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24 de setembro de 2013

Uma festa para as árvores

Por Darci Bergmann


   Árvores em flor remetem a um clima de festa e de alegria. Além de encherem nossos olhos com paisagens lindas, elas nos proporcionam muitos outros benefícios. Não só a nós humanos. A outros seres vivos também. Tudo isso motivou a que se criasse a Festa Anual das Árvores, com duração de uma semana inteira. Como o Brasil tem nuances climáticas diferenciadas, a Festa Anual das Árvores é comemorada em duas épocas, conforme o Decreto Federal nº 55.795, de 24 de fevereiro de 1965. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela ocorre de 21 a 27 de setembro de cada ano. Nas regiões Norte e Nordeste, ela acontece na última semana do mês de março.




   O clima é de festa e de homenagem às árvores.  Isto é justo. Mas também é preciso uma reflexão profunda sobre o futuro delas aqui no Brasil e no Planeta inteiro. Parece que os espaços destinados às árvores estão cada vez mais restritos. Em algumas regiões, elas quase desapareceram ou foram substituídas por espécies vindas de fora - as chamadas exóticas. As cidades se expandem cada vez mais e nem sempre são contempladas com áreas verdes suficientes para uma boa qualidade de vida. Florestas nativas ainda são derrubadas para a implantação de pastagens e de cultivos agrícolas. As matas ciliares e aquelas das encostas mais íngremes cedem espaço ante o avanço da especulação imobiliária. Ainda são poucas as cidades no mundo que preservam o traçado original dos rios e da vegetação natural que protege as suas margens. 



   As leis são importantes para as árvores. As festas também. No entanto, só isto não basta. É preciso ter consciência individual e coletiva sobre a importância delas. E para que não se fique apenas no discurso, é preciso ter atitude e vontade de preservá-las com ações práticas de plantio e recuperação de áreas degradadas. Nas áreas urbanas, recomenda-se a escolha das espécies adequadas para cada local. Quem planta árvores tem mais motivos para curti-las e festejá-las. Elas nos fazem um bem infinito e nos brindam com muitas surpresas.   
    



19 de setembro de 2011

Festa Anual das Árvores

Setor de produção de mudas de espécies nativas  no viveiro
do ambientalista Darci Bergmann, no dia 23/09/2011
Festa Anual das Árvores, em 23/09/2011, vista parcial.
Apesar da ameaça
de chuva, 200 pessoas compareceram ao evento
Festa Anual das Árvores, em 25/09/2008
Foto: Aspan - São Borja/RS


