2 de julho de 2012

O valor de um abraço

Por Darci Bergmann



Não somos máquinas. Temos sentimentos e vibrações que vão alem do corpo visível. Sendo assim, somos  mais perfeitos que qualquer máquina, por mais tecnologia que esta possua. No afã de buscar mais sofisticação, esquecemos das coisas aparentemente simples que a vida nos proporciona. Damos muito valor a certas extravagâncias, tudo para aparentar um status que não se traduz em real felicidade.  
A sociedade consumista nos induz cada vez mais a adquirir coisas supérfluas, repor equipamentos sempre em busca de novos modelos e assim o Planeta Terra se torna uma enorme lixeira. A vida simples de consumir só o estritamente necessário não interessa aos que defendem o crescimento ilimitado. Fala-se muito agora em desenvolvimento sustentável, uma tentativa menos impactante de manter a civilização predatória que forjamos. Pagamos um alto preço por certas conquistas, mas nem sempre somos mais felizes por isso.
Dia desses, eu andava angustiado por algumas situações inusitadas que me acometeram. Noites mal dormidas e preocupações de toda ordem me levaram ao estresse. Some-se a tudo isso a ‘necessidade’ de modernização da minha microempresa. Nela nem máquina leitora de cartões de compra estão instalados. Tudo ainda funciona na base da moeda sonante. Os recursos que seriam utilizados para a modernização deveriam sair do meu salário empresarial. Por prioridade ambiental eles foram investidos no plantio de árvores nativas no meu sítio. Foram mais de mil, somando-se às milhares já existentes. Em meio à crise ainda ocorreu um desacerto no plano sentimental, pois todas as ações dependiam de mim e eu estava no limite das minhas forças para agüentar o tranco. Numa dessas noites de insônia, ocorreu-me um pensamento. Frear essa correria desvairada e manter só o possível em andamento. Em outras palavras, optar pela simplicidade e buscar o equilíbrio interior. No dia seguinte, caminhei pela cidade, na base do ‘deixa a vida me levar’.  Então encontrei uma pessoa do sexo oposto que há muito tempo não via. E jogamos conversa fora, pois tínhamos quase a mesma idade e as mesmas preocupações existenciais. Ao me despedir, recebi um pedido da interlocutora. Ela simplesmente queria um abraço fraterno, sem nenhuma malícia, até porque era na rua e à vista de outras pessoas. Abracei-a e desejei-lhe um ‘Deus te acompanhe’. Curiosamente dormi bem naquela noite e no outro dia consegui resolver uma série de questões que pareciam complicadas.
O episódio acima revela como nós somos vulneráveis a essa vida agitada. Coisas tão simples como um abraço fraternal são capazes de terapias que nem os medicamentos às vezes conseguem. Concluo, então, que se quisermos um planeta equilibrado precisamos buscar o equilíbrio interior. Não se reforma o mundo sem reformar as pessoas, sem novas atitudes.  Um abraço não tem preço, mas tem um valor imenso.
Um fraternal abraço a todas e a todos.

Um comentário:

Vândalo Verde disse...

Ótimo post, é isso mesmo!


Confira o nosso post com uma reportagem da Rede Globo local, que fala sobre um laudo que atesta a saúde de uma Paineira Rosa (ao contrário do que dizia a Prefeitura de Curitiba): http://vandaloverde.blogspot.com.br/2012/06/vandalo-verde-na-rpc-tv-rede-globo.html

Abraço