12 de dezembro de 2010

Herbicida prejudica o meio ambiente e pequenos agricultores.

Por Darci Bergmann






O tema é recorrente. Foi debatido em seminário ambiental por quase trezentas pessoas em São Borja, em junho de 2004. Por delegação unânime fui incumbido de apresentar minuta de anteprojeto de lei. Era um ano eleitoral e a proposta parou na Consultoria Jurídica. Seria retomada a discussão após o pleito, o que não ocorreu. De lá para cá a diversidade da flora foi duramente atingida, matando milhares de árvores. Uma espécie nativa quase sumiu do cenário rural: a canafístula - Pelthophorum dubium. Os milhares de esqueletos dessa e de outras árvores nativas e exóticas são um testemunho da insensatez humana, do descaso, da falta de fiscalização e do imediatismo que não respeita a natureza.

O que era verde virou branco

Agora, em 2010, a primavera revelou uma paisagem com árvores de folhas esbranquiçadas, entre os troncos e galhos secos das que já morreram anteriormente. 
Por todos os rincões ecoam protestos de agricultores atingidos pela nuvem assassina dos herbicidas. Como fixar pessoas no campo e querer diversificar a produção num cenário tão hostil, favorável à concentração fundiária e à monocultura?

O maior vilão





São muitos os produtos vilões, mas talvez nenhum deles se compare ao famigerado Clomazone, mais conhecido por Gamit. Se voce abrir uma embalagem desse produto e imediatamente fecha-la, em poucos dias as plantas a vários metros no entorno estarão apresentando sintomas típicos de branqueamento. Tal é a volatilidade desse produto. Gamit, usado em aplicações com pulverizador do tipo costal, ultrapassou a área que estava sendo tratada e causou sintomas de branqueamento em samambaias no interior das casas vizinhas.  
Acredite, leitor, esse produto com essas características nocivas e ainda outras não reveladas é registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para uso em várias culturas: arroz, fumo, cana-de-açúcar,cebola, entre outras. As restrições de uso estão nos sites AGROFIT e AGROSIA e nas bulas das formulações comerciais do Clomazone. Mas um produto assim deve é ser proibido no interesse da saúde e do meio ambiente. As limitações de uso deixam claro que um produto com essas características não devria nem ser registrado.


Módulo Pós-Registro
Produtos Formulados (Agrotóxicos)
Produtos Técnicos
Monografias (Ingredientes Ativos)

RELATÓRIO DO AGROTÓXICO

Marca Comercial:
Nº Registro MAPA: 1428691
Registrante: FMC Química do Brasil Ltda.        
Classe(s): Herbicida -
Formulação: EC - Concentrado Emulsionável
Ingrediente Ativo:  clomazona
Concentração de IA: 500 g/l
Grupo Químico: isoxazolidinona
Modo de Ação:
Modo de Aplicação: Terrestre/Aéreo
Modalidade de Emprego: (Pré/Pós-emergência)
Restrição UF:
Corrosivo:
Inflamável:
Classificação Toxicológica:   II - Altamente tóxico
Classificação Ambiental: II - Produto muito perigoso
LIMITAÇÕES DE USO: Não se recomenda aplicar Gamit a menos de 800m da cultura de girassol e milho e das seguintes atividades: hortas, pomares, viveiros, casas de vegetação (estufas), jardins, videiras, arboredos, vegetações ribeirinhas e outras nativas. Culturas de inverno (trigo, aveia, centeio) subsequentes à aplicação de Gamit poderão apresentar leve clorose em locais se houver erro de aplicação como doses duplicadas ou sobreposição de barra. Entretanto, estas plantas recuperam-se normalmente, não afetando a produção nestas condições. Aguardar um período mínimo de 150 dias após a última aplicação do Gamit para a instalação de culturas subsequentes. Uso em milho: não aplicar nas variedades de milho híbrido AG 301, AG 303 e Braskalb XL 678, pois são sensíveis ao produto. O uso do Gamit na cultura de algodão somente poderá ser feito caso as sementes tenham sido previamente tratadas com o produto PERMIT ou com disulfoton, ou com a aplicação do mesmo no solo (sulco de plantio). Para aplicações em cana soca já brotada, poderá ocorrer clorose localizada pela ação do contato com o Gamit, havendo recuperação total da planta. Deve-se evitar aplicação em cana soca com mais de 20 cm de altura.
INFORMAÇÕES SOBRE OS EQUIPAMENTOS DE APLICAÇÃO: A aplicação de GAMIT poderá ser efetuada através de pulverização terrestre (manual ou tratorizada) e aeronaves agrícolas (arroz irrigado)
PRECAUÇÕES DE USO E ADVERTÊNCIAS QUANTO AOS CUIDADOS DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE: Este produto é MUITO PERIGOSO ao meio ambiente. Evite a contaminação ambiental - Preserve a Natureza. Não utilize equipamento com vazamento. Aplique somente as doses recomendadas. Não aplique o produto na presença de ventos fortes ou nas horas mais quentes. Não lave as embalagens ou equipamento aplicador em lagos, fontes, rios e demais corpos d'água. Não execute aplicação aérea deste agrotóxico em áreas situadas a uma distância menor que 800 (oitocentos) metros de povoação e de mananciais de captação de água para abastecimento público; de 500 (quinhentos) metros de mananciais e moradias isoladas e de agrupamentos de animais. Observe as disposições constantes na legislação estadual e municipal concernentes a atividades aero-agrícolas. Em arroz irrigado maiores precauções devem ser tomadas para evitar que este produto contamine corpos d'água. Descarte corretamente as embalagens e restos do produto - siga as instruções constantes no item "Destino final de resíduos e embalagens". Em caso de acidente, siga corretamente as instruções constantes na bula.



