RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA:
NENHUM LUGAR PARA SE ESCONDER
Por Arthur Firstenberg*
Uma nuvem de poluição eletromagnética invisível nos envolve, destruindo a saúde de muitos que não sabem o motivo de estarem adoecendo.
Por ninguém dar importância às numerosas evidencias de que estamos fritando nossos cérebros?
Hoje sou um sem lar. Meus proventos não me garantem abrigo. Minha boa saúde não mais assegura a minha sobrevivência. Meus amigos estão incapacitados de me ajudar. Estou morrendo, mas a lei não me oferece proteção.
Durante oito anos proporcionei advogados e apoio, na América do Norte e em outros lugares do mundo, para pessoas em circunstâncias similares. Algumas estão com epilepsia, ou doenças cardíacas, ou diabetes, ou câncer. Algumas estão com alergia ou asma. A maioria, contudo, assim como eu, está em aparente boas condições físicas. A agressão que estamos sofrendo é de um aumento radical da poluição eletromagnética, ou poluição elétrica, que está envolvendo a Terra.
Em 1982, estava cursando o último ano da escola de medicina e com a perspectiva futura de uma carreira promissora. Durante vários meses, tive dores de cabeça e dificuldades de concentração e memória. Então, durante uma cirurgia, senti dores paralisantes em meus quadris, ficando muito difícil continuar a auxiliar em operações. Meus batimentos cardíacos reduziram-se para menos de 50. Num dia entrei em colapso e não tinha condições sequer de me levantar. Meu peito doía e não conseguia respirar direito. Tinha certeza de que estava sofrendo um ataque cardíaco. Durante as duas semanas seguintes perdi 30 quilos. Há que se considerar que eu já era magro quando tudo isto começou.
Não era um ataque cardíaco, mas passados seis meses disto, não tinha forças para subir escadas, além de ficar ofegante. Três anos após isto, já estava forte o suficiente para esquiar novamente. Sete anos após o ocorrido conheci alguém que validou minha experiência própria de que ficar perto de certos aparelhos elétricos, tais como aparelhos de televisão e computadores, me fizeram doente e que ficar afastado disto tudo, me tornou saudável novamente. Contudo, apesar de descobrir como me manter saudável, gradualmente descobri que, na realidade, estava me tornando um incapacitado para minha sociedade.
Tendo tropeçado em um segredo obviamente muito bem guardado, pesquisei a literatura mundial sobre bioeletromagnetismo (ou os efeitos biológicos do eletromagnetismo) e me tornei um especialista no assunto. Aprendi que aparelhos de eletrocauterização, utilizados em todas as operações cirúrgicas modernas para atravessar os tecidos estancando o sangue, expõem os cirurgiões a níveis de sinais radioelétricos muito mais elevados do que os limites permitidos a trabalhadores de qualquer outra indústria.
Aprendi que havia uma doença, minuciosamente descrita na literatura médica na Rússia e no leste europeu, chamada de doença da onda de rádio, cuja existência foi freqüentemente negada pelas autoridades ocidentais. Tal descrição me fez lembrar da “doença desconhecida”, que descarrilhou minha carreira de médico. Bradicardia, ou um baixo batimento cardíaco, era indicado nesses textos como um sintoma grave.
Devido ao fato de não existir mais nenhum local de trabalho (NT. nos Estados Unidos) onde não haja radiação, nunca mais consegui um emprego, desde 1990. Resignei-me a viver somente com a Seguridade Social para Incapacitados e aprendi, juntamente com outros membros do grupo de apoio que encontrei, a viver o melhor possível com minha incapacidade. Isto basicamente significou aprender a evitar qualquer exposição a campos eletromagnéticos. Porém, em maio de 1996, para minha consternação, soube que uma inovação estava chegando em minha cidade. Inovação esta que me ameaçava, pois representava o fim de qualquer possibilidade de evitar por completo minha exposição às radiações.
Naquela época os telefones celulares eram ainda um item luxuoso, que funcionava somente em alguns lugares. As pessoas de então não tinham o costume de estarem conectadas quando saíssem de casa e, mesmo dentro de casa, ainda tinham telefones com fios. A maioria não estava acostumada a portar aparelhos que emitem radiação de microondas próxima a seus cérebros.
