A miopia ambiental se espalha nos quadrantes do Planeta. Já comentei sobre um modismo antinatural que propõe aplicar sobre os troncos das árvores tecidos coloridos cheios de penduricalhos. O argumento é embelezar as cidades feias do nosso cotidiano.
Agora, sou surpreendido por outras tentativas de adaptar a arborização urbana a essa visão artificial de mundo sem natureza. Por mais de uma vez, fui procurado por pessoas que desejavam saber se havia disponível algum arbusto de plástico para 'plantio' em passeio público. Sendo assim, não haveria queda de folhas, danos às calçadas, nem risco de conflito com a rede elétrica. Ninguém precisaria varrer as folhas e assim sobraria mais tempo para outras atividades. Essas talvez incluam viver 'bem informado' com o repeteco de notícias sobre assaltos, as fofocas sobre a vida pessoal dos artistas e as novidades na linha de vestuário para cães.
Penso que tudo tem um limite. Inclusive a eliminação do que é natural. Se a moda pega, vamos ter árvores, aves, flores, gente, tudo de plástico. Bugigangas monótonas e sem vida.
É possível que o nosso comportamento individual e coletivo já esteja perturbado por esse modelo civilizatório excludente de biodiversidade. As cidades foram planejadas para o automóvel e quase nada para as pessoas e para a natureza. São barulhentas. As tranqueiras publicitárias atrapalham e ainda impedem o plantio de árvores. Somos reféns de uma gama de produtos e serviços que prometem comodidade. Já nem percebemos que nos tomam um tempo precioso e cobram um alto preço. A miopia ambiental já nos atingiu de tal forma que não atinamos para certas sutilezas das estações do ano. Somos alvos das campanhas para as compras de roupas e calçados da época. A natureza, que se apresenta em tons diferentes conforme a estação, passa quase despercebida.
Cada espécie viva reage de forma diferente às variações climáticas. Por isso a diversidade é importante. Nos meses de outono-inverno, algumas árvores perdem as folhas, outras não. Faz parte da fisiologia de cada espécie. As floradas também se manifestam de forma diferente, na intensidade e no colorido. Essas alterações quebram a monotonia e nos dão motivação para a vida. Não seria por razões semelhantes que as mulheres se pintam e às vezes mudam o visual? Por isso, acho descabido quando alguém reclama das folhas que as árvores soltam. Sinceramente, é muito melhor varrermos de vez em quando as folhas das árvores das calçadas, do que retirarmos sacolas, copos, garrafas e uma gama enorme de lixo que pessoas alienadas deixam sobre elas.
Cada espécie viva reage de forma diferente às variações climáticas. Por isso a diversidade é importante. Nos meses de outono-inverno, algumas árvores perdem as folhas, outras não. Faz parte da fisiologia de cada espécie. As floradas também se manifestam de forma diferente, na intensidade e no colorido. Essas alterações quebram a monotonia e nos dão motivação para a vida. Não seria por razões semelhantes que as mulheres se pintam e às vezes mudam o visual? Por isso, acho descabido quando alguém reclama das folhas que as árvores soltam. Sinceramente, é muito melhor varrermos de vez em quando as folhas das árvores das calçadas, do que retirarmos sacolas, copos, garrafas e uma gama enorme de lixo que pessoas alienadas deixam sobre elas.
Da árvore de plástico à mulher de plástico. Se isso virar uma tendência, prefiro fazer uma regressão e voltar ao tempo das cavernas.
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Um fato pitoresco com árvore de plástico: Fonte: notícias.terra.com.br
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Um fato pitoresco com árvore de plástico: Fonte: notícias.terra.com.br
Idoso passa três meses regando árvore de plástico
28 de fevereiro de
2007 • 18h59 • atualizado às 18h59
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Notícias
ERIKA DAGUANO
DIRETO DE RIBEIRÃO PRETO
DIRETO DE RIBEIRÃO PRETO
São Paulo
Dois idosos de Monte Alto, a 353 km de São Paulo,
tiveram uma decepção após plantarem uma árvore em um canteiro da cidade. Depois
de três meses, eles descobriram que o suposto vegetal era de plástico.
"Achei que ia virar planta", diz o comerciante Domingos Alves, 60
anos.
Junto com o amigo,
o também comerciante Alceu Colevate, 70 anos, ele havia achado a árvore
abandonada ainda em 2006, e decidiram fazer uma boa ação. Os dois replantaram a
planta no canteiro do mercado municipal da cidade.
Passados três meses,
a árvore não cresceu, não floresceu, nem murchou. Mesmo assim, ambos
continuaram cuidando dela. Somente depois de um vendaval que arrancou muitas
"folhas", no fim do ano passado, eles perceberam que se tratava de
uma planta artificial.
"Fiquei
decepcionado", diz Alceu. "Apavorei. Fiquei chateado", completa
Domingos. Por conta do episódio, os dois passaram a ser conhecidos como
"ecologistas artificiais" na cidade.
Depois, os amigos
resolveram refazer a boa ação e plantaram uma nova planta. Desta vez, juram, é
de verdade. "Se quiser, mostro até a semente", afirma Alceu.
Redação Terra
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