O piloto e o macacão envenenado
Um piloto agrícola fez um relato  sobre esse produto: Fiz uma pulverização aérea com o Gamit, tomando todo o cuidado possível. Chequei as condições meteorológicas, que naquele momento estavam normais para uma aplicação aérea. Depois de encerrados os trabalhos daquela aplicação, tomei um banho e troquei as roupas. O macacão que eu usei durante a aplicação do Gamit eu coloquei numa sacola de plástico, bem isolada e solicitei à uma senhora para que o lavasse. Dias depois, quando fui receber a peça de roupa lavada, fui comunicado pela referida senhora que as plantas do seu pátio e as samambaias no interior da casa estavam ficando com as folhas esbranquiçadas. Então eu percebi com mais clareza o quanto um produto desses pode fazer mal à natureza e talvez à saúde das pessoas.


Legislação municipal sobre agrotóxicos

A seguir, apresento sugestão de minuta de anteprojeto de lei, nos moldes daquele apresentado em 2004 à Prefeitura Municipal de São Borja, esperando que desta vez, ante o clamor geral, os poderes Executivo e Legislativo em uníssono proíbam esse vilão da natureza. 
Talvez na esteira dessa tomada de providências outros produtos altamente impactantes sejam proibidos, tais como o inseticida carbofuran, e o herbicida 2,4-D com seus vários nomes comerciais. Sobre o glifosato, dessecante largamente utilizado, novos estudos revelam outros comportamentos sobre a saúde e o meio ambiente que podem resultar em severas limitações de uso e até à proibição como já ocorreu numa cidade da Argentina



PROJETO DE LEI Nº

Proíbe, no Município de São Borja, a estocagem, a comercialização e o uso de agrotóxico que contenha o princípio ativo  Clomazone e dá outras providências.

O Prefeito Municipal de São Borja....

ART 1º - Fica proibido no Município de São Borja, a estocagem, a comercialização e o uso de agrotóxico que contenha na sua formulação princípio ativo Clomazone.
ART 2º - As empresas que comercializam agrotóxicos no Município terão o prazo de seis meses a contar da publicação desta lei para se desfazerem dos estoques de agrotóxicos que contenham princípio ativo Clomazone, ficando vedada a venda para outras pessoas jurídicas e físicas de São Borja.
ART 3º - As empresas prestadoras de serviços de aplicação aérea ou terrestre estabelecidas no Município ou que aqui atuem em caráter eventual nas épocas de aplicação, estarão obrigadas ao cumprimento desta lei;
ART 4º - O agricultor usuário de agrotóxicos deverá devolver ao fornecedor possíveis saldos de agrotóxico de princípio ativo Clomazone, dentro do prazo de seis meses a partir da publicação desta lei. 
ART 5º - Caberá à Secretaria Municipal do Meio Ambiente a fiscalização para o efetivo cumprimento desta lei;
Paragr. primeiro – A fiscalização também poderá será ser feita pelos órgãos estaduais e federais pertinentes, incluindo-se a Patrulha Ambiental da Brigada Militar.
Paragr. Segundo – Os fiscais do Município, por iniciativa própria ou em caso de denúncia, farão vistorias nas empresas que comercializam, prestam serviços de aplicação de agrotóxicos e nos agricultores usuários;
ART 6º - O não cumprimento desta lei sujeitará o infrator às seguintes penalidades:
1-      Apreensão do produto e multa de .......urms
2-      Em caso de reincidência será aplicada multa em dobro
3-      As empresas que comercializam agrotóxicos e as prestadoras de serviço, nessa área, em caso de duas reincidências estarão sujeitas à cassação de alvará de funcionamento.
ART 7º - Os valores arrecadados com as multas destinar-se-ão ao Fundo Municipal do Meio Ambiente.
ART. 8º Esta lei entra em vigor na data da sua publicação.