Em 1996, a indústria de telecomunicação começou uma campanha de marketing projetada para mudar isto tudo. Em dezembro daquele ano, no país inteiro, telefones celulares digitais estariam, aos montes, nas listas de compra de natal. E para tornar tudo possível, dezenas de milhares de antenas estariam sendo erguidas em torres, prédios, campanários de igrejas e postes em todo o país, antes do natal, além de centenas de milhares mais, durante os próximos anos.
Em resposta a esta emergência, juntamente com alguns amigos, criamos a Força Tarefa do Telefone Celular e contatamos todas as autoridades públicas que podíamos, assim como a imprensa, para alertá-los sobre os perigos. Apesar disto, em 14 de novembro de 1996, a Omnipoint, o primeiro provedor de celulares digitais da cidade de Nova Iorque, abriu o comércio e a transmissão a partir de milhares de antenas recém erguidas nos telhados dos edifícios de apartamentos. De acordo com as autoridades de saúde, uma gripe prematura atingiu a cidade de Nova Iorque (não atingindo nem Boston, nem Filadélfia), justamente em 15 de novembro. Esta gripe foi severa e teve um período prolongado, em muitos casos arrastando-se por meses ao invés de duas semanas, como é o usual.
No período do natal daquele ano, a Força Tarefa do Telefone Celular colocou um pequeno classificado em um jornal semanal gratuito. Nele lia-se: “Se você está doente desde 15/11/96, apresentando algum destes sintomas: dor no olho, insônia, lábios secos, garganta inflamada, pressão ou dor no peito, dores de cabeça, tontura, náuseas, tremores, outras dores e sofrimentos, ou gripe que não cura nunca, você pode estar sendo vítima de um novo sistema de microondas que está cobrindo a cidade. Precisamos ouvir você.” E realmente ouvimos várias pessoas. Centenas responderam, homens, mulheres, brancos, negros, asiáticos, latinos, doutores, advogados, professores, corretores, comissários de bordo, operadores de computador. A maioria havia acordado, repentinamente, no meio de novembro, pensando que estava sofrendo uma parada ou ataque cardíaco, ou um colapso nervoso. Ficaram aliviadas em saber que não eram os únicos e que tão pouco estavam malucos..
Mais tarde, analisei as estatísticas semanais de mortalidade do Centro de Controle de Doenças publicadas com base em 122 cidades estadunidenses. Cada uma das dezenas de cidades registrou um aumento de 10 a 25% da mortalidade, nos dois ou três meses que se seguiram ao dia em que, em 1996 ou 1997, em cada uma destas cidades, a primeira rede de telefonia digital iniciou seus serviços comerciais. Publiquei tanto os dados puros, quanto as análises completas, com gráficos. Isto apareceu em No Place Hide (nenhum lugar para se esconder), um periódico investigativo publicado por nossa organização. No momento estou trabalhando com cientistas na Europa para expandir este estudo para outros países.
Em fevereiro de 1996, o Congresso estadunidense aprovou uma lei proibindo os governos locais de negarem autorizações para antenas de telefonia celular por se basearem em preocupações ambientais. A única exigência era que cumprissem todas as regras da Comissão Federal de Comunicações (FCC). Também soube que esta comissão recém havia publicado regulamentações, estabelecendo limites públicos de exposição às radiações de microondas no mínimo dez vezes superiores aos níveis de acordo com a EPA (Agência de Proteção Ambiental) e que estavam causando problemas de saúde em todo o mundo. Níveis que eram no mínimo dez mil vezes maiores do que os níveis que me obrigaram a deixar para trás minha casa, minha família e meus amigos, e tocar minha vida sem nunca poder voltar para casa novamente.
A Força Tarefa do Telefone Celular, juntamente com outras 50 organizações de base e também indivíduos, ao redor dos Estados Unidos, envolveram-se em uma contestação legal dos padrões absurdos da FCC e sua precedência em relação ao controle local. Esta contestação percorreu todo o caminho até a Corte Suprema dos Estados Unidos. Dezenas de cidades, vilas e autoridades públicas, incluindo vários senadores e representantes dos Estados Unidos incluíram notas clamando a Alta Corte a escutar nossa causa. Mas em janeiro de 2001, a Corte Suprema, sem comentários, recusou.
