do plantio até o consumo
Tabaco é bom negócio
Quem fabrica está no ócio
O viciado é o perdedor
São despesas com o doutor
Com hospital e o ataúde
E por queimar sua saúde
Fumante é trouxa, sim senhor.
Fumar é igual à desgraça,
Se as contas forem feitas
Existem muitas receitas
Pra se largar esse vício.
O importante nesse ofício,
Palavra de um ex-viciado,
É ser forte, determinado.
Cigarro? Nunca mais patrício!
Autor: Darci Bergmann, abril de 1991.
Obs.: Esse poema foi utilizado em várias campanhas contra o tabagismo, publicado pela primeira vez em 1992.
Um comentário:
NOTA: Dois textos do blog Plante uma Vida, Plante uma Árvore sofreram ataques de hackers nos quais se tentou desvirtuar o sentido dos textos. Os textos foram Decisão Inteligente (poema que faz refletir sobre o consumo e os malefícios do tabagismo) e o texto Reciclando (que propõe mudanças de atitudes em relação ao lixo). Em tempo foi constatado esse lamentável episódio que atenta contra a liberdade de expressão e de informação.
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