JUSTIFICATIVA

A problemática dos agrotóxicos no Município de São Borja já vem de algumas décadas. A legislação federal e estadual, bem como os dispositivos de fiscalização, não tem sido suficientes para amenizar o problema. Alguns produtos, por suas características próprias, causam sérios danos ambientais com reflexos na saúde pública e na agricultura familiar.
Em 1984, devido à precariedade da legislação federal, foi criada uma lei municipal de agrotóxicos. Nessa época outros municípios do Estado e no Brasil também estabeleceram mecanismos legais de controle e fiscalização. Em 1988 surgiu uma lei federal mais abrangente e detalhada sobre a matéria. Mas as variáveis de produção, culturas e ecossistemas no Brasil são complexas e uma lei federal de agrotóxicos não é capaz de contemplar todas as questões envolvidas. Também existem falhas na fiscalização. O incipiente licenciamento ambiental na agricultura também tem falhas. A nível de campo, faltam técnicos especializados para acompanhar as atividades licenciadas. Assim, os abusos ocorrem.  


A diversificação de culturas



Por outro lado, a tão almejada diversificação da matriz produtiva está seriamente ameaçada especialmente pelo uso de herbicidas de princípio ativo Clomazone. Técnicos da Prefeitura Municipal de São Borja, tem constatado os impactos desse produto sobre a flora nativa remanescente e sobre culturas atingidas pela deriva de aplicações aéreas e terrestres. A agricultura de subsistência praticada por um grande número de pequenos agricultores vem acumulando prejuízos ano após ano, sem que o MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - tome as providências cabíveis.  A ONG ambientalista local ASPAN – Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural, juntamente com associações de moradores, vítimas de derivas de agrotóxicos e pessoas da comunidade, encaminhou abaixo-assinado com centenas de assinaturas ao MPE, solicitando providências, especialmente com relação aos abusos da aviação agrícola e a aplicação de alguns princípios ativos extremamente danosos ao meio ambiente. Este é o caso do Clomazone - princípio ativo de formulações comerciais - usado no controle de ervas daninhas em várias culturas. Aqui no Município, as formulações contendo Clomazone são mais conhecidas como Gamit e utilizadas no arroz. Em regiões de cultivo de cana-de-açúcar, tabaco e cebola essas formulações de Gamit também são utilizadas.


ASPAN solicita interferência do Ministério Público Federal 

A ASPAN também encaminhou expediente ao MPF, em Uruguaiana, solicitando sua interferência junto às autoridades federais, para que suspendam o registro de agrotóxicos de princípio ativo Clomazone em todo o território nacional. O MPF abriu procedimento sob nº 1.29.011.000007/2009-75. As limitações de uso desse agrotóxico, praticamente inviabilizam a sua aplicação nas lavouras de São Borja e, no entanto, ele é receitado impunemente até para uso por aviação agrícola. No site AGROFIT, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, as recomendações de uso para as formulações comerciais de Clomazone, referem que ele não pode ser aplicado a menos de oitocentos metros de hortas, pomares, arvoredos e vegetação ciliar o que praticamente inviabiliza o seu uso na região.


A comunidade já debateu sobre a proibição de alguns agrotóxicos 

Nos seminários e conferências municipais a questão dos agrotóxicos tem sido intensamente debatida e cobrada das autoridades responsáveis, sem que as soluções aparecessem. Na 2ª Conferência Municipal do Meio Ambiente, em 2004, foi aprovada por unanimidade moção que pleiteava a proibição de comercialização e uso de alguns princípios ativos no Município de São Borja. 


Um cinturão de dez quilômetros em torno da cidade, livre das aplicações aéreas de agrotóxicos


Com relação à aviação agrícola, foi sugerida, em 2004, a implantação de uma zona de exclusão aérea de mais ou menos dez quilômetros ao redor do perímetro urbano. Ali não seriam aplicados herbicidas via aérea ou pesticidas tóxicos (classes I e II ). O raciocínio lógico concluía que se o Município pode licenciar atividades agropastoris também poderá legislar sobre o uso de agrotóxicos, levando em conta as peculiaridades locais. Outra justificativa apontada era a total incapacidade das autoridades estaduais e federais de fiscalizarem o uso de tais produtos. Faltam fiscais e a tarefa é dificultada porque se faz uso intenso da aviação agrícola.


