Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore: Educação ambiental em sala de aula viva

Fotos acima: Integrantes da Escola Estadual João Goulart

Por Darci Bergmann
O dia 5 de junho é dedicado ao meio ambiente. Certo? Não penso assim. Todos os dias do ano são oportunidades para se fazer algo pela preservação ambiental. A data citada serve como reflexão sobre o tema, sobre caminhos e descaminhos na nossa relação com a natureza.
Foi com esse foco que a Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural - ASPAN - realizou uma série de atividades envolvendo diversas instituições de ensino. As datas alusivas a temas ambientais sempre são lembradas nas escolas e assim oportunizam a reflexão e algumas atividades para ampliar conhecimentos. Mas que não fique só nisso. A educação ambiental só se dá na prática quando as instituições implantarem grupos de trabalho ambiental - GTA - de forma multidisciplinar. Esses grupos de trabalho podem elaborar um projeto permanente, tipo Escola Sustentável e a partir daí desenvolver uma gama de ações ao longo de todo o ano.
A ASPAN se prontificou a receber estudantes, professores e público em geral ao longo do ano 2011 para repassar experiências de práticas sobre manejo de resíduos sólidos com ênfase na compostagem. Os resíduos orgânicos aqui em São Borja, compõem quase a metade do chamado lixo domiciliar.

Estudantes da UNIPAMPA assessoram a ASPAN

Estudantes da UNIPAMPA conhecem Projeto SEMEAR e divulgam trabalho da ASPAN

Estudantes da UNIPAMPA se integraram ao Projeto SEMEAR e auxiliam na divulgação dos trabalhos e contatos com entidades interessadas. A parceria trouxe resultados positivos e a partir daí novas atividades foram estruturadas e culminaram com uma série bem sucedida até agora de oficinas palestras no Centro Ambiental que mantenho na área urbana. Pessoalmente tive de cancelar algumas atividades profissionais para me dedicar às palestras e organização do espaço físico. Para mim isso representa uma perda financeira, mas em compensação realizo um trabalho que me gratifica como ser humano. Não sei até quando posso manter essa disposição. As decepções ficam por conta de que a ASPAN não tem apoio nenhum do poder público e eu pessoalmente sou penalizado com uma alta "taxa de lixo" no mesmo espaço ambiental, onde faço a compostagem e colaboro na educação de jovens e adultos. Digo isso porque uma lei anacrônica estabelece taxa de lixo sobre o tamanho da propriedade e não sobre o lixo realmente produzido. Também por interesses eleitoreiros milhares de pessoas estão isentas de pagarem a taxa de lixo - ou seja lixo domiciliar - e assim a conta deve ser paga por outros contribuintes. É o maior disparate em termos de educação ambiental. Quem produz lixo deve pagar de alguma forma até para que haja a reversão no consumo. Essas famílias - ditas de baixa renda - já são isentas de IPTU. A isenção da taxa de lixo é pura demagogia e de fato não educa. Basta ver os resíduos de guloseimas e supérfluos amontoados próximo de algumas dessas residências. A Prefeitura deveria ensinar-lhes a fazer a compostagem, até incentivando com material de construção para fazer os dispositivos - as composteiras. Assim poderia se reduzir em quase 50% o lixo recolhido e isso seria abatido na taxa anual. Isso sim educa e muda uma realidade.
Enquanto isso, ASPAN e voluntários vão tocando projetos como o SEMEAR, na esperança de que as sementes lançadas resultem em cidadãos mais responsáveis ambientalmente. Dia 5 de junho, dia Mundial do Meio Ambiente, Dia da Ecologia, dia de reflexão. Reflete comigo: será que eu estou fazendo a minha parte?