Você ouvira declarações de supostos especialistas – sempre os mesmos alguns, pagos pela indústria das telecomunicações – de que os efeitos dos telefones celulares/torres de celulares/radiações de microondas têm sido provados serem seguros através de inúmeros estudos. É uma mentira fácil. Algo que a grande empresa têm sido ávida em propagar. Tais estudos não existem. Bem ao contrário: tem sido mostrado que, assim como que para os raios X, não existe nível seguro de exposição às radiações de microondas e é muito fácil demonstrar os efeitos danosos a tal ponto que é necessário muita habilidade para montar algum tipo de experimento em que os efeitos não se apresentem. No entanto, é mais difícil mostrar os efeitos hoje do que era há dez anos arás, por que, no presente, o planeta inteiro está exposto, tornando quase impossível realizar experimentos que utilizem como referência situações em que não há exposição alguma. Mas a maioria dos experimentos, de qualquer forma, mostram efeitos – no ritmo do batimento cardíaco, nas ondas cerebrais, na circulação do sangue no cérebro, sobre o sono, sobre os olhos, sobre as gônodas, sobre a pele, sobre a audição, sobre o metabolismo, sobre o cálcio, sobre a melatonina, sobre a glicose, sobre o bem estar humano. Se você quiser encontrar, é só procurar. Zorach Glaser revisou 5.000 estudos da Marinha dos Estados Unidos durante somente a década de 70. Após1982, os Estados Unidos cessaram de financiar o trabalho de catalogação de Glaser. Mas a torrente de pesquisas alarmantes continuou ocorrendo em todo o mundo.
Do volume total de literatura que vi, certos resultados destacam-se em minha mente.
Nos anos 60, Allan Frey foi o primeiro a descobrir que pessoas e animais podem ouvir microondas pulsadas de baixa energia. Ele também fez alguns dos primeiros estudos, mostrando como os ritmos cardíacos são perturbados pelas microondas, e como a comunicação sangue-cérebro fica comprometida, permitindo que moléculas grandes vazem através dela, expondo o cérebro a potenciais danos.
O oftalmologista Milton Zaret foi o primeiro a descrever cataratas causadas pelas microondas de baixa energia. Os canadenses Tanner, Romero-Sierra e Bigu Del Blanco trabalharam com periquitos, galinhas, pombos e gaivotas. Os pássaros evitam os campos de microondas se puderem e desmaiam em segundos quando não conseguem. Pássaros sem pena não apresentam tal angústia e estes pesquisadores, desta forma, demonstraram que as penas agem como antenas, levando energia de microondas para os pássaros. Trinta anos após isto, Alfonso Balmori Martinez cuidadosamente documentou o declínio e o desaparecimento das cegonhas brancas, do pardal caseiro e de morcegos sem cauda nas vizinhanças de estações básicas de telefonia celular.
A idéia de que existe um limite de tolerância à exposição, abaixo do qual as radiações de microondas podem ser consideradas seguras, por inúmeras vezes tem sido provada incorreta. Em Moscou, Igor Belyaev descobriu efeitos de ressonância em DNA de bactérias ocorrendo a níveis de exposição10.000.000.000.000.000 vezes menores do que a exposição média oriunda de um telefone celular.
W. Grundler, na Alemanha, descobriu efeitos no crescimento de células de leveduras, também em níveis de exposição próximos de zero.
No inicio dos anos 90, o governo da Suíça, encomendou um estudo em resposta às queixas de insônia da população próxima a um transmissor de ondas curtas da localidade de Schwarzenburg. Os residentes mantiveram um diário de sono e não sabiam quando a estação estava ligada ou desligada. Os investigadores descobriram que o transmissor estava perturbando o sono num raio de algumas milhas e devido a esta descoberta aquela estação de rádio foi permanentemente fechada.
