Foto: Darci Bergmann Clivia miniata |
Por Darci Bergmann
Não é ficção. É uma percepção real. Indiferente a quantos já estudaram o tema, revelo aqui a minha experiência pessoal. E cada pessoa tem a sua própria experiência.
Tudo começa na infância e talvez muito antes dela. O DNA, no momento da concepção, forma a estrutura genética do novo ser. A partir daí o ambiente molda o indivíduo, fazendo com que as suas potencialidades se manifestem ao longo da vida. Essas potencialidades incluem tendências vocacionais, estado de saúde física e mental, entre outras. Daí que, já na gestação, a mãe deve zelar pelas boas condições de desenvolvimento do feto. Atitudes e posturas hostis à vida certamente vão se refletir na criança e no adulto depois. Entre essas atitudes prejudiciais estão o consumo de cigarros, bebidas alcoólicas, exposição a ruídos excessivos, metais pesados, agrotóxicos e outros produtos químicos de uso corriqueiro nos ambientes domésticos. Qualquer um desses fatores adversos causa seqüelas que se manifestam muitos anos depois. Esses são os fatores ambientais domésticos e que depois se ampliam para o meio ambiente em geral.
Por isso é preciso um meio ambiente equilibrado ecològicamente porque só ele pode permitir que o indivíduo desenvolva plenamente o seu potencial genético.
De outra parte, condições ambientais desfavoráveis podem desencadear determinada doença se houver tendência genética naquela pessoa. A simples exposição de um feto ou mesmo uma criança – cujos órgãos ainda estão em formação – a um desses inseticidas químicos usados dentro de casa pode trazer sérias conseqüências. Tenho conversado com especialistas em saúde sobre isso. O avanço científico propiciou a cura de várias doenças, mas ele próprio e a tecnologia e produtos decorrentes causam outras seqüelas – as doenças da modernidade. E não são apenas casos de câncer em crianças e pessoas jovens. As doenças na mente afetam um percentual cada vez maior da população. A grosso modo a humanidade inteira revela índices maiores de pessimismo e depressão, apesar das propaladas conquistas tecnológicas. Basta ver o grau de revolta e frustração de alguém metido nesses estressantes engarrafamentos no trânsito das grandes cidades.
A exposição das pessoas aos fatores de risco pode ocorrer em qualquer fase da vida. No útero, infância e adolescência os riscos são maiores. Mesmo aqueles que foram cercados de cuidados nos primeiros anos de vida podem ser vítimas de condições ambientais adversas ou do comportamento pernicioso de outros indivíduos. No trânsito, motoristas alcoolizados são fatores de risco. Também traficantes de droga, que se infiltram nas rodas sociais em busca de possíveis vítimas. Estas são escravos que lhes garantem privilégios financeiros nessa sociedade em que as aparências às vezes valem mais do que o bom caráter. Conheci pilantra desfilando de carro novo, nunca fruto do trabalho e sim de falcatruas e até da traficância de drogas. Para esse tipo de gente os outros são vistos como meros consumidores. Em escala maior algumas empresas e corporações agem da mesma forma quando só pensam nos lucros que podem auferir, mesmo sabendo que os seus produtos causam profundas seqüelas na saúde e no meio ambiente em geral. O consumo responsável pode mudar esse quadro.
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