20 de junho de 2013

Grandes indústrias se opõem a estilos de vida saudáveis

ONU Brasil*



Uma vez que as doenças não transmissíveis têm ultrapassado as doenças infecciosas como a principal causa de morte no mundo, os esforços para alcançar uma vida saudável são mais do que nunca imprescindíveis, disse a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan.


Ela acrescentou que o desenvolvimento econômico tem aumentado as condições para a manifestação dessas doenças.

“Hoje, a situação se inverte. Em vez de as doenças desaparecerem com a melhoria das condições de vida, o progresso socioeconômico está na verdade criando as condições que favorecem o surgimento de doenças não transmissíveis”, disse Chan na segunda-feira (10) em seu discurso para a 8ª Conferência Global sobre a Promoção da Saúde, realizada em Helsinque, na Finlândia.

“O crescimento econômico, a modernização e a urbanização abriram uma grande porta de entrada para a propagação de estilos de vida pouco saudáveis”, afirmou Chan. Ela acrescentou aos participantes da conferência que promover estilos de vida saudáveis, atualmente, entra em choque com uma oposição “não tão amigável”.

“Os esforços para prevenir as doenças não transmissíveis vão contra os interesses comerciais de operadores econômicos poderosos. Na minha opinião, este é um dos maiores desafios na promoção da saúde”, disse.

A diretora-geral da OMS chamou a atenção para o fato de que não é só a indústria do tabaco que deve preocupar a saúde pública, mas também as indústrias alimentícias, de refrigerante e do álcool.

De acordo com a chefe da OMS, as empresas desses segmentos temem a regulação e se protegem usando as mesmas táticas, que incluem lobbies, promessas de autorregulação, processos e pesquisas financiadas pelo próprio empreendimento que “confundem as provas e mantém o público em dúvida”.

Além disso, elas fazem doações e contribuições para causas nobres, que acabam promovendo as empresas como cidadãos corporativos respeitáveis aos olhos dos políticos e do público. Segundo Chan, essas indústrias procuram transferir a responsabilidade pelos danos à saúde para os próprios indivíduos e retratam as ações do governo como interferência nas liberdades pessoais e livre escolha.

“Esta é uma oposição formidável. O poder do mercado prontamente se traduz em poder político. Poucos governos priorizam a saúde no lugar de um grande negócio”, afirmou.

Chan ainda expressou preocupação sobre os esforços das indústrias em moldar as políticas de saúde pública. “Na visão da OMS, a formulação de políticas de saúde deve ser protegida de distorções por interesses comerciais”, concluiu.



Extraído de Instituto Carbono Brasil, publicado em 11-06-2013,  Fonte: ONU Brasil, sob o título  

Grandes indústrias se opõem a estilos de vida saudáveis, afirma diretora-geral da OMS

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