23 de abril de 2014

A Internet sob censura

   Em diversos países a liberdade de expressão pela internet está ameaçada. Governos utilizam os mais diferentes pretextos para amordaçarem opositores. Quase sempre o motivo da censura está ligado a um suposto 'perigo do terrorismo'.
   No Brasil, a interferência do governo sobre os meios de comunicação já é real. Ela ocorre de forma dissimulada. Por exemplo, ameaçando o corte de publicidade com verbas públicas quando o governo é contrariado. Isto remete a que empresas recomendem aos seus colaboradores a não manifestarem opiniões que desagradem à fonte pagadora oficial. 
     A internet permitiu a circulação livre de idéias de forma rápida e agora parece ser a bola da vez. O famigerado Marco Civil da Internet foi 'pensado' com o intuito de instrumentalizar o governo brasileiro com um aparato legal de censura. O texto original sofreu algumas alterações. Ele permitia que a lei fosse regulamentada por um decreto ao sabor dos interesses da Presidência da República. Mas o perigo ainda persiste, pois existem nuances no texto aprovado que podem remeter a uma censura. Basta o governo sentir-se ofendido por algumas manifestações que expõem os seus 'mal-feitos'. É esperar para ver.
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Veja a seguir matéria veiculada no site da DW

Fundador acusa Kremlin de assumir controle da maior rede social russa


Pavel Durov anuncia que deixou a Rússia por ter se recusado a fornecer informações às autoridades locais. Ele afirma ter sido demitido da rede social que fundou, a VKontakte.
O fundador da principal rede social da Rússia, Pavel Durov, de 29 anos, anunciou nesta terça-feira (22/04) ter deixado o país depois de ter sido demitido do cargo de diretor-geral da empresa, em meio a tensões com as autoridades de Moscou.
O controverso fundador da VKontakte, rede social preferida dos russos e que supera o concorrente Facebook na região da antiga União Soviética, com mais de 100 milhões de usuários, disse que não pretende regressar à Rússia.
Em declarações ao site de tecnologia TechCrunch, Durov argumentou que optou por deixar a Rússia depois de se recusar a fornecer aos serviços secretos russos os dados pessoais dos organizadores do grupo da Praça Maidan, o centro da contestação pró-europeia na Ucrânia.
"Receio que não há como voltar atrás. Não depois de ter recusado publicamente cooperar com as autoridades. Eles não me suportam", disse ao TechCrunch. "Infelizmente, [a situação na Rússia] é incompatível neste momento com o negócio da Internet", acrescentou.
Por meio de um comunicado, Durov afirmou que, na prática, o Kremlin assumiu o controle da VKontakte por meio de aliados do presidente Vladimir Putin, como Igor Sechin, chefe executivo da maior petrolífera do país, a Rosneft, e Alisher Usmanov, homem mais rico da Rússia, que controla parcialmente o maior acionista da VKontakte, o grupo Mail.ru.
Mas foi o próprio Durov que vendeu sua parte à Mail.ru, que controla 52% da empresa. Os outros 48% pertencem ao grupo de investimento United Capital Partners, que Durov acusa de ter relações com os serviços secretos.
A VKontakte declarou que Durov foi oficialmente afastado nesta segunda-feira depois de não ter recuado de seu pedido de demissão, em 21 de março, passado o período de um mês que ele teria para fazê-lo.
Já Durov afirma que ficou sabendo da sua demissão pela imprensa. Segundo o site da emissora Voz da Rússia, ele afirma que o conselho de diretores da empresa havia aprovado o cancelamento da sua carta de demissão em 3 de abril e que a informação fora publicada em sua página na rede social.
A saída de Durov ocorre num momento em que a Duma (câmara baixa do Parlamento russo) adotou um conjunto de leis que foram apresentadas como medidas de combate ao terrorismo, mas que permitem um maior controle governamental da Internet, considerado um dos últimos espaços de liberdade de informação num país dominado pela mídia estatal.
Os blogueiros estão entre os principais alvos das novas leis, que atribuem a esses espaços de opinião as mesmas obrigações dos órgãos de comunicação públicos. Qualquer blog que tenha mais de três mil visitantes diários deve comunicar essa informação à autoridade que controla a mídia russa e arquivar esses dados durante seis meses.
AS/lusa/afp

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