Pesquisadores da Universidade de Caen e Rouen, na França, conduziram avaliação detalhada sobre efeitos de transgênicos na saúde de mamíferos. Os resultados mostram efeitos colaterais no fígado e rins, danos no coração, glândula supra-renal, baço e sistema hematopoiético (responsável por formar os constituintes do sangue).
Os cientistas analisaram os dados de três estudos sobre alimentação de cobaias (ratos), realizados pela Monsanto ou em nome da Monsanto. Os estudos, que tiveram a duração de apenas 90 dias, avaliaram os milhos transgênicos MON 810, MON 863 (ambos tóxicos a lagartas) e NK 603 (tolerante à aplicação do herbicida glifosato).
Os estudos foram fornecidos pela Monsanto às autoridades de saúde para obter a autorização para comercializar os produtos, mas os pesquisadores só conseguiram a íntegra dos documentos da Monsanto através de uma ação judicial.
As conclusões dos cientistas a partir da análise dos dados brutos são bem diferentes das conclusões da multinacional sobre os mesmos dados. Segundo Gilles-Eric Séralini, um dos autores da nova avaliação, as autoridades de saúde se baseiam na leitura das conclusões apresentadas pela Monsanto e não no conjunto dos números.
Os pesquisadores concluíram que todos os três transgênicos avaliados contêm novos resíduos de agrotóxicos que estarão presentes nos alimentos e rações e poderão apresentar graves riscos de saúde a quem consumi-los. Eles também defenderam a proibição imediata da importação e do cultivo destes transgênicos e recomendaram a condução de estudos adicionais com alimentação de cobaias de longo prazo (mais de dois anos) e multigeracionais, envolvendo pelo menos três espécies, para fornecer dados realmente válidos cientificamente sobre os efeitos agudos e crônicos das lavouras, alimentos e rações transgênicas.
O texto acima foi publicado na Comunidade do Greenpeace, no Orkut, 04/01/2010, no tópico O MUNDO SEGUNDO A MONSANTO LEGENDADO NO YOUTUBE.
Comentários de Darci Bergmann:
Foto: Antônio Eduardo Lanna
Qualquer semelhança de procedimento com o que vem ocorrendo com o Clomazone, marca comercial Gamit e Gamit 360, da multinacional FMC, talvez não seja mero acaso. Esses herbicidas estão fazendo uma devassa na biodiversidade do Bioma Pampa e já causam enormes prejuízos aos pequenos produtores. Num estudo feito em São Paulo, o autor cita que o Clomazone tende a se acumular no fígado. Sobre a meia vida do produto, após a aplicação, as discrepâncias de informações são grandes. Vão de vinte e poucos dias até quase quatro meses. Sobre o metabolismo, isto é, a degradação, existe uma cortina de fumaça. Não dizem claramente qual o potencial fitotóxico dos metabólitos ou mesmo da sua toxidade sobre os mamíferos e a fauna em geral. As empresas apresentam às autoridades estudos parciais sobre os produtos que querem registrar. Omitem informações que elas mesmas produziram. As pesquisas quase sempre se baseiam em experimentos de curto prazo, ou sem levar em conta outros aspectos ambientais. Por exemplo: uma situação de experimento de herbicidas em canteiros e aplicação com pulverizadores tipo costal é bem diferente daquilo que ocorre na prática, em áreas maiores e pulverização aérea. Se faltam informações aos técnicos, que garantia teriam os consumidores?
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