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25 de maio de 2010

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: A EXPERIÊNCIA DE GIRUÁ





Por Darci Bergmann

Em 1975, fui supervisor técnico de uma empresa multinacional. Nessa época conheci Giruá. As áreas urbanas da região já recebiam contingentes de agricultores que migravam para as cidades em busca de melhores oportunidades. Dessa época até hoje, as transformações da cidade são perceptíveis, especialmente no aumento da área urbana e na paisagem rural. A primeira porque a cidadezinha pacata encorpou e agora já define um perímetro central movimentado; subdividiu-se em bairros e tem subúrbios. A segunda porque tem lavouras de alta produtividade. O progresso chegou a Giruá, onde todas as prerrogativas de uma cidade estão presentes. Mas como em tudo, o crescimento urbano, o aumento populacional e a modernidade sempre impõem novos desafios. São os problemas de trânsito, de habitação, poluição visual, do barulho urbano, de emprego, do saneamento básico e da perda memorial, entre tantos outros que precisam de políticas públicas adequadas e uma devoção coletiva na busca de soluções.

                               Foto: Paisagem rural em Giruá: lavouras e remanescentes
                                         da mata original

Nos últimos sete ou oito anos, tenho percebido que a população de Giruá está imbuída de um sentimento coletivo de firmar uma identidade cultural. Quer resgatar os seus referenciais histórico-ambientais e tender para uma cidade sustentável. É uma agradável surpresa esse sentimento que atinge as lideranças em todos os setores da comunidade. Essa identidade histórico-cultural tem tudo a ver com preservação ambiental. Já começa pelo nome do Município, ligado a uma bela palmeira, o butiá. Pertence ao gênero botânico Butia, que tem várias espécies entre as quais a Butia yatay e a Butia paraguayensis.

A memória missioneira está em fase de consolidação e até o pároco local lidera uma reforma da bela Igreja Matriz, resgatando motivos da arquitetura jesuítica.
                                Igreja Matriz: restauração da memória missioneira

Entre os dias 20 e 22 de maio do ano corrente, a cidade sediou o 17º Seminário de Educação – Internacional. Em torno de seiscentas pessoas participaram, mostrando a preocupação de Giruá e região na busca de alternativas educacionais para os novos tempos. Esses novos tempos querem cidades com mais qualidade de vida, passando pela educação ambiental de cunho prático e não apenas conceitual. O tema meio ambiente foi inserido no evento e tive a honra de participar com o relato de experiências pessoais e diretrizes para a gestão ambiental nas escolas. As sementes lançadas certamente vão germinar em ações não só em Giruá, mas em outras cidades da região. As lideranças educacionais se preparam para a gestão ambiental nas escolas e há o mesmo sentimento nos demais setores da administração municipal, dos clubes de serviço, do legislativo e de outras entidades e pessoas. Uma cidade não se torna melhor por ser grande, mas sim pela qualidade de vida que pode proporcionar aos seus habitantes. Almejo que a experiência de Giruá em desenvolvimento sustentável seja exitosa e parabenizo o seu povo pela busca dessa alternativa.


21 de maio de 2010

PRÁTICAS AMBIENTAIS NO FAZER PEDAGÓGICO

                                         


Por Darci Bergmann

        Dentro da programação do 17º Seminário de Educação - Internacional, em data de 21 de maio corrente, ministrei  minicurso sobre o tema Práticas Ambientais no Fazer Pedagógico, em Giruá-RS. Em torno de 70 pessoas de vários municípios acompanharam esse minicurso. O Seminário reuniu um público estimado em 600 pessoas. Apresentei algumas experiências práticas que podem auxiliar na pedagogia das questões ambientais.
Práticas simples e que nem sempre precisam de estruturas complexas podem ser valiosas nessa questão.
        Entre os tópicos abordados há o que se refere à Gestão Ambiental na Escola, tendo como objetivo final a Escola Sustentável. Este é um conceito quem vem sendo trabalhado, tornando a escola mais dinâmica, ou seja, criando-se um cenário onde todo o espaço físico da instituição deve ser adaptado para uma nova forma de educação ambiental, a partir de um diagnóstico ambiental elaborado por um Grupo de Trabalho Ambiental, interdisciplinar.
       Roteiro para implantação da Gestão ambiental na Escola - como primeira medida, deve-se criar um Grupo de Trabalho Ambiental - GTA, composto por docentes, alunos e funcionários, tendo um coordenador. O GTA irá fazer um Diagnóstico Ambiental, a partir de observações e sugestões colhidas na comunidade escolar. O diagnóstico ambiental leva em conta os temas mais evidentes em cada escola, tais como resíduos sólidos, arborização, poluição sonora, água, energia, aspectos administrativos que podem auxiliar na reduçaõ de desperdíos, etc.
       Definição dos temas prioritários para serem trabalhados e cronograma por semestre ou ano. A cada semestre ou ano são adionadas novas ações, mas sem interromper aquelas já implantadas. Periodicamente fazer uma avaliação dos resultados e correção dos rumos se for o caso.
       Equipe diretiva - A equipe diretiva da escola deve ter a vontade expressa de implantar um sistema de gestão ambiental, pois o sucesso em grande parte dela depende. 
Uma vez constituído o GTA, realizado o diagnóstico ambiental, elencadas as prioridades e o cronograma de atividades, tudo fica mais fácil. Começar pelas ações mais simples, pois elas quase sempre dão melhores resultados.