28 de agosto de 2013

A caça de animais silvestres fomenta um comércio espúrio

Por Darci Bergmann


   A caça de animais silvestres não se justifica. Ela fomenta um comércio espúrio - o tráfico de animais. Além disso, reduz a biodiversidade, pois a reprodução de várias espécies é prejudicada. 

   Manter um animal em cativeiro é uma das maiores agressões que a espécie humana inflige a um ser vivo

   Uma pessoa pode até se apegar a um bicho mantido preso e lhe dispensar alguns cuidados e prover alimentação. No entanto, esse apego é um egoísmo que pode levar uma espécie à extinção.  Existem casos de aves que formam casais estáveis. Uma vez separados e mantidos em prisão, nunca mais se acasalam. 
   E como ficaria a questão dos jardins zoológicos? Nesse aspecto, eles se diferenciam dos cativeiros comuns. Os jardins zoológicos estão em constante evolução. Muitos deles propiciam e até recriam espaços parecidos com aqueles que os animais habitavam na natureza. Outras vezes, a única forma de manter um animal a salvo da caça criminosa é abrigá-lo num jardim zoológico. Sendo assim, entendo que eles cumprem um papel de preservar e procriar algumas espécies de animais que, de outra forma, poderiam ser extintas.

      A indústria da moda ainda sacrifica animais silvestres

   A utilização de peles, chifres, dentes, penas, barbatanas, entre outros produtos oriundos da caça criminosa, ainda sacrifica muitas espécies de animais. Essa extravagância sanguinária permeia várias classes sociais. Houve tempo em que fantasias de carnaval ostentavam as penas de aves silvestres abatidas nos campos brasileiros. Algumas mulheres ávidas por exibicionismo, ostentavam peles de focas jovens abatidas a pauladas sobre o gelo do Ártico. Cascos de tatus se transformavam em bolsas e sacolas ostentadas por 'requintadas senhoras'. Houve grande reação da opinião pública contra essa indústria sanguinária. Mas ela continua a sustentar os lucros de pessoas sem escrúpulos em todos os quadrantes do mundo.
   No oriente, algumas crendices atribuem poder afrodisíaco às barbatanas de tubarões, chifres e presas de animais. É uma tolice, mas provoca um grande extermínio de animais silvestres. Na África, elefantes e rinocerontes estão com as populações reduzidas devido à caça criminosa que fomenta esse comércio. 
    A lista de práticas de extermínio animal para a indústria de moda e outras mais não pára nisso.  
     
    A carne oriunda de caça pode contaminar quem a consome

      Animais silvestres servem de iguarias alimentares e compõem pratos típicos em muitas regiões. Nesse caso, quem consome tais pratos pode estar se contaminando com metal pesado chumbo. Além do mais, um animal abatido sob forte estresse libera toxinas na carne que depois é consumida. 

    A caça e as tribos indígenas

   Há quem manifeste apoio à campanha contra a caça, mas que defende que ela seja permitida às tribos indígenas. Essa questão é polêmica e precisa ser analisada sob uma nova ótica. Os índios incorporaram no seu modo de vida alguns costumes da civilização e, dentre esses, muitos são prejudiciais ao seu bem-estar e ao meio ambiente. Um deles é a caça com armas de chumbo. Essa prática pode dizimar várias espécies de animais. Ainda prejudica a saúde dos indígenas, que em alguns casos já apresentam doenças antes desconhecidas por eles. Sob o ponto de vista da sustentabilidade, a caça indígena deveria ser no sistema tradicional de cada tribo e apenas para sustento próprio, sem comercialização dos seus produtos.

     O faunicídio chamado 'caça esportiva'

    Os praticantes da carnificina chamada 'caça esportiva' mostram à opinião pública que estão 'preocupados' com as questões ambientais. Financiam campanhas e até montam organizações rotuladas de 'clubes de tiro e caça'. Nos bastidores dessas organizações, quase sempre estão fabricantes e comerciantes que vendem armas, munições e toda a gama de apetrechos ligados ao abate e captura de animais.  Não só isso. Montam ou financiam organizações 'ambientalistas' que alegam ser a caça esportiva uma forma de manejo da fauna silvestre. Essa gente esquece que o caçador provoca outros danos ambientais, além da matança propriamente dita. A poluição sonora dos estampidos estressa os animais e os projéteis espalham chumbo no ambiente. Os caçadores tidos como 'legalizados' são o maior incentivo à caça ilegal. 

    Cada pessoa ainda sensível à causa animal também precisa se posicionar contra a caça indiscriminada. 

     
      
   

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