Uma estação de radar de aviso antecipado teve que ser convenientemente descomissionada em Skrunda, Latvia, após o final da Guerra Fria. Antes de ter a operação interrompida, um esforço coordenado foi feito para determinar se a estação havia provocado quaisquer efeitos ambientais. Times de pesquisadores encontraram tais efeitos para onde quer que olhassem, até mesmo considerando níveis extremamente baixos de exposição: anéis de crescimento menores nas árvores; envelhecimento precoce das agulhas dos pinheiros; danos aos cromossomos de vacas; diminuição da memória, da atenção do aprendizado e das funções pulmonares em crianças na faixa escolar; aumento dos glóbulos brancos no sangue de pessoas adultas e alteração na proporção sexual (mais meninas) nas crianças nascidas durante os anos da operação do radar.
Na Alemanha, Wolfgang Volkrodt mostrou que há uma conexão muito mais forte entre a mortes de florestas e as radiações de microondas, do que com a chuva ácida. Wolfgang Losscher e Gunther Kas documentaram doenças em vacas leiteiras causadas por torre de celulares. Incluindo aí decréscimo na produção de leite, infertilidade, abortos, deformidades nos nascimentos, problemas comportamentais e morte prematura. Autópsias revelaram que as vacas morreram de colapso circulatório agudo e sangramento em vários órgãos.
Na França, Roger Santini descobriu que, quanto mais próximo às pessoas vivem de torres de celulares, mais tendem a apresentar problemas de tonturas, náuseas, perda de memória e outros sintomas neurológicos. Cláudio Gómez Perretta obteve resultados similares na Espanha. O governo holandês financiou dois experimentos às cegas em um laboratório. As pessoas que foram expostas, sem o saber, a sinais de torres de celulares apresentaram tonturas, nervosismo, dores no peito, respiração curta, torpor e coceiras, fraqueza e dificuldades de concentração.
Mais recentemente, Neil Cherry descobriu que as taxas de câncer infantil em São Francisco eram uma função da proximidade à antena Sutro Tower. Olle Johansson e Orjan Hallberg demonstraram que as oscilações na taxa de incidência de asma e de certos tipos de câncer, durante o século XX, seguem em paralelo e acompanham as mudanças na exposição pública a ondas de rádio, em cada país em que pesquisaram. Demonstraram que as ondas de rádio causam câncer de pulmão tanto quanto o tabagismo.
O mais recente trabalho de Leif Salford sobre a barreira de troca iônica do sangue no cérebro, ratificou o trabalho anterior de Allan Frey e outros, mas com descobertas adicionais e ameaçadoras. Os animais expostos a telefones celulares durante duas horas apresentam áreas de células mortas no cérebro dois meses depois. Salford chamou os telefones celulares do “maior experimento biológico mundial jamais realizado antes”. Seu trabalho fornece sólidas evidências para aqueles que advertem que cada chamada de telefone celular danifica células do cérebro e que telefones celulares, assim como cigarros, causam danos tanto aos usuários quanto às pessoas não usuárias que estejam na volta. Suas descobertas são particularmente alarmantes sob a luz das pesquisas – por Santini na França e por Sandstrom e Mild na Suécia – mostrando que até 25% dos usuários de telefones celulares experimentam sintomas neurológicos tais como tontura, dores de cabeça, perda de memória, fadiga e sensações de coceira.
Até agora 1.200 médicos na Alemanha (2.000 em termos mundiais) assinaram uma petição pedindo severas restrições à tecnologia sem fio porque estão presenciando um crescimento dramático de certas doenças e sintomas em seus pacientes – sintomas que eles atribuem somente à radiação de microondas no ambiente. As doenças incluem: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, flutuações extremas da pressão sanguínea, arritmias cardíacas, ataques e paradas cardíacas em jovens, mal de Alzheimer, epilepsia, leucemia e tumores cerebrais. Os sintomas incluem: dores de cabeça, enxaquecas, fadiga crônica, agitação, distúrbios do sono, zumbidos, dores de origem desconhecida nos tecidos nervosos e conjuntivo, além de suscetibilidade à infecções. O abaixo-assinado, pede uma redução significativa dos limites de exposição; fim da expansão da tecnologia de telefones celulares; áreas livres de antenas e de aparelhos celulares; banimento do uso de celulares por crianças e um banimento da utilização de celulares e de aparelhos sem fio em escolas, hospitais, casas de saúde, prédios públicos e transporte público.