O município pode legislar em caráter complementar. É integrante do SISNAMA

Em seminários estaduais também ficou delineada a possibilidade de municípios e estados legislarem sobre a matéria, já que uma lei federal não atende todas as variáveis envolvidas numa questão de tamanho interesse público. O Município de São Borja faz parte do SISNAMA – Sistema Nacional de Meio Ambiente - e nessa condição pode aplicar a legislação federal e estadual pertinente às questões ambientais e legislar em caráter complementar quando a mesma não atender o interesse da comunidade. Aqui existem assentamentos de pequenos agricultores, além daquelas propriedades de agricultura familiar tradicional que tem sido vítimas das derivas de agrotóxicos. A cidade também não fica livre da ação de alguns princípios ativos que atingem a população pela inalação do ar contaminado, resíduos em alimentos e pela própria água captada pela CORSAN. O Rio Icamaquã drena uma extensa área de agricultura, com diversas lavouras de arroz nesta sub-bacia, despejando acima do ponto de captação grande quantidade de agrotóxicos. Assim também ocorre com a Sanga da Estiva.


 Nem tudo é revelado sobre o comportamento dos produtos

Faz em torno de 20 anos ocorreu o registro, junto ao MAPA, de produtos de princípio ativo Clomazone para uso em diversas culturas. Aqui seu uso maior é na cultura de arroz. Agora com a inclusão do Município na região produtora de cana-de-açúcar, o uso desse herbicida agravará ainda mais o impacto ambiental, inviabilizando outras atividades produtivas. Naquela época, as pesquisas não apresentaram toda a realidade que cerca esse produto. Quase sempre os dados se referem a aplicações em pequenos canteiros experimentais, com informações repassadas pela empresa registrante. O tempo mostrou que o Clomazone é muito mais lesivo ao meio ambiente. Os levantamentos de campo dos técnicos do Município e das ONGs, bem como da população, revelam uma verdadeira tragédia ambiental, com alto impacto sobre toda a biodiversidade.

O herbicida clomazone já está disseminado nas águas.

Em pesquisa feita pelo professor da URCAMP, Luiz Carlos Porto, as vísceras de peixes coletados nos rios Icamaquã e Butuí acusaram a presença de fenóis, mas esses rios não sofrem impacto de esgotos de cidades, nem de indústrias. Logo, os agrotóxicos estão associados a esse fato. A fórmula estrutural do Clomazone mostra o radical fenila ligado a um átomo de cloro.
Pesquisadores da UFSM encontraram Clomazone nas águas superficiais de arroios em Agudo – RS, depois que ocorreram aplicações terrestres de herbicida Clomazone em lavouras de fumo.
Em Pelotas, pesquisa da EMBRAPA demonstrou que o Clomazone foi encontrado em águas superficiais depois de aplicado via aérea em lavoura de arroz, até 114 dias após.
Em trabalho feito na Bacia do Rio Corumbataí, no estado de São Paulo, o Clomazone foi encontrado em algumas amostras de lodo de rio, principalmente a partir das lavouras de cana em solo arenoso. Os mesmos autores revelam que o Clomazone tende a se acumular no fígado. Portanto mais um indício de que ele se acumula nas vísceras dos animais.


Empresa fomenta uso de produto que permite aumentar tolerância ao Gamit. Mais herbicida é jogado no ambiente e com isso aumenta a poluição.

A empresa FMC, registrante do Gamit no MAPA, recomenda a utilização da substância comercial conhecida como Permit nas sementes de arroz. Com isso, essa cultura fica mais tolerante a doses maiores de Clomazone. Assim doses maciças desse herbicida, que ultrapassam aquelas recomendadas pelo MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, aumentam ainda mais a poluição ambiental.


A foto mostra painel que estava às margens da Av. João Goulart, em São Borja/RS




Produto extremamente volátil

As formulações comerciais de Clomazone (Gamit) são extremamente voláteis e nem as aplicações terrestres são seguras. Na área urbana de São Borja, já foram registrados casos de deriva de Gamit por aplicações com aparelho costal. Um desses casos foi  motivo de representação junto ao MP, impetrado pela ASPAN. O fato foi documentado pela PATRAM e até um laudo foi expedido pelo engº agrônomo José Ênio Abreu de Jesus, atual secretário municipal do Meio Ambiente.


