Por Darci Bergmann
O manejo inadequado do solo com as
monoculturas causa redução da fertilidade e potencializa o aparecimento de pragas
e moléstias. A rotação de culturas é uma alternativa para atenuar essas
questões. Outras vezes o ‘descanso’ ou pousio da área se mostra viável.
É impressionante como a natureza reage,
principalmente, quando o solo fica em período de ‘descanso’. A recomposição da
flora vai ocorrendo ano após ano e determinadas espécies se estabelecem a
partir do banco de sementes do solo – esta capacidade de ressurgimento de
espécies chama-se resiliência.
É o que se constatou numa antiga lavoura. A
presença de ervas invasoras exóticas como Sorghum
halepensis, conhecido como capim-massambará, não foi empecilho para o surgimento de
espécies nativas regeneradoras do solo, entre as quais várias leguminosas.
Dois ou três anos após, a espécie Baccharis dracunculifolia,
vassoura-branca, também se estabeleceu na área em análise. Sob o dossel das
vassouras-brancas, a gramínea Lolium
multiflorum, azevém, entremeado com ervilhaca nativa e espécies de trevos,
oferece agora uma pastagem que permite uma boa lotação por hectare. Para um
leigo pode parecer uma área de capoeira. Quem tem olhos e mentes focados na
biodiversidade, enxerga um caso concreto de uma área de monocultura que tende à
regeneração natural.
Além de boas pastagens, as áreas em
regeneração são fornecedoras de pólen e néctar para as abelhas. Permitem também
a introdução de espécies arbóreas nativas ou exóticas, destinadas à produção de
frutas em sistema de coleta sustentável, sem necessidade de empregar
agrotóxicos.
Em sistemas assim, mais diversificados, até
as formigas cortadeiras não causam danos expressivos. Elas têm mais opções de
coleta de folhas, sementes e outros componentes vegetais que permitem o cultivo
do fungo que lhes serve de alimento.
As fotos mostram
um pouco dessa incrível capacidade de regeneração natural.
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