Por Darci Bergmann


Muitos ainda se lembram do chamado Dia da Árvore. Pois de uns tempos para cá as árvores são reverenciadas por uma semana inteira, no que se chama Festa Anual das Árvores. É uma oportunidade para que o tema seja debatido. Nessas ocasiões ocorrem muitos discursos, frases de efeitos e outras exterioridades que nem sempre condizem com a realidade. Os ambientes urbanos em expansão diminuem os espaços verdes e nas zonas rurais lavouras e pastagens avançam sobre as matas e outras formações florísticas. Mas a sensibilização sobre a importância das árvores pode ocorrer nesses eventos. E com ganhos ambientais expressivos. A comunidade escolar tem um amplo motivo para trabalhar o tema em várias disciplinas. A sociedade como um todo pode fazer ações que revertem em melhorias. Sempre tem algum espaço físico que permite o plantio de algumas árvores, seja nas ruas, praças e terrenos particulares. Sempre existem áreas que precisam de preservação na forma de algum parque, alguma reserva biológica, porque ainda a melhor forma de conservar a natureza é evitar que ela seja destruída. E onde a degradação ambiental já fez estragos profundos é preciso botar a mão na massa visando recuperar o que for possível. De fato, só discursos não bastam.
No atual momento, a situação no Brasil é delicada quando o tema é árvore. Falo no conjunto delas. Falo nas florestas. Querem alterar para pior o Código Florestal.  Querem anistiar quem derrubou florestas ao arrepio da lei vigente. Querem fragmentar as florestas e demais formas de vegetação ao longo dos rios ou mesmo em áreas íngremes. O argumento surrado para enganar a opinião pública é de que o Código Florestal como está seria um entrave para a produção de alimentos. Ora essa! Árvore preservada também produz comida. E  assegura condições ambientais favoráveis para produzir mais e melhor. Ou será que os mananciais de água que as florestas e demais formas de vegetação natural protegem não tem valor? Água também é alimento e produz alimento.
 Portanto essa distorção deliberada e urdida nas mentes dos que só pensam em vantagens momentâneas não convence aqueles que pensam no futuro do Brasil e da humanidade. Não faltam terras para plantio. Ocorre que uma parte considerável das terras está degradada, por falta de conservação do solo. Degradar mais florestas só agrava o quadro atual e não traz nenhuma melhoria significativa nem social, nem econômica para a maioria da população brasileira. E uma parte considerável das terras de agricultura nem produz alimento. É o caso da lavoura de tabaco. Mais desmatamentos talvez concentre poder e capital nas mãos de uns poucos. Esses poucos, no entanto, conseguem eleger políticos que defendem seus interesses. Situação curiosa. A maioria da população quer a manutenção do atual texto do Código Florestal, como mostraram as pesquisas de opinião pública. A maioria dos deputados federais e senadores, no entanto, quer mudar para pior a lei que sempre foi burlada nos confins desse País. Estranha democracia é essa em que a maioria do povo pensa de um jeito e os seus representantes, os deputados e senadores agem e legislam de outra forma.
 Não seria esse também um tópico para reflexão na Festa Anual das Árvores?
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Veja, o decreto que instituiu a Festa Anual das Árvores.


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

Institui em todo território nacional, a Festa Anual das Árvores.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o Art. 87, item I da Constituição,
DECRETA:
Art 1º Fica instituída em todo o território nacional, a Festa Anual das Árvores, em substituição ao chamado "Dia da Árvore" atualmente comemorado no dia 21 de setembro.
Art 2º A Festa Anual das Árvores tem por objetivo difundir ensinamentos sôbre a conservação das florestas e estimular a prática de tais ensinamentos, bem como divulgar a importância das árvores no progresso da Pátria e no bem-estar dos cidadãos.
Art 3º A Festa Anual das Árvores, em razão das diferentes características fisiográfico- climáticas do Brasil, será comemorada durante a última semana do mês de março nos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia e Territórios Federais do Amapá, Roraima, Fernando de Noronha e Rondônia; e na semana com início no dia 21 de setembro, nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Guanabara; Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
Art 4º As comemorações ficarão a cargo dos Ministérios da Agricultura e da Educação e Cultura.
Art 5º Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Florestal Federal.
Art 6º Êste decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 24 de fevereiro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELO BRANCO
Hugo de Almeida Leme
Flávio Lacerda
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Participe!
Dia 23 do corrente, sexta feira, às 9Hs, ASPAN  promove evento denominado Arborização e qualidade de vida. Veja o convite a seguir:

                                               CONVITE


ASPAN - Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural tem a honra de convidar V.S. para o evento alusivo à Festa Anual das Árvores a ser realizado em 23 de setembro do ano corrente, no Centro Ambiental, na rua eng. Manoel Luís Fagundes, nº 1591 (anexo à Solobrás).
       9 H – Abertura - Jones Dalmagro Pinto, presidente da ASPAN
       9H 10 – Mensagem do presidente da ACISB (entidade apoiadora)
       9H 20 – Palestra: Arborização e qualidade de vida, pelo eng. agrônomo Darci Bergmann, coordenador do Projeto SEMEAR
      10H 10 – Visita ao viveiro e demonstrações práticas de arborização.
      10H30 – Encerramento.

Nota: Solicitamos que as instituições de ensino enviem representações de até 40 (quarenta) participantes.
Telefones para contato: 3431-1898 (Solobrás), 3431-2273 (Jones)
Local: Rua engº Manoel Luís Fagundes, 1591
                                      
                                        Atenciosamente.
Jones Dalmagro Pinto
Presidente




25 de setembro de 2010

Árvores e biodiversidade: tema mobilizou dezenas de pessoas

Por Darci Bergmann


Na semana dedicada à Festa Anual das Árvores, a ong ASPAN promoveu evento sobre o tema, em data de 25/09/2010. Diversas entidades enviaram representantes. Os trabalhos foram abertos pelo presidente da ASPAN, Jones Dalmagro Pinto, que fez relatório sucinto sobre as atividades que a entidade vem realizando na área ambiental. No ano corrente, até a data do evento, a ASPAN já plantou mil  mudas de espécies florestais nativas, no horto florestal e áreas próximas, entre as quais uma da FEPAGRO Cereais. 
Coube a mim fazer palestra  com o tema Árvores e biodiversidade.  Repassei aos presentes sugestões encaminhadas por diversas pessoas. Uma dessas sugestões refere-se ao controle sanitário da espécie vegetal parasita conhecida como erva-de-passarinho. Essa espécie está infestando centenas de árvores no perímetro urbano e muitas delas já foram aniquiladas. Presume-se que a poluição ambiental esteja favorecendo a propagação da erva-de-passarinho. Dois secretários municipais presentes ao evento prontificaram-se a encaminhar providências sobre a questão. 
Outra queixa recorrente refere-se aos agrotóxicos usados em lavouras próximos ao perímetro urbano. Mais uma vez houve denúncia de que o herbicida Clomazone, nome comercial Gamit, está provocando danos às árvores e demais formas de vegetação. Um dos presentes apresentou folhas de espécies arbóreas com sintomas de clorose albina, aquele branqueamento característico de produtos de princípio ativo Clomazone. As folhas foram colhidas em árvores  da área urbana, próximo ao Jóquei Clube. A questão Clomazone/Gamit já foi objeto de expediente da ASPAN ao Ministério Público Federal, em Uruguaiana, o qual repassou a matéria ao Mnistério Público Estadual. 
Ainda no decorrer da esplanação sugeri aos presentes que houvesse ampla mobilização para que em São Borja, ou em algum município próximo, seja implantada uma UC - Unidade de Conservação, no Bioma Pampa, pelo Ministério do Meio Ambiente.

Também foi sugerido que a prefeitura de São Borja estimule a compostagem dos resíduos orgânicos nas residências, visando diminuir os gastos de coleta. Também a qualidade do ar será melhorada, pois haverá menos circulação de veículos coletores de um resíduo que pode ser facilmente processado no local em que é produzido.  
As propostas receberam manifestações dos presentes e farão parte de um documento a ser encaminhado a outros setores da comunidade.
A palestra ainda abordou outras informações sobre arborização urbana e rural. 
Na sequencia, os presentes visitaram o viveiro com mudas de espécies florestais e um setor de compostagem. Práticas simples e eficientes como a compostagem deveriam ter mais incentivo. No entanto, onera-se o morador com taxas de lixo exorbitantes para repassar esses recursos a empresas de coleta terceirizadas. De uns tempos para cá a questão ambiental vem sendo tratada de forma burocrática e de modo a atender o interesse de corporações que auferem grandes lucros. As práticas simples, descentralizadas e muito mais eficientes são relegadas a um segundo plano. Criam-se projetos mirabolantes, complexos e de resultados ambientais discutíveis.Tudo isso rotulado como avanço ambiental.

Na questão do tratamento de esgoto, as coisas não são diferentes. Por que não descentralizar o sistema de tratamento? Existem alternativas viáveis que permitem tratar o esgoto a nível de residência ou mesmo por quarteirão urbano sem os transtornos das grandes obras. Se o governo é capaz de reduzir tributos para baratear os automóveis, não seria coerente também baratear os equipamentos para tratamento descentralizado dos efluentes residenciais?  Hoje, é facílimo ter financiamento para aquisição de um carro e da casa própria. Mas ainda é difícil conseguir financiamento com prazo e juro acessível para financiar a implantação de sistema de tratamento de esgoto ou mesmo de captação de água pluvial.
Essas e outras práticas são importantes para a qualidade de vida e para a preservação das florestas, na medida em que reduzem as emissões dos gases que provocam o aquecimento global e as mudanças climáticas.