O Ministério Público Estadual também já foi acionado

Desde o ano de 2007, centenas de pessoas encaminharam ao Ministério Público Estadual um documento solicitando uma audiência pública para discutir a questão da aviação agrícola e as derivas dos agrotóxicos e ainda poderão ser protocoladas outras manifestações dessa natureza. No Forum de São Borja tramitaram e tramitam ainda muitas ações envolvendo a questão dos agrotóxicos. Na maioria são casos envolvendo reparações por perdas devido às derivas em culturas e pastagens.
A tão desejada diversificação na agricultura está seriamente comprometida se nada for feito.
 Preocupam também as conseqüências sobre a saúde pública. Nas épocas mais intensas de aplicações aéreas a cidade fica sob uma nuvem tóxica de pesticidas, pois os produtos se deslocam devido às correntes de ar,  atingindo grandes distâncias.
Diante do exposto, não resta outra alternativa senão a de proibir princípios ativos, de elevado impacto ambiental, à saúde pública e causadores de problemas sociais e prejuízos à economia  O interesse da saúde da população urbana e rural e a proteção dos pequenos produtores rurais no seu direito de diversificação deve se sobrepor aos interesses de grupos privados


    Mais sobre o tema: Nuvem assasina II

A MARGARINA E A MANTEIGA. INTERESSANTÍSSIMO E INCRÍVEL

Recebido por e-mail
A margarina foi produzida originalmente para engordar os perus. O que fez na realidade foi matá-los.

As pessoas que tinham posto o dinheiro para a investigação quiseram recuperá-lo e começaram a pensar em como fazê-lo.

Tinham uma substancia branca que não tinha nenhum atrativo como comestível, assim que lhe acrescentaram a cor amarela para vender às pessoas em lugar da manteiga.... Agora tem tirado alguns novos sabores para vender mais a incautos como nós.

VOCÊ CONHECE a diferença entre a margarina e a manteiga?

Comparação entre manteiga e margarina:
- Ambas têm a mesma quantidade de calorias.
- A manteiga é ligeiramente mais alta em gorduras saturadas: 8 gramas, comparada com as 5 gramas que tem a margarina.
- Comer margarina em lugar de manteiga pode aumentar em 53% o risco de enfermidades coronárias nas mulheres segundo um recente estudo médico da Universidade de Harvard.
- Comer manteiga aumenta a absorção de grande quantidade de nutrientes que se encontram em outros alimentos.
- A manteiga fornece benefícios nutricionais próprios enquanto a margarina tem só os que lhe tenham sido acrescentados ao fabricá-la.
- A manteiga tem melhor sabor que a margarina e melhora o sabor de outros alimentos.
- A manteiga tem existido durante séculos enquanto que a margarina tem menos de 100 anos.

Agora sobre a margarina.

- É muito alta em ácidos graxos trans. (Sim, estes que recentemente os cientistas descobriram que são muito ruins e os governos tem começado a proibir).
- Triplo risco de doenças coronárias: Aumenta o colesterol total e o LDL (o colesterol ruim) e diminui o HDL (o colesterol bom);
- Aumenta em 5 vezes o risco de câncer.
- Diminui a qualidade do leite materno.
- Diminui a reação imunológica do organismo.
- Diminui a reação à insulina.

 E eis aqui o fator mais inquietante (AQUÍ ESTÁ A PARTE MAIS PREOCUPANTE):
-À margarina lhe falta UMA MOLÉCULA para ser PLÁSTICO....!!
 Somente este fato é suficiente para evitar o uso da margarina pra toda a vida - e de qualquer outra coisa  que seja hidrogenada;
 isto significa que se lhe acrescenta hidrogênio, o qual muda a estrutura molecular das substancias.

Você pode ensaiar o seguinte: Compre um pouco de margarina e deixe-a na garagem ou num lugar sombreado. Dentro de uns dias notará duas coisas:

- Não haverá moscas; nem sequer esses molestos bichos se lhe aproximarão -isto já deve lhe dizer algo.

- Não apodrece nem cheira mal ou diferente porque não tem valor nutritivo.

- Nada cresce nela. Nem sequer diminutos microorganismos podem crescer nela. Porque? Porque é quase plástico!!

 Você derreteria seu Tupperware e o passaria sobre uma torrada?

 CompartIlhe isto com seus amigos...Pode ser-lhes útil.
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7 de dezembro de 2010

A nossa água. Alerta Brasil

Por Darci Bergmann

Em nosso país vem acontecendo uma realidade que precisa de mais atenção da sociedade: trata-se da questão da água. De uns tempos para cá, em todo o mundo, já existem sinais de que esse bem de consumo vital, é alvo da cobiça de grupos poderosos. No Brasil não é diferente. A legislação estabelece que os municípios tem a concessão do abastecimento público da água, assim como dos resíduos sólidos e efluentes líquidos. Os municípios também podem terceirizar esses serviços, com prazos definidos. Sempre faltaram recursos para a estruturação desses serviços de forma adequada para populações cada vez maiores. Houve um tempo em que as empresas privadas ainda não tinham grande interesse na exploração dos serviços de abastecimento de água, nem tampouco na coleta e destinação dos resíduos de qualquer natureza.

