14 de maio de 2013

A explosão demográfica e a fome


Por Darci Bergmann

  O aumento populacional humano e a conseqüente destruição ambiental reduzirão a oferta de alguns tipos de alimento. A biodiversidade remanescente será garimpada na busca de alternativas alimentares como já foi proposto pela FAO.

   Estamos no limite da sustentabilidade possível e os cenários futuros apontam para a inevitável crise de alimentos. Por ora, ainda existe comida disponível, mesmo sendo mal distribuída. No mundo com pouco alimento, as dietas também deverão se adequar. Um exemplo é a  carne bovina. Ela terá restrições e o seu preço elevado deixará o produto longe das mesas da maioria da população.

Em caso de distúrbios climáticos extremos, a produção de alimentos mundial ficará comprometida

  A necessidade obrigará o consumo de outros alimentos, alguns considerados repugnantes em muitos países. Nessa lista entram algumas espécies de invertebrados, especialmente insetos. Na bíblia consta que gafanhotos  eram fonte de alimento no Oriente Médio. Na América do Sul, os povos indígenas ainda consomem o coró, uma larva de besouro, comum na madeira em decomposição. Na Amazônia brasileira, alguns pratos típicos incluem espécies de formiga. Na África e Ásia, insetos e aracnídeos fazem parte da dieta básica das populações locais.
   Em caso de distúrbios climáticos extremos, a produção de alimentos mundial ficará comprometida. E os estoques existentes não durariam muito tempo. Ninguém deseja um cenário assim, mas é preciso ficar alerta. 

Algumas autoridades parecem que ainda não entenderam que a Natureza tem os seus limites. 

  Acreditar que a população humana pode acrescentar ainda alguns bilhões sem  grandes riscos é aposta perigosa.  A mudança de dietas, com a inclusão maciça de invertebrados como os insetos e a ciência aplicada à produção alimentar, talvez não evitem uma crise global. Diante disso, sociedade e governos precisam unir esforços no controle da natalidade. A política assistencialista, desvinculada do planejamento familiar, não é garantia de inclusão social. Algumas autoridades parecem que ainda não entenderam que a Natureza tem os seus limites. 


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