3 de maio de 2013

Analfabetismo ambiental.


Por Darci Bergmann


   Basta uma chuva mais forte e o drama se repete na maioria das áreas urbanas. As sacolas cheias de lixo são depositadas sobre as calçadas à espera da coleta. Quando as chuvas chegam antes e as águas escorrem torrencialmente, arrastam montanhas de lixo.   O destino é a boca de lobo mais próxima. Os bueiros entopem e os alagamentos são o desfecho previsto. Então não adianta só apontar culpados, quando todos nós não fazemos a nossa parte.
   Numa época em que o apelo consumista encontra resposta na sociedade, fica mais fácil de identificar uma culpa coletiva. Nosso comportamento em relação aos resíduos sólidos ainda é primário. Os eventos e as datas festivas mostram o quanto de lixo é produzido  nessas ocasiões. Tudo poderia ser menos impactante se cada um de nós fizesse um pequeno esforço para reduzir embalagens, comprar menos guloseimas e fazer compostagem da parte orgânica. A compostagem reduz em média 50% de todo o lixo. Pode ser feita até nos apartamentos, em caixas especiais. 
   Há ainda aquele hábito nada recomendável de jogar na rua qualquer tipo de lixo. Um simples copo descartável, um pedacinho de 'isopor', um canudinho de tomar suco parecem inofensivos. Milhões desses pequenos descartes atingem rios e mares. Matam peixes e outras formas de vida. Os oceanos já acumulam centenas de milhões de toneladas de lixo. É preciso mudar de comportamento. Não adianta só buscar qualificação profissional, obter diploma disso e daquilo e no fundo ser um analfabeto ambiental. Jogar lixo na rua é analfabetismo ambiental. Não se venha com a desculpa de que não tem lixeira por perto. 


Esta foto foi tirada no igarapé próximo ao bairro de Educandos, em Manaus.
Durante o período de cheia, o lixo acumulado fica todo boiando nos igarapés.
Diante da cena, a ironia do nome "Educandos" não deveria passar despercebida...
 Foto: Vandré Fonseca, publicada em O ECO, 16/05/2013.



  

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