Tal situação levou os estados brasileiros a investirem na criação de companhias públicas de água e saneamento e a CORSAN foi modelo para muitas delas. A universalização do abastecimento público da água também foi decisiva e alavancou recursos para o setor. No que tange aos serviços de abastecimento de água, a maioria das cidades brasileiras está servida de forma regular e com água própria para o consumo. Tanto é assim que os índices de mortalidade infantil caíram drasticamente, ajudadas por programas como os da Pastoral da Criança e sua similar da Saúde. Existem, é claro, ainda muitas regiões com dificuldades nessa área. Mas foi graças aos estados e suas companhias de água, políticas públicas adequadas e iniciativas privadas de solidariedade que o Brasil melhorou muito. Tal melhoria se deu sem a visão de lucro sobre o bem público água.

Na questão da coleta e tratamento do esgoto cloacal a realidade é outra. Os investimentos são mais volumosos. E agora com a universalização desse setor, os recursos públicos começam a fluir mais. E as corporações privadas estão ávidas para abocanhá-los. Juntos, os serviços de água, coleta e tratamento de esgoto representam uma atraente arrecadação mensal garantida pela população das cidades. Para isso, essas corporações montam estratégias para causar uma boa impressão junto à opinião pública e por conseguinte aos políticos de visão imediatista. Embora o setor de esgoto cloacal seja o de maior investimento, o que as corporações privadas querem é mesmo abocanhar o setor da água pública. O esgoto pode até correr pela sarjeta. Dá mau cheiro e um aspecto desagradável, polui os rios e o solo e pode transmitir doenças. Mas nada disso se compara à falta de água potável. Água é um bem essencial e por isso mesmo não deve ser considerado mercadoria como querem alguns. Devemos tratá-la como um bem precioso, que deve ser utilizado sem esbanjamento. Também não deve ser instrumento de cobiça e concentração de poder nas mãos de poucos.

Na minha opinião, existem três setores em que o estado precisa atuar com prioridade: saúde, educação e água públicas de boa qualidade. Há quem inclua outros setores. Não incluí a coleta e o tratamento de esgoto porque esses serviços podem ser feitos de forma descentralizada. Hoje temos tecnologia que permite o tratamento de esgoto desde uma residência, um quarteirão, um bairro sem depender de grandes áreas físicas. Passou-se o tempo em que era preciso transportar esgoto de uma a outra ponta da cidade, fazendo valetões e crateras. Em alguns casos essas práticas ainda são necessárias. O esgoto pode ser coletado e tratado no local onde ele é gerado. Uma simples fossa séptica, dessas com brita e areia, já realiza um estágio de tratamento. Já vi pessoas com mansões e carros de luxo que não investem um centavo na instalação desses dispositivos de tratamento e largam os dejetos no esgoto cloacal. Depois reclamam soluções do poder público e talvez queiram que o município passe à iniciativa privada esse tipo de serviço e aí incluída a concessão dos serviços de abastecimento de água.

Com a água essa descentralização também é possível em parte. Existem moradias que já dispõem de captação e tratamento da água das chuvas ou de poços, tornando-a potável dentro dos padrões normais. Isso auxilia o abastecimento público de alguma forma. Mas é preciso ter em mente que num mundo de população crescente e mudanças climáticas a disponibilidade dessas fontes de água pode ficar comprometida. É o que já está acontecendo. A tal ponto que em alguns países um barril de água equivale o preço de um barril de petróleo. Isto que água é um recurso natural renovável e o petróleo não.

Voltemos às estratégias das corporações. Elas sabem que um esgoto correndo a céu aberto é prato cheio para chamar atenção. Alardeiam incompetência do estado e das suas companhias de abastecimento e fazem terrorismo sobre doenças transmitidas pela falta de coleta e tratamento do esgoto. Isto agora, quando as verbas públicas começam a aparecer. Antes se metiam em outros filões de mercado, tipo petróleo, financeiro, transporte, bens de consumo e por aí afora. Mostram-se boazinhas para resolverem os problemas de mau cheiro e parecem resolver todos os problemas de saúde pública. Perdoem-me a frase que me disse alguém, mas ela se tornou real: se merda valer dinheiro o investidor aparece.

As corporações agem com muita sutileza. Primeiro, é preciso abalar a credibilidade das companhias estatais, com coisas pontuais, tipo buraco e valetas mal tapados, vazamento de água aqui e acolá, esgoto a céu aberto, doenças geradas pelo esgoto sem tratamento e outras mais. Depois, apontar as soluções com projetos elaborados por equipes capacitadas e oferecê-los aos prefeitos e vereadores. A metodologia se encaixa em todos os municípios. Existem até equipes de advogados especializados que fazem todo o roteiro de como encaminhar o expediente. A repetição das ladainhas dos problemas e falhas vai ao legislativo, ao executivo e à imprensa e vira ódio contra a companhia estatal como se ela fosse a responsável por todas as mazelas de uma cidade. Projetos fracassados dos prefeitos são esquecidos, o excessivo número de cargos de confiança não é problema, gastança com propaganda na mídia não é problema. Agora o alvo é a companhia de abastecimento de água e saneamento.

