2 de setembro de 2012

Reforma agrária ou cambalacho?

Decorrido um mês, os integrantes do MST ainda ocupam esta casa
em terras da Universidade Federal de Santa Maria, antes ocupada
por funcionário da FEPAGRO, em São Borja/RS. O carro novo,
 modelo Celta, pertence a um dos 'sem-terra'


Por Darci Bergmann


  A um custo maior que o orçamento anual de muitos municípios do Brasil querem fazer uma ‘reforma agrária’ em terras públicas destinadas à educação e pesquisa. Vinte e três‘sem-terras’, ligados ao MST, seriam assentados numa área repassada pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM ao Estado do Rio Grande do Sul, ao custo de DEZ MILHÕES DE REAIS. Conforme matéria divulgada no jornal A RAZÃO, de Santa Maria/RS, na página 6, edição de 30/08/2012, os números da transação foram citados pelo reitor da UFSM, Felipe Müller, que não vê ‘irregularidades’ no caso.
   Na minha opinião, as irregularidades existem. A começar pelo desvio de finalidade das terras da UFSM, que foram destinadas pela União, em 1969, para que a Universidade ali implantasse unidades de ensino e de pesquisa ligados à atividade agropastoril. Tudo está bem claro no decreto-lei nº 707, de 25 de julho de 1969, já publicado neste blog.
   Outra irregularidade escancarada é o montante elevado de dinheiro público para assentar 23 famílias ao custo de dez milhões de reais. Isto só pelas terras. Depois, através do INCRA, o assentado ainda recebe outras benesses, como moradia, água, luz e repasses diversos a fundo perdido, ou seja, recursos que não são devolvidos aos cofres públicos.
   Fazendo as contas, cada assentado que passou alguns meses debaixo de uma barraca de lona, se transforma num MEIO MILIONÁRIO. Isto mesmo, custará aos cofres públicos quase MEIO MILHÃO DE REAIS. Enquanto isso, o trabalhador, empregado ou autônomo, rala uma vida inteira e não consegue tal regalia. 

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