O Departamento de Serviços de Saúde da Califórnia, baseado em uma pesquisa por telefone, recém concluiu que 120.000 californianos (por extrapolação, 1.000.000 de estadunidenses) deixaram seus postos de trabalho devido à poluição eletromagnética em seu local de trabalho. As pessoas que abandonaram seus lares por tal motivo não estão sendo contabilizadas por ninguém.
A pessoa mais graduada que já anunciou que os telefones celulares, os telefones sem fio e os computadores fizeram-na adoecer é ninguém mais do que Gro Harlem Brundtland, uma médica doutora, mestre em saúde pública, ex-primeira ministra da Noruega e, até 2003, Diretora Geral da Organização Mundial da Saúde. Mesmo uma personagem tão destacada da arena global tem sido incapaz de chamar a atenção mundial para este apuro coletivo, ou de qualquer forma diminuir o crescimento das telecomunicações sem fio, ou até mesmo colocar este assunto na pauta como um temática ambiental.
Isto deve acontecer. Muitas pessoas inteligentes, profissionais, pessoas importantes estão vagando pelos Estados Unidos, sem casa, no ostracismo, roubadas de seus direitos civis, com nenhum lugar para se assentar. Muitas cometeram suicídio porque perderam a esperança, sofreram durante muito tempo, tiveram que romper com suas raízes e abandonaram várias vezes suas vidas sociais.
Dentro da indústria de telecomunicações, muitas pessoas que realizam testes de equipamentos, instaladores e pessoas que efetuam reparos e que estão com a doença das ondas de rádio estão com medo de falar ou até mesmo nem saber porque estão doentes.
Muitos radares, antenas e instrumentos de comunicação estão sendo dispostos pelos governos, serviços militares, emergências, para uso comercial e pessoal, tanto nos países desenvolvidos, como nos em desenvolvimento e, também, no espaço sideral, a ponto de não existir mais lugar para se esconder disto. Até mesmo astrônomos estão falando seriamente de que o lado oculto da lua é o único lugar que ainda é quieto o suficiente, considerando-se o espectro de rádio.
*Arthur Firstenberg é o fundador e diretor da Força Tarefa do Telefone Celular, uma organização sem fins lucrativos que dissemina informações sobre poluição eletromagnética e provê advogados e apoio para as vítimas deste tipo de poluição. Ele é o editor da publicação da força-tarefa chamada, No Place to Hide (nenhum lugar para se esconder) e também autor de Microwaving our Planet: The Environmental Impact of Wireless Revolution (1996) (Envolvendo Nosso Planeta com Microondas: Os Impactos Ambientais da Revolução da Tecnologia Sem Fio).
Fonte: The Ecologist Brasil – 2005
Tradução do artigo: Leticia Ludwig Loder e Rejane Maria Ludwig
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OMS classifica celular como possível causa de câncer cerebral
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (Iarc) vincularam nesta terça-feira que o uso de celulares pode causar câncer cerebral em seres humanos. De forma conjunta, as organizações anunciaram em Lyon (sudeste da França) que os campos eletromagnéticos gerados pelas radiofrequências desse tipo de dispositivos são considerados "possivelmente cancerígenos para os humanos".A OMS e a Iarc basearam a decisão dessa classificação nas evidências obtidas sobre o impacto desses campos eletromagnéticos na origem dos gliomas, um tipo maligno de câncer cerebral. Embora não tenham quantificado o risco, o grupo de trabalho OMS-Iarc referiu-se que o estudo, com dados de até 2004, detectou aumento de 40% no risco de gliomas entre os usuários mais frequentes de celulares, ou seja, os que utilizam em média 30 minutos por dia em um período de dez anos.
O estudo ressalta, no entanto, que as evidências do risco de glioma e de neurinoma acústico são "limitadas" para os usuários de celulares, o que significa que há uma "associação positiva" crível entre a exposição ao agente e o câncer, mas que não é possível excluir outros fatores no desenvolvimento deste.