Nada é feito para melhorá-la. Alguns deputados também metem o bedelho e querem tirar proveito eleitoreiro do caso. Essa gente toda esquece que por muitos anos essa mesma estatal foi a que trouxe água e fez investimentos que melhoraram a saúde pública. Ao invés de execrá-la deveriam agora juntar esforços e propugnar por mais recursos e resolver também o problema de coleta e tratamento de esgoto. Isto pode ser feito até pelas prefeituras, em parte. Podem-se buscar alternativas de gestão compartilhada entre União, Estado e Município nessa área, como uma espécie de SUS do saneamento básico.

Há também a possibilidade de concessão compartilhada. Por exemplo, se o problema é de esgoto, mas não de abastecimento de água, não é preciso passar a concessão de água, por prazos absurdos de 25 a 30 anos a um grupo privado. Pode-se pensar na concessão do serviço de coleta e esgoto a mais de uma empresa e manter o controle estatal da água. Impraticável? Para mentalidades retrógradas, sim. Para administradores sérios no mínimo uma questão a ser estudada. Isto já é realidade em várias cidades em outros países.

Tenho ouvido referências de que as empresas privadas são mais eficientes que as públicas. Isto não é verdadeiro na maioria dos casos. As empresas públicas podem, sim, ser eficientes. E o estado pode ser eficiente se o quiser e se a sociedade também o quiser. O que precisamos é acertar na escolha dos nossos mandatários e legisladores, tirando de cena os corruptos e todos aqueles que usam a máquina pública em proveito próprio. Em toda a minha fase de aprendizado passei por instituições públicas* estaduais e depois federal. Agradeço ao povo do meu País por isso.

Os que almejam desestruturar as companhias de água dos estados, talvez remetam à concessão das corporações as nossas escolas, as nossas universidades estaduais e federais, os postos de saúde, as nossas ruas e tudo o mais que for possível. Até o oxigênio que respiramos.

Mas lembrem-se esses comissários das corporações do que aconteceu nos Estados Unidos em 2009. Lá grandes empresas privadas quebraram pela sua incompetência e devido às tropelias da economia. Depois, os antes liberais e arrogantes executivos dos carrões de luxo, foram bater às portas do tesouro, depositário dos impostos do povo norte-americano. Aí então o estado é lembrado. Como sempre, a sociedade como um todo então paga as contas. Lá e cá, a questão é a mesma.

Nunca fui funcionário público. Exerci até função em cargo de confiança e sei o que se passa nos dois lados do balcão. Reclamo por serviço mal feito seja ele da prefeitura, do estado, da união, da companhia de água ou mesmo de uma empresa particular. É um direito meu. Até para exercer esse direito quero ter uma companhia estatal de abastecimento público de água que tenha um gerente na minha cidade. Que ouça as minhas reclamações, os meus protestos, por uma questão de cidadania.

Não é o que acontece com algumas concessionárias privadas de telefonia. Cobram uma taxa fixa aqui de quase sessenta reais mensais, por serviços não realizados, o que é ilegal e a ANATEL, agência reguladora, nada faz para mudar isso. Milhares de usuários estão entregando as linhas de telefonia fixa por esse motivo. É uma espoliação. Em qualquer reclamação, a gente parece um idiota ouvindo as gravações que nos torram a paciência. Na verdade essas empresas gigantescas estão se lixando para uma pessoa comum. O que lhes interessa é apenas o lucro. No outro lado da linha, não tem um gerente, talvez tenha um robô. Mas nós somos ainda de carne e osso. Temos sangue correndo em nossas veias e artérias e queremos ser tratados como gente, não como máquinas.

Por essas coisas, eu desconfio das promessas de melhoria dos serviços de abastecimento de água nas mãos dessas corporações. Falar que as tarifas e qualidade dos serviços dessa turma serão fiscalizados por agência reguladora é outra balela. Uma comissão nomeada por um prefeito é vulnerável às pressões da concessionária. Passa muito dinheiro nesses canais. E aí mora o perigo.

Sinceramente, com todas as falhas, eu ainda sou pela manutenção dos serviços de abastecimento de água nas mãos das nossas companhias estaduais, uma conquista dos brasileiros de diversos estados.


