6 de setembro de 2011

O maior destruidor da floresta amazônica



Caro leitor,

Nesta semana o Inpe e a Embrapa revelaram que nada menos do que 62% de toda a destruição que a Floresta Amazônica sofreu até 2008 foi provocada pela expansão da fronteira da pecuária.

Para piorar, a floresta deu espaço para uma pecuária extensiva de baixíssima produtividade, com apenas 1,6 cabeças de gado por hectare. Nas palavras do próprio diretor do Inpe, Gilberto Câmara, “uma atividade que praticamente não gera desenvolvimento econômico”.

Apenas 5% da área desmatada foi destinada para a agricultura, apesar da produção do nosso país aumentar a cada ano. Isso, segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, contrapõe o argumento de defensores de mudanças no Código Florestal, de que é preciso flexibilizar a lei para viabilizar a produção agrícola no país.

Este levantamento pode fazer uma enorme diferença nos debates do Código, esperamos que os nossos representantes do Congresso estejam dispostos a repensar suas posições em virtude das novas informações.

Boa semana!

Equipe Instituto CarbonoBrasil

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Iniciativa global de reflorestamento é lançada em Bonn

06/09/2011   -   Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil/WRI/Mongabay

O Conselho Global de Restauração, resultado da união de líderes empresarias, políticos e de organizações não governamentais, pretende recuperar 150 milhões de hectares de florestas até 2020 sem intervir em áreas agrícolas



Acredita-se que cerca de 30% da cobertura florestal do planeta tenha sido perdida no último século e outros 20% tenham sido degradadas. Mais de um bilhão de hectares que eram florestas até algumas décadas hoje estão ocupadas por pastos e pela agricultura.
Para tentar reverter um pouco esse quadro, líderes políticos, empresariais e representantes de organizações não governamentais como a World Resources Institute (WRI) e a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN em inglês), estiveram reunidos na cidade alemã de Bonn na semana passada.
O resultado do encontro foi a criação do Conselho Global de Restauração (Global Restoration Council), uma iniciativa que promete restaurar 150 milhões de hectares de florestas até 2020. Para presidir a entidade foi escolhido o ex-primeiro-ministro da Suécia Göran Persson.
“Restaurar 150 milhões de hectares representa uma grande oportunidade para criar empregos e crescimento econômico ao mesmo tempo em que protegemos nossa natureza e clima. Estou muito feliz de estar à frente dessa nova entidade que deve atrair atenção e recursos para as florestas. Estou ansioso para trabalhar com líderes globais, empresariais e outros colegas nesse esforço visando deixar claro qual a importância da restauração florestal”, declarou Persson.
O Conselho vai se basear em um novo mapeamento global que identificou mais de dois bilhões de hectares com potencial para restauração. Esse levantamento, produzido pelo WRI, IUCN e pela Universidade da Dakota do Sul para a Global Partnership on Forest Landscape Restoration, praticamente dobra as estimativas anteriores.
“A restauração florestal pode trazer enormes benefícios. Melhora a segurança alimentar, aumenta a biodiversidade, protege nosso clima e ainda gera empregos. Com este objetivo de 150 milhões de hectares, nós temos uma grande oportunidade de agir em prol das pessoas e da natureza”, afirmou Manish Bapna, presidente da WRI.
Se for mesmo alcançada, esta meta será uma enorme contribuição para a obtenção do Objetivo 15 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) e do acordo de REDD + da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (UNFCCC).
O Objetivo 15 da CBD pede a restauração de 15% dos ecossistemas degradados até 2020, enquanto a meta do REDD + é deter a liberação de carbono pelo desmatamento e degradação de florestas.
O Conselho Global de Restauração não trabalhará em áreas de produção agrícola, apesar do WRI acreditar que “o plantio estratégico de árvores poderia aumentar a produtividade ao restaurar os serviços ecossistêmicos”.
Os líderes do conselho esperam que a meta de 150 milhões de hectares restaurados seja adotada como oficial pela ONU e por outras instituições e governos.
Imagem: Mapa identifica áreas com o potencial de serem restauradas / WRI 


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