O responsável pelo grupo de trabalho constituído pela OMS e a Iarc, Jonathan Samet, da University of Southern Califórnia, declarou que as provas reunidas até agora "são suficientemente sólidas (...) para a classificação do tipo '2B'". Esta categoria é uma das que a Iarc utiliza para identificar os fatores ambientais que podem aumentar o risco de câncer em seres humanos e entre os quais estão substâncias químicas, exposições trabalhistas e agentes físicos e biológicos, entre outros.
Desde 1971, a Iarc analisou mais de 900 agentes, dos quais 400 foram identificados como cancerígenos ou potencialmente cancerígenos para os seres humanos. O grupo "2B" inclui os agentes com "evidência limitada de carcinogênese em humanos" e o "2A" aqueles que são "provavelmente cancerígenos" para os humanos.
No primeiro grupo, o "1", a Iarc inclui os agentes com "evidências suficientes" que são cancerígenos para os seres humanos. A conclusão do grupo de trabalho em Lyon é que "poderia haver algum risco e que, portanto, temos de vigiar de perto o vínculo entre os celulares e o risco de câncer", acrescentou Samet.
Christopher Wild, diretor da Iarc, acrescentou que, "dadas às potenciais consequências destes resultados e desta classificação para a saúde pública, é importante que se investigue mais a longo prazo o uso intensivo de celulares".
"Faltando essa informação, é importante tomar medidas pragmáticas para reduzir a exposição a equipamentos como os fones de ouvido para celulares", acrescentou Wild.
Fonte: terra
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OMS anuncia que radiação de celular pode causar câncer
LAíS CAMARGO 31/05/2011 14h08
As radiações emitidas por telefones celulares foram classificadas como "possivelmente cancerígena para os seres humanos." pela Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje (31). A agência lista o uso do telefone móvel como potencial causador de câncer, mesma categoria do chumbo, escapamento de motor de carro e clorofórmio. A informação foi publicada no site CNN Health.
Antes do anúncio de hoje, a OMS havia garantido aos consumidores que a radiação não tinha sido relacionada a nenhum efeito nocivo à saúde.
Uma equipe de 31 cientistas de 14 países, incluindo Estados Unidos, tomou a decisão depois de analisar estudos revisados por especialistas sobre a segurança de telefones celulares.
Isto significa que não existem estudos suficientes a longo prazo para concluir se a radiação dos telefones celulares é segura, mas há dados suficientes que mostram uma possível conexão, e que os consumidores devem ser alertados.
O tipo de radiação que sai de um telefone celular é chamado de não-ionizante. Não é como um raio-X, mas mais como um forno de micro-ondas de baixa potência.
"O que a radiação do micro-ondas faz, em termos mais simples, é semelhante ao que acontece aos alimentos no micro-ondas: cozinha o cérebro", disse Keith Black ao site da CNN, neurologista do Centro Médico Cedars-Sinai, em Lós Angeles.
A OMS classifica os fatores do ambiente em quatro grupos: cancerígenos --ou causadores de câncer-- para o homem; possivelmente cancerígeno para os seres humanos; não classificados quanto ao risco de câncer para o homem; e provavelmente não cancerígeno para os seres humanos.
O tabaco e o amianto estão na categoria "cancerígeno para os seres humanos". Chumbo, escapamento do carro e clorofórmio estão listados como "possivelmente cancerígeno para os seres humanos".
O anúncio foi feito do escritório da OMS em Lyon, na França, após o número crescente de pedidos de cautela sobre o risco potencial da radiação do celular.
A Agência Europeia do Ambiente pediu mais estudos, dizendo que os telefones celulares podem ser tão nocivos para a saúde pública quanto o tabagismo, o amianto e a gasolina.
O líder de um instituto de pesquisa do câncer da Universidade de Pittsburgh enviou um memorando a todos os funcionários, pedindo a diminuição do uso do celular por causa de um possível risco de câncer.
A indústria de telefonia celular afirma que não há provas conclusivas de que a radiação dos aparelhos cause impacto sobre a saúde dos usuários.
O anúncio de hoje pode ser um divisor de águas para as normas de segurança. Os governos costumam usar a lista da Organização Mundial de classificação de risco cancerígeno como orientação para as recomendações de regulamentação ou ações.
Fonte:Correio do Estado
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