6 de janeiro de 2012

Aventura com os tatus



            Por Ana Luísa Bergmann Cardoso ( 9 anos)*

Hoje dia 6 de janeiro aconteceu uma grande aventura. Nós, eu minha mãe e o vô Darci fomos na chácara do vô e fizemos uma pequena faxina, quando estávamos quase no fim  eu e minha mãe fomos picadas por vespas e saímos correndo.
    Depois fomos dar uma caminhada pela mata, passamos por muitas árvores e o vô conhecia cada uma e sabia os nomes de todas, ouvimos barulho de vários pássaros e muito da gralha, e por lá tinha passado um veado porque tinha excremento dele e também capim que cossava.
    E vimos dois tatus um eu consigui chegar bem perto menos de um metro de distância.
Ele se alimenta de insetos minhocas e larvas, e quando o vô regava as plantas ele colocava pedras em volta para os tatus não mexerem, porque minhocas inham lá e os tatus esperavam por uma sobremesa.


* Notas do Blog: 1) O texto, sem correções, é cópia fiel do manuscrito feito pela Ana Luísa e mostra as percepções da mesma numa tarde de campo, em 06/01/2012, no Sítio Itaperajú, em São Borja/RS.
2) Os excrementos de veados foram vistos em vários locais do pequeno sítio e a espécie ainda não confirmada. No entorno existem áreas de antigas lavouras em sistema de pousio e os capins altos e arbustos garantem proteção aos animais. Isto mostra que pequenos refúgios cercados de áreas de pouca movimentação de pessoas, cães e máquinas possibilita a ocorrência de muitas espécies da nossa fauna. O número de bugios, em dois grupos, já ultrapassa os vinte animais. Ocorrem ainda o graxaim-do-campo, o mão-pelada, o furão, o zorrilho, o gambá, o ouriço, entre outros mamíferos. O número de espécies de aves é expressivo, se levada em conta a pequena área do sítio.
3) Nessa época de poucas chuvas, estão sendo regadas mais de mil mudas de espécies arbóreas nativas em vários pontos da chácara. Os tatus saem ao anoitecer em busca de alimento. A terra úmida em torno da muda é refúgio para minhocas e larvas e os tatus a revolvem para delas se alimentarem. Com isso, as raízes das mudas ficam expostas ao vento, causando mortandade das plantas. A solução encontrada foi colocar pedras ao redor de cada muda o que diminuiu a mortandade de plantas.
Em outras ocasiões os tatus são grandes parceiros, pois a pequenas covas que fazem para capturar larvas e minhocas podem receber sementes de árvores nativas. Nas coisas simples a natureza nos dá grandes lições.
São duas espécies de tatus encontrados na chácara: tatu-galinha (Dasypus novemcinctus )e tatu-mulita (Dasypus hybridus).
4) Educação ambiental: se quisermos pessoas voltadas para a preservação ambiental, a melhor coisa a fazer é permitir que as crianças tenham contato com a natureza. Nada substitui a percepção real, a experiência vivida. Pais e mães,  levem seus filhos aos parques florestais, aos jardins botânicos, às trilhas ecológicas, às salas de aulas vivas dessa Natureza exuberante que ainda teima em resistir à destruição desvairada que lhe está sendo imposta.




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