Por Darci Bergmann
Professores
e estudantes da UERGS, em São Borja, estão fazendo estudo geoambiental de uma
área de terras que havia sido destinada à UFSM e ocupada em parceria pela FEPAGRO.
Os alunos da
UERGS foram divididos em grupos temáticos, tais como de flora, fauna, solos,
entre outros. O objetivo é fazer o levantamento da área e propor um projeto que
leve em conta as potencialidades do local, dentro de uma visão de
sustentabilidade.
Ao mesmo
tempo, o trabalho pretende chamar atenção das autoridades para que a área,
antes pertencente à Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, tenha um
aproveitamento dentro dos objetivos da educação e pesquisa. É assim que consta
no decreto-lei nº 707, de 25 de julho de 1969, onde a União repassou uma área
de 434 hectares à UFSM. Esta teria vendido a gleba ao Estado pelo valor de dez
milhões de reais, conforme noticiou o jornal A Razão, de Santa Maria/RS.
A negociação
da área causou surpresa e preocupação pelo fato de que poderia haver destinação
da gleba para assentamentos de ‘sem-terras’ ligados ao MST. Isto seria um
desvio de finalidade, a um custo alto, enquanto universidades da cidade e
região não dispõem de áreas para estudos e práticas de campo.
Os
estudantes visitaram também um projeto pioneiro de recuperação de áreas degradadas
e sistema de produção sustentável – agrossilvicultura – em área de 15 hectares,
no sítio do ambientalista Darci Bergmann. Nesta área, hoje existem centenas de
espécies florestais e arbustivas nativas e exóticas. Constituem um valioso
banco genético de espécies. A partir desse núcleo, é possível estabelecer um
novo modelo de exploração sustentável em toda área antes pertencente à UFSM.
Também
puderam avaliar uma área com regeneração natural de espécies herbáceas,
arbustivas e arbóreas, sob os cuidados da Associação São Borjense de Proteção
ao Ambiente Natural – ASPAN, dentro de área maior que pertencia à UFSM. Os
ambientalistas, de forma voluntária, fizeram a semeadura e o plantio de
espécies florestais em área de antiga lavoura. Cuidaram da área por muitos anos, inclusive com sistema de prevenção às queimadas. Esta área foi invadida por um operador de
máquinas ligado ao MST, que já causou impacto ambiental com descapoeiramento
não autorizado. A ASPAN deliberou por apresentar queixa-crime na polícia civil pela invasão da área pública sob sua tutela, bem como de casa de moradia onde antes morava um funcionário da FEPAGRO. Da mesma forma a Patrulha Ambiental - PATRAM, em inspeção rotineira, constatou o descaminho ambiental do invasor, já autuado na forma da lei.
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