24 de fevereiro de 2010

FUMO E MEIO AMBIENTE

                                                                            

Por Darci Bergmann


Desnecessário dizer que fumar prejudica a saúde. Até os fumantes sabem dos riscos que correm. O difícil, ao que parece, é conscientizá-los de que o tabagismo afeta a saúde de quem não fuma quando exposto à fumaça tóxica. O mesmo tabagismo é causa de grandes prejuízos ao meio ambiente.
       A poluição já inicia no plantio do fumo. Nessa cultura são utilizados agrotóxicos entre eles herbicidas e inseticidas. Parte desses agrotóxicos atinge os cursos de água e parte se infiltra nas camadas mais profundas do solo. O fumo, depois de colhido, é armazenado em grandes depósitos. Ali ele está sujeito ao ataque de pragas como traças, gorgulhos e outras. Então recebe nova carga de pesticidas. Antes de chegar ao consumidor o cigarro ou seu similar já causou prejuízos à Natureza.
      Além da poluição do ar pela combustão de cigarros e assemelhados, ocorrem queimadas nos campos e matas com grandes prejuízos à biota e ao patrimônio. Somam-se a isso os incêndios em moradias e prédios em geral. As estatísticas revelam que o cigarro está entre os maiores causadores de incêndios. Assim, o simples hábito de fumar desencadeia uma gama de conseqüências que atinge o Planeta como um todo.
       O fumante é vítima e causa de outras vítimas na ciranda perniciosa do tabagismo. Ele é um consumidor cativo que sacrifica a sua saúde para sustentar a cadeia produtiva do tabaco e os impostos do Estado. O fumante é o hospedeiro de parasitas de toda a ordem que lhe sugam a saúde e o dinheiro às vezes minguado. Do seu consumo dependem milhares de produtores, trabalhadores em fábricas de cigarro e os lucros polpudos de empresários do setor. Do seu consumo resultam impactos ambientais como contaminação do ar, do solo, incêndios e gastos na área da saúde, solapando os recursos dos tributos arrecadados.
       Um amigo meu, que se livrou do tabagismo, disse: eu, enquanto fumante, era um tolo que sentia prazer em ser parasitado e ainda pagava por isso. Não é por outra razão que uma empresa fabricante de cigarros chegou a divulgar uma frase até cínica: obrigado por fumar. Em outras palavras seria dizer: obrigado, seu tolo, o seu vício é o meu lucro e a sua saúde não me interessa.
        Outros que eram fumantes, tiveram ou ainda têm problemas de saúde que poderiam ter sido evitados. Eu próprio tive experiência amarga com tabagismo. Meus pais eram fumantes. Contraíram doenças ligadas ao tabagismo: ele com enfisema pulmonar, ela com problemas cardíacos. Eu também por algumas vezes dava minhas pitadas. Depois eu percebi a minha tolice. Parei quando constataram que meu pai, aos 52 anos, já tinha sinais de enfisema pulmonar. A partir daí tornei-me um antitabagista. Por isso, caro leitor, se você fuma, tome uma decisão inteligente: pare de fumar. Sua saúde e o Planeta lhe agradecerão.

Foto: Darci Bergmann

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