* Estudei em Santa Catarina, cidades de Cunha-Porã e Mondaí.
No Rio Grande do Sul: Em Palmeira das Missões: Escola Agrícola Celeste Gobatto
Viamão: Escola Técnica de Agricultura
Santa Maria: UFSM (Curso de Engenharia Agronômica) 

6 de dezembro de 2010

Em busca das virtudes climáticas do bambu

Por Emilio Godoy, enviado especial

A cúpula sobre mudança climática em Cancun está quase absorta na exploração de opções para proteger e restaurar ecossistemas e ajudar na adaptação aos desastres naturais. Falemos do bambu.

CANCUN, México, 6 de dezembro (Tierramérica).- Vedadas, por ora, as soluções globais para a crise climática, muitos se lançam em busca de vegetais que possam mitigar a contaminação causadora do aquecimento e ajudem a suportar os embates de um clima enlouquecido. Agora, é a vez do bambu. “Cresce rápido, precisa de pouca água, absorve dióxido de carbono, protege os estuários, é resistente a tempestades”, enumerou ao Terramérica a holandesa Coosje Hoogendoorn, diretora-geral da Rede Internacional do Bambu e do Ratã (Inbar), que desde 1993 reúne 35 nações e tem sede em Pequim.

No mundo existem mais de mil espécies de bambu, Bambusa vulgaris, e 34% delas crescem na América Latina. Só no México, são 36 espécies, pouco estudadas e aproveitadas. A fibra de sua cana é uma eficaz matéria-prima para utensílios, móveis e artesanato, e um material apropriado para a construção de moradias resistentes aos ciclones. “Na América Latina, o potencial se desenvolve pouco a pouco. Sabe-se pouco sobre seu uso”, disse ao Terramérica o equatoriano Álvaro Cabrera, coordenador regional para América Latina e Caribe da Inbar.

A 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática, que acontece no balneário mexicano de Cancun até o dia 10, está quase absorta na exploração de opções técnicas para proteger e restaurar ecossistemas e ajudar na adaptação aos desastres naturais.

A fibra de bambu é usada para construir casas nos estados mexicanos de Puebla e Veracruz, sul do país, mas não de forma maciça. Este país não integra a Inbar. O limitado uso destas espécies nativas no México tem “razões históricas, culturais e econômicas”, segundo o informe “O Bambu. Estudo do Mercado Mundial”, feito pelo Ministério de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação.

“A planta é denegrida e combatida por ser considerada uma praga, particularmente em áreas onde se cultiva café, banana, tabaco e cacau e se cria extensivamente gado bovino”, acrescenta o documento. Em “dez anos, um hectare de bambu mossô (Phyllostachys pubescens) na China captura 30 toneladas de dióxido de carbono a mais do que uma plantação do mesmo tamanho de pinheiro chinês (Cunninghamia lanceolata)”, segundo um modelo comparativo da Inbar.

“O manejo sustentável e o uso apropriado do bambu podem aumentar a quantidade de carbono sequestrado, com mudanças no manejo que elevem a capacidade de armazenamento dentro do ecossistema no curto prazo”, afirma o estudo. O manejo florestal dessa planta ganhou força na Colômbia, no Equador e Peru, e, mais recentemente, na Argentina, membros da Inbar, junto com Cuba, Panamá e Venezuela.

Tudo bem “desenvolver projetos de proteção inovadores, mas é preciso estudá-los a fundo”, disse ao Terramérica o inglês Stephen Crooks, consultor da firma norte-americana ESA-PWA, coautor de um exame sobre captura de carbono nas zonas costeiras do planeta. É preciso analisar suas características e os efeitos que sua implantação maciça pode ter. No Equador foram construídas mais de cem mil casas de bambu para restaurar áreas devastadas por chuvas e inundações provocadas pelo fenômeno climático El Niño/Oscilação do Sul, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial.

Na cidade peruana de Ica, no Sul do país, foram utilizadas mais de 40 mil canas de bambu para erguer o Hotel Paracas. Na província equatoriana de Esmeraldas, a cadeia hoteleira norte-americana Royal Decameron também usou esse material na edificação de um alojamento. No Equador, a Inbar projeta 15 protótipos de casas de bambu. Em janeiro começará uma iniciativa semelhante no Peru, financiada com US$ 200 mil pelo Banco Mundial.

O objetivo é que os governos dos países financiem cada um a construção de 1.500 casas. “Estamos desenvolvendo uma tecnologia para fabricar telhas de bambu, em lugar das de zinco”, disse Coosje em Cancun. Produtores equatorianos e peruanos obtiveram a certificação da matéria-prima expedida pelo Conselho de Administração Florestal (FSC), que garante o manejo sustentável do cultivo.

“As plantações comerciais de bambu são uma das opções que poderiam contribuir mais eficazmente para compensar e corrigir a deterