Por Darci Bergmann
O aumento populacional
humano e a conseqüente destruição ambiental reduzirão a oferta de alguns tipos
de alimento. A biodiversidade remanescente será garimpada na busca de
alternativas alimentares como já foi proposto pela FAO.
Estamos no
limite da sustentabilidade possível e os cenários futuros apontam para a
inevitável crise de alimentos. Por ora, ainda existe comida disponível, mesmo sendo mal distribuída. No mundo com pouco alimento, as dietas também deverão se adequar.
Um exemplo é a carne bovina. Ela terá
restrições e o seu preço elevado deixará o produto longe das mesas da maioria
da população.
Em caso de distúrbios
climáticos extremos, a produção de alimentos mundial ficará comprometida
A
necessidade obrigará o consumo de outros alimentos, alguns considerados
repugnantes em muitos países. Nessa lista entram algumas espécies de
invertebrados, especialmente insetos. Na bíblia consta que gafanhotos eram fonte de alimento no Oriente Médio. Na
América do Sul, os povos indígenas ainda consomem o coró, uma larva de besouro,
comum na madeira em decomposição. Na Amazônia brasileira, alguns pratos típicos
incluem espécies de formiga. Na África e Ásia, insetos e aracnídeos fazem parte da dieta básica das populações locais.
Em caso de
distúrbios climáticos extremos, a produção de alimentos mundial ficará comprometida.
E os estoques existentes não durariam muito tempo. Ninguém deseja um cenário
assim, mas é preciso ficar alerta.
Acreditar
que a população humana pode acrescentar ainda alguns bilhões sem grandes riscos é aposta perigosa. A mudança de dietas, com a inclusão maciça de
invertebrados como os insetos e a ciência aplicada à produção alimentar, talvez
não evitem uma crise global. Diante disso, sociedade e governos precisam unir
esforços no controle da natalidade. A política assistencialista, desvinculada
do planejamento familiar, não é garantia de inclusão social. Algumas
autoridades parecem que ainda não entenderam que a Natureza tem os seus limites.
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