20 de fevereiro de 2013

Guajuvira: resistência é com ela

A foto mostra uma guajuvira cuja copada se projeta sobre
parte do leito da rua João Manoel, em São Borja-RS.
 Ela resistiu a diversos vendavais, inclusive um com
 ventos na casa dos 120Km/h, em 30/11/2009. 

 Por Darci Bergmann


   Dentre as árvores que tem boa resistência às ventanias, a guajuvira* se destaca, devido à flexibilidade do caule e dos ramos. Outra característica é que as mudas plantadas no campo são de bom 'pegamento', desde que recebam algumas regas caso as chuvas se tornem escassas, pelo menos até os quatro meses seguintes ao plantio. A partir daí já se mostram mais tolerantes à escassez de chuvas.
  O crescimento da espécie é lento. Para acelerar o desenvolvimento, os cuidados começam no plantio. Covas amplas, com dimensões de 0,60m x 0,60m x 0,60m, e adicionando de 20 a 50 litros de esterco ou composto orgânico misturado à terra, proporcionam condições para que as raízes se expandam ràpidamente.  Na zona rural, as covas podem ter dimensões menores, em torno de 0,40m x 0,40m x 0,40m e pelo menos 20 litros de material orgânico.
   A sombra proporcionada pela guajuvira é considerada das melhores entre as espécies nativas. Essa qualidade recomenda que ela seja utilizada em projetos de arborização, mesmo nas áreas urbanas. O sistema radicular dificilmente causa problemas. Nas ruas, ela pode ser plantada em canteiros centrais ou nos passeios públicos, nos locais livres da rede elétrica.
   A madeira é de excelente qualidade e com muitas aplicações, desde móveis até cabos de ferramentas. Muitos indígenas confeccionam arcos com a madeira de guajuvira.
   No aspecto ecológico, chama atenção que as mudas podem ser plantadas  a sol pleno ou em meio às capoeiras. A ramagem intensa e fechada permite que muitas espécies de aves façam ninhos, inclusive nas plantas mais jovens. As flores brancas e perfumadas são melíferas. As sementes se propagam pela ação do vento – anemoscoria.
Desde pequena, a guajuvira já fornece condições
para a nidificação de muitas espécies de aves, de-
vido à intensa ramificação.


*Guajuvira: nome científico atual Cordia americana (L.) Gottshling & J.E. Mill.
  Antes Patagonula americana (L.)
Família: Boraginaceae
   Possui diversos nomes populares: guaiabi, apé-branco, guajura, guaiuvira, guajubira, pau-darco. Os descendentes de alemães chamavam-na de schwarzhertz, palavra derivada de schwarz=preto e hertz=coração. Ou seja: coração preto, em alusão ao cerne de cor escura da madeira.
A espécie é nativa em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

4 comentários:

victor disse...

Muito boas as informações sobre a Guajuvira!

Unknown disse...

Bom dia. Me chamo Marcel Wesz. Tenho uma admiração enorme por essa espécie. Na casa dos meus avós, localizada na cidade de Jaguari-RS, existem diversas arvores dessa espécie. Esse carinho iniciou-se na infância quando brincávamos debaixo dessas.Me mudei para o litoral Gaúcho a pouco tempo e gostaria de saber se é possível o plantio dessa árvore nessa região através de mudas, visto que o solo é arenoso e pobre. Também gostaria de saber se é um erro trasplantar essa especie para a região no sentido de prejudicar a fauna local. Desde já, muito obrigado. Abraço

Unknown disse...

Tem fruto?

Unknown disse...

A guajuvira pega se plantar um galho no chão