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14 de janeiro de 2014

Ambientalistas alemães alertam para perigos do aumento no consumo de carne

Estudo prevê que crescimento da demanda contribuirá para aumento do desmatamento de florestas e encarecimento de alimentos básicos. Produção em grande escala ameaçaria meio ambiente e prejudicaria os mais pobres.


Ambientalistas alemães alertam que o aumento mundial do consumo de carne contribui para a destruição do meio ambiente e prejudica a população mais pobre. Segundo um estudo preparado pela organização Bund, a Fundação Heinrich Böll, ligada ao Partido Verde alemão, e o jornal francês Le Monde Diplomatique, até meados deste século, agricultores e empresas agrícolas em todo o mundo terão que aumentar sua produção dos atuais 300 milhões para 470 milhões de toneladas de carne para satisfazer a demanda global.
Fleischatlas ("Atlas da carne"), divulgado na quinta-feira (09/01), é uma coletânea de dados sobre o consumo e a produção de carne no mundo. Através de estatísticas, textos e gráficos, o documento, publicado pelo segundo ano seguido, busca alertar para os efeitos colaterais do crescimento dessa indústria.
A publicação aponta que, enquanto na Europa e nos Estados Unidos o consumo de carne vem estagnando, nos países emergentes ele aumenta – impulsionado sobretudo pela crescente classe média.
Produção em massa: antibióticos e hormônios são ameaça à saúde humana
Até 2022, cerca de 80% do crescimento no setor serão originados dessas economias, principalmente na Ásia. Também no Brasil e na África do Sul − integrantes dos chamados países Brics, juntamente com Rússia, Índia e China −, a demanda deve subir em ritmo constante.
Para poder saciar a demanda e alimentar os animais, só a produção de soja teria que ser quase duplicada, passando dos atuais 260 milhões de toneladas para 515 milhões de toneladas. Esse desenvolvimento pode acarretar um aumento do desmatamento de florestas para ampliação de espaços destinados a pecuária ou a monoculturas de grãos para produção de ração animal.
Danos ao meio ambiente
As consequências são, de acordo com os autores do estudo, uma produção de carne em grande escala que provoca, cada vez mais, efeitos colaterais indesejados, como uso abusivo de antibióticos e de hormônios de crescimento. O texto também alerta para um crescente uso de terras aráveis ​​para a produção de ração animal, o que reduziria as áreas destinadas à plantação de alimentos, causando, consequentemente, um aumento do preço de produtos da cesta básica.
"Cerca de 70% das áreas cultiváveis no mundo já são utilizadas para o plantio de ração animal", critica a especialista da Bund Reinhild Benning. O estudo observa que essas áreas poderiam ser utilizadas mais eficientemente para produzir alimentos para pessoas.
Unmüssig critica dimensões "cada vez mais absurdas" da indústria da carne
Também são citadas ameaças para o solo, para os lençóis freáticos e o aumento da contaminação ambiental através de pesticidas. Além disso, a publicação prevê o aumento dos preços dos alimentos básicos, devido à diminuição das áreas cultiváveis para comida destinada ao consumo humano.
"Mais pobres pagam a conta"
Barbara Unmüssig, diretora na Fundação Heinrich Böll, critica as dimensões "cada vez mais absurdas" da industrialização da produção de carne, que levam a uma competição entre ração animal e cultivo de alimentos para a população.
Ela lembra que atualmente, só na produção europeia de carne, já são necessários cerca de 16 milhões de hectares para cultivo de soja. A especialista prevê um grande encarecimento dos alimentos caso a produção anual de carne chegue aos 470 milhões de toneladas prognosticados pelo Fleischatlas.
"A ração necessária para alimentar a produção adicional de 150 milhões de toneladas de carne por ano levará a uma explosão dos preços de terras e de alimentos", alerta Unmüssig. "A conta do apetite global por carne é paga pelos mais pobres, que são levados a sair de suas terras e cada dia podem comprar menos alimentos devido aos altos preços destes", prevê.
Ela pede uma mudança de costumes, principalmente na Alemanha, país que está entre os líderes na Europa no consumo e produção de carne. O consumo per capita no país é de 60 quilos por ano, tendo apresentado uma ligeira queda de 2,5 quilos. Ela pede que os alemães passem a comer carne somente uma vez por semana.
MD/kna/dpa/dw
  • Edição Rafael Plaisant, 13-01-2014
  • Fonte: DW  (Deutsche Welle)

4 de novembro de 2013

Estilo de vida e obesidade

Por Darci Bergmann


  Os meios de comunicação estão repletos de matérias sobre a questão do excesso de peso. Os profissionais da área de saúde alertam para uma epidemia que se alastra e provoca cada vez mais custos aos cofres públicos devido às doenças ligadas à obesidade. Por outro lado, os meios midiáticos também incentivam o consumo de guloseimas e bebidas calóricas através das propagandas que lhes auferem bons ganhos financeiros. Há ainda outros componentes nesse jogo de mercado, onde o consumidor se transforma em lixeira de açúcares e carboidratos excedentes, como veremos a seguir.

    A pedagogia da má alimentação 
       
  Por séculos a fio os países ocidentais incentivaram o consumo de alimentos doces em suas populações. Isto para criar mercado aos derivados da beterraba-açucareira produzida na Europa, e da cana-de-açúcar na América Latina. Nas cantinas escolares, os doces e guloseimas oferecidos incentivavam a pedagogia da má alimentação. Havia casos em que não se encontrava na cantina da escola uma fruta, um suco natural, sequer um copo de leite. As prateleiras e balcões eram fartos de doces, refrigerantes e outras guloseimas. Algumas dessas cantinas eram atendidas por professoras, desviadas da função de lecionar em sala de aula. As direções dessas escolas alegavam que as cantinas geravam renda para atender outras necessidades da instituição de 'ensino'. Se a escola ensinava errado, o que seria de esperar da sociedade? O comportamento em geral foi de aceitar a má alimentação e incorporá-la como estilo de vida. Nas festas de aniversário, nas datas dedicadas às crianças, nas quermesses, seja lá o que fosse, as guloseimas, doces e refrigerantes formaram um padrão de consumo com incentivo das escolas. Nas últimas décadas, o sedentarismo e o uso maciço do automóvel se aliaram ao consumo excessivo de açúcares e carboidratos. Esse estilo de vida transformou-se na atual epidemia de obesidade. 
A má alimentação ainda tem apoio da lei em muitos países
  O consumo de açúcar e de produtos que o utilizam em grande escala é apoiado por legislações anacrônicas e que atentam contra a saúde das pessoas. Um desses casos é a composição da cesta básica, que inclui, por exemplo, uma cota de açúcar branco. É um incentivo ao consumo de sacarose pura, na verdade uma droga cujos efeitos vão além da obesidade. E mais. Refrigerantes calóricos são classificados como produtos alimentícios. 
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Saiba mais:

O programa Repórter Justiça mostra como anda a alimentação dos brasileiros. A obesidade preocupa! Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade da população está acima do peso. Um alerta para as crianças, que cada vez mais comem alimentos "práticos", industrializados e passam boa parte do dia jogando vídeo game. "Hoje, é cada vez mais comum os pais trabalharem fora e não terem tempo para dedicar à refeição. Com isso, o jovem come muito fast food e macarrão instantâneo. Além disso, os jovens são muito ligados ao computador, ao tablet e cada vez menos saem para brincar na rua, o que resulta na obesidade infantil", afirma a endocrinologista Raquel Beviláqua.


FONTE

TV Justiça

Links referenciados

Ministério da Saúde
www.saude.gov.br

Repórter Justiça
www.youtube.com/user/reporterjustica‎

TV Justiça
www.tvjustica.jus.br