12 de julho de 2013

Nem partidos, nem sindicatos

Por Darci Bergmann

O dia nacional de lutas, promovido pelas centrais sindicais e alguns movimentos parou setores importantes como o transporte, mas não empolgou a população. Nas grandes cidades e no interior o povo se mostrou apático.
   Alguns analistas explicaram os motivos para essa apatia. Para  eles, os sindicatos hoje são vistos com desconfiança por amplos setores, pois estariam aliados a um governo que se desgasta cada vez mais. Acrescente-se que a contribuição sindical é obrigatória e a partir dela alguns sindicatos auferem recursos vultosos nem sempre revertidos em benefícios para os associados. Outra questão levantada é a que se refere à utilização dos sindicatos como trampolim para cargos políticos. E foi a base sindical que alavancou o atual governo, de quem se cobra mais competência, menos gastos com obras superfaturadas e redução do custo da máquina pública. 
   Com relação a alguns movimentos sociais, caso dos 'sem terra', muitos entendem que houve descaracterização da luta. Estariam sendo recrutadas pessoas que não se enquadram no perfil de sem-terra. Também os movimentos seriam trampolins para cargos eletivos. Há quem destaque que a reforma agrária, nos moldes atuais, com muito gasto de recursos públicos, não dá o devido retorno em produção. Os alimentos, em sua maior parte, são gerados pela agricultura familiar tradicional e esta sim deveria ser mais incentivada.  A invasão de propriedades particulares e a destruição de patrimônio por parte de 'sem-terras' é vista como vandalismo e não é aceita por amplos setores da população. 
   A paralisação convocada pelos sindicatos e alguns movimentos sociais simpáticos ao governo, com muitas bandeiras e pouca gente, também não empolgou porque pouco se referiu à  corrupção no Brasil. Nem partidos, nem sindicatos. Existe uma grande massa anônima que não confia mais em algumas instituições. Um dia ela pode voltar à ruas e mostrar que todo o poder emana do povo.
      
  

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