14 de janeiro de 2011

Que cada um de nós faça a sua parte

Por Darci Bergmann

Diariamente somos informados sobre desastres ambientais  que ocorrem em locais diversos do nosso Planeta. Depois de tais tragédias surgem os questionamentos sobre as possíveis causas e porque não se tomaram medidas preventivas para evitá-las ou pelo menos reduzir os seus efeitos. Também se buscam culpados. Não raro ocorrem acusações entre autoridades e administradores públicos. A postura das pessoas em relação ao meio ambiente também é lembrada. Pessoas que vivem distante dos fatos apontam os problemas, mas raramente se lembram que vivemos numa sociedade globalizada e que os culpados somos todos nós que escolhemos um modelo de civilização predatório e hostil à preservação ambiental. Apesar de toda a retórica e das leis ambientais aprovadas nas casas legislativas, na prática a realidade é outra.

 Discursos, publicidade, frases de efeito e a maquiagem ambiental, não mudam o cenário de destruição dos ecossistemas planetários.

O questionamento parte do individual para o coletivo.

Será que o meu estilo de vida é realmente adequado para permitir a sustentabilidade tão alardeada? Como eu reajo diante da propaganda que me incentiva a consumir mais produtos a maioria talvez supérfluos? Como procedo em relação ao consumo de água, energia, matérias primas algumas já em vias de esgotamento, como certos metais e minerais? Sou uma pessoa que fica indignada com a destruição ambiental ou fico omisso deixando que os governos tomem conta do tema? Escolho os meus candidatos aos cargos eletivos pelas promessas de campanha ou exijo deles uma posição clara em relação à preservação ambiental? Vou comprar um carro novo só para chamar atenção ou por absoluta necessidade?
Faço alguma coisa para reduzir o volume de lixo, tipo compostagem da parte orgânica? Separo bem a parte seca do lixo para que este possa ser reciclado?
Já me questionei sobre essa filosofia de progresso a qualquer preço, com expansão das cidades que avançam desordenadamente e que arrasam a natureza ao seu redor, impermeabilizando o solo e devastando o que resta das florestas? Já me questionei sobre alguns sistemas de produção agropecuária que não respeitam a vocação do solo e do meio ambiente e que desmatam as encostas e desnudam as margens dos rios apenas pelo interesse do lucro?

Essas e outras indagações já são rotineiras para alguns indivíduos, mas talvez ainda não tenham passado pelos neurônios da maioria das pessoas. As tragédias ambientais nos dias presentes e que hão de vir certamente levarão à reflexão individual. Quando isso ocorrer com a maioria da população, então as medidas mais amigáveis à preservação ambiental serão efetivadas, porque já estarão incorporadas no inconsciente coletivo. Nesse tempo não haverá mandato para político que manda eleitores ocupar áreas de risco e depois apontar outros culpados. Não haverá mandato para aqueles que querem anular o que resta de lei que proíbe a ocupação desordenada das encostas e das margens dos rios, seja por loteamentos, seja a pretexto de produção de alimentos.  Nesse tempo, cada indivíduo terá consciência de que a sua ação, somada às dos outros bilhões de semelhantes, poderá resultar num mundo bem melhor. 

 Que cada um de nós faça a sua parte.


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