Por Darci Bergmann
Tem sido
recorrente a questão das mudanças climáticas. Indiferente aos questionamentos
levantados pelos chamados ‘céticos’, os quais alegam que tais mudanças estão
desvinculadas da ação humana, estamos sentindo os efeitos de um clima alterado.
Na espécie
humana, os efeitos são visíveis pela vulnerabilidade das pessoas, quando ficam
mais expostas a certas doenças. O inverno na região sul do Brasil tem sido
atípico. Ora frio intenso, como no início de julho do ano em curso. Ora
temperaturas altas acima de 35° C como as constatadas em pleno mês de agosto
aqui em São Borja. Mencione-se ainda a escassez de chuvas bem abaixo da média
normal nos últimos dez meses.
A geada
preta
Em começos
de julho ocorreram geadas fortíssimas na região Sul brasileira. As temperaturas
baixaram bruscamente, ocorrendo o fenômeno conhecido popularmente como ‘geada
preta’. Em caso assim, congela a seiva das plantas e ocorre ruptura dos
tecidos, com mortandade de ramos e muitas vezes das plantas. As conseqüências da
‘geada preta’ foram devastadoras. Pomares e viveiros afetados, inclusive
espécies vegetais nativas. Outro exemplo: a cultura de mandioca, também conhecida
como aipim, foi prejudicada. Faltam ramas para o plantio na transição inverno-primavera
e agora elas vêm de outros estados a preços exorbitantes. Depois, as temperaturas subiram e um ‘clima de
verão’ acontecia em pleno inverno, forçando a liquidação antecipada das roupas
quentes no comércio da região. Por ironia, nesta última semana de agosto, o
frio retornou, ocorrendo geadas em algumas regiões.
As plantas
reagem de diferentes formas a essas mudanças. Em algumas espécies de árvores a
propagação por sementes ficará comprometida. A época de floração varia, ocorrem
distúrbios na polinização por insetos e outros fatores mais que resultam na ausência
ou diminuição de frutos e sementes em muitas espécies. Outras, ao contrário,
são estimuladas à floração após um choque de frio, mas podem ser prejudicadas
depois pela escassez de chuvas.
Caulifloria, isto é, floração no caule e ramos. A jabuticabeira* exibiu intensa floração ainda em plena época de inverno. |
Nenhuma
espécie fica imune às alterações climáticas. O equilíbrio entre elas, em
qualquer ecossistema, também será afetado. Com o tempo essas mudanças serão
mais conhecidas e também melhor avaliadas as ações humanas diante do novo
cenário climático que se descortina.
* Também se usa o termo jaboticabeira para expressar o nome comum dessa espécie
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Outros efeitos do aquecimento:
Degelo no Ártico
* Também se usa o termo jaboticabeira para expressar o nome comum dessa espécie
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Outros efeitos do aquecimento:
Degelo no Ártico
Mapa mostra encolhimento do gelo no Oceano Ártico desde 1979, segundo medição da Nasa (Foto: Nasa divulgação) Fonte acessada: G1
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