Por Darci Bergmann
A impressão que eu tive foi de um debate fraco em relação aos temas ambientais. Com exceção de Marina Silva, os candidatos não deixaram claras as suas propostas. Excetuando-se alguns tópicos pontuais, o tema ficou diluído entre os assuntos recorrentes segurança, educação e saúde, com as variantes de praxe. Há quem pense que a grande gama de questões que envolvem a administração pública não permite o avanço nas discussões sobre meio ambiente. Se verdadeiro isso, é lamentável. Quase todas as questões da nossa sociedade passam pela temática ambiental. Nenhum país, nem a humanidade como um todo, poderá ter um desenvolvimento em bases sólidas se não o fizer dentro dos princípios da sustentabilidade ambiental. Educação e saúde estão intimamente ligados aos temas ambientais. Educação não é só construir escolas, mas um contexto muito mais amplo e profundamente ligado à questão ambiental. Educar para que? Que modelo de sociedade queremos? Aquela consumista e de competição? Como está o nosso ambiente? Estas são algumas questões básicas ligadas à educação. E pela degradação ambiental escancarada pode-se deduzir que as coisas precisam melhorar e muito nessa área. A teorização até que existe, mas na prática a realidade é outra.
O tema saúde é estreitamente ligado ao meio ambiente. Mas as discussões se limitam ao saneamento básico visto sob a ótica de obras gigantescas. Não se trabalha a questão de projetos alternativos, descentralizados. Pouco se falou sobre isso nos debates. Nesse último não foi diferente.
Talvez as agendas dos candidatos não permitam aprofundar esssas questões. Por isso, entendo que um segundo turno nas eleições teria essa função de esclarecer melhor. Alguns pensam que isso é um gasto a mais, uma perda de tempo. Sou da opinião que os grandes temas nacionais devem ser melhor analisados pela sociedade. E quando um tema de grande interesse para a nossa e as futuras gerações não pode ser esmiuçado por quem deseja governar o Brasil, é bom que haja um segundo tempo no jogo eleitoral.
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