Não somos máquinas. Temos sentimentos e vibrações que vão
alem do corpo visível. Sendo assim, somos mais perfeitos que qualquer
máquina, por mais tecnologia que esta possua. No afã de buscar mais sofisticação,
esquecemos das coisas aparentemente simples que a vida nos proporciona. Damos
muito valor a certas extravagâncias, tudo para aparentar um status que não se
traduz em real felicidade.
A sociedade consumista nos induz cada vez mais a adquirir
coisas supérfluas, repor equipamentos sempre em busca de novos modelos e assim o
Planeta Terra se torna uma enorme lixeira. A vida simples de consumir só o
estritamente necessário não interessa aos que defendem o crescimento ilimitado.
Fala-se muito agora em desenvolvimento sustentável, uma tentativa menos
impactante de manter a civilização predatória que forjamos. Pagamos um alto preço
por certas conquistas, mas nem sempre somos mais felizes por isso.
Dia desses, eu andava angustiado por algumas situações
inusitadas que me acometeram. Noites mal dormidas e preocupações de toda ordem me
levaram ao estresse. Some-se a tudo isso a ‘necessidade’ de modernização da
minha microempresa. Nela nem máquina leitora de cartões de compra estão
instalados. Tudo ainda funciona na base da moeda sonante. Os recursos que
seriam utilizados para a modernização deveriam sair do meu salário empresarial.
Por prioridade ambiental eles foram investidos no plantio de árvores nativas no
meu sítio. Foram mais de mil, somando-se às milhares já existentes. Em meio à
crise ainda ocorreu um desacerto no plano sentimental, pois todas as ações
dependiam de mim e eu estava no limite das minhas forças para agüentar o tranco.
Numa dessas noites de insônia, ocorreu-me um pensamento. Frear essa correria
desvairada e manter só o possível em andamento. Em outras palavras, optar pela
simplicidade e buscar o equilíbrio interior. No dia seguinte, caminhei pela
cidade, na base do ‘deixa a vida me levar’. Então encontrei uma pessoa do sexo oposto que
há muito tempo não via. E jogamos conversa fora, pois tínhamos quase a mesma
idade e as mesmas preocupações existenciais. Ao me despedir, recebi um pedido
da interlocutora. Ela simplesmente queria um abraço fraterno, sem nenhuma
malícia, até porque era na rua e à vista de outras pessoas. Abracei-a e
desejei-lhe um ‘Deus te acompanhe’. Curiosamente dormi bem naquela noite e no outro
dia consegui resolver uma série de questões que pareciam complicadas.
O episódio acima revela como nós somos vulneráveis a essa
vida agitada. Coisas tão simples como um abraço fraternal são capazes de
terapias que nem os medicamentos às vezes conseguem. Concluo, então, que se
quisermos um planeta equilibrado precisamos buscar o equilíbrio interior. Não
se reforma o mundo sem reformar as pessoas, sem novas atitudes. Um abraço não tem preço, mas tem um valor imenso.
Um fraternal abraço a todas e a todos.
Um comentário:
Ótimo post, é isso mesmo!
Confira o nosso post com uma reportagem da Rede Globo local, que fala sobre um laudo que atesta a saúde de uma Paineira Rosa (ao contrário do que dizia a Prefeitura de Curitiba): http://vandaloverde.blogspot.com.br/2012/06/vandalo-verde-na-rpc-tv-rede-globo.html
Abraço
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