27 de junho de 2024

ARBORIZAÇÃO – RECOMENDAÇOES PARA O PLANTIO

 

                    ARBORIZAÇÃO – RECOMENDAÇOES PARA O PLANTIO

Darci Bergmann

Entre os muitos benefícios da arborização, está a redução do calor, a proteção do solo e das margens dos rios. Ela também embeleza as cidades e a zona rural e ainda fornece abrigo e alimento para muitas espécies de seres vivos. Mas o plantio de árvores requer alguns cuidados, especialmente quando em área urbana.
1) LOCAL DE PLANTIO – Definir o local apropriado. Se o plantio é no passeio público, observar o seguinte: Árvores de médio e grande porte não devem ser plantadas sob a rede elétrica. Também evitar o plantio de espécies arbóreas grandes perto de muros e paredes. Se possível, afastar pelo menos 6 m. Exemplo: ipê-roxo, guajuvira, canafístula, sibipiruna, plátano, etc.
2) COVAS - Para qualquer espécie de árvore, a cova deve ser quadrada. Isto porque os cantos facilitam a penetração das raízes laterais. Se for em rua de área urbana, as dimensões devem ter no mínimo 0,60 m de lado e 0,60m de profundidade. O centro da cova deve ficar pelo menos a 0,60 m do cordão do passeio público. Em solos muito compactos, pode-se fazer uma espécie de cunha no fundo da cova. Isto favorece a penetração da raiz pivotante. Nas áreas rurais e nos grandes parques, as covas podem ser menores, em torno de 0,50m em cada lado e 0,50m de profundidade.
Uma boa dica é separar a terra da cova em duas partes e fazer uma inversão de camadas. A camada de cima é misturada com adubo orgânico, em partes iguais, sempre no lado de fora. Este material é colocado na cova. Daí faz-se uma compressão, o que pode ser com os pés. Isto evitará que a muda afunde dentro da cova e deixe soterrado parte do tronco. Ou seja, são as raízes que devem se aprofundar e não o caule. Parte da terra da camada inferior também é misturada com adubo orgânico e depois utilizada para completar o plantio. O adubo orgânico pode ser à base de esterco animal bem curtido ou composto, oriundo da compostagem do lixo orgânico.
OBS.: Não se recomenda a colocação de tubos de concreto dentro da cova.
3) MUDAS – Preferir as mudas bem formadas. Ao tirar a muda da embalagem, observar as raízes. É comum que elas fiquem enrodilhadas na parte inferior. Neste caso, cortar bem rente ao torrão, para que a raiz pivotante possa se aprofundar no solo.
Na hora do plantio, ficar atento para que o torrão fique no mesmo nível do solo no entorno da cova.
4) TUTORAMENTO – Para mudas mais altas, é de boa norma colocar estaca até a parte firme da cova. Isto para evitar danos com os ventos. A estaca ajuda também a evitar o afundamento da muda.
5) CUIDADOS GERAIS – A) IRRIGAÇÃO – Após o plantio irrigar bem e repetir sempre que necessário. Em épocas de poucas chuvas, as regas devem ser mais frequentes. O exame visual permite constatar se o solo no entorno da muda precisa ou não de irrigação. B) ELIMINAÇÂO DOS INÇOS – Os inços concorrem com as mudas das árvores, retirando nutrientes e água do solo. Deve-se ter muito cuidado na roçada com máquinas de fio de nylon nas proximidades da muda. Pode ocorrer dano à casca do tronco. É o ANELAMENTO, que geralmente leva à morte da planta. Uma alternativa contra o anelameto é a colocação de uma garrafa de pet ao redor da muda.
Em áreas rurais e parques, pode-se abafar os inços com cobertura de papelão e sobre este colocar folhas de árvores, cascas ou material similar. Esta cobertura também auxilia na conservação da umidade.
6) PODAS – À medida que a muda se desenvolve, podem ser necessárias podas de formação. Elas são mais indicadas em áreas urbanas para que a copa fique mais alta e permita a passagem das pessoas. Alguns ramos mais baixos são removidos. Para ramos mais grossos, utiliza-se serrote de podar. Os ramos devem ser cortados rente ao tronco, sem deixar tocos. Isto favorece a cicatrização. Os tocos prejudicam a estética da árvore. Por eles também penetram fungos no tronco, causando necrose e reduzindo a vida da árvore.
Texto e fotos: Eng. Agrônomo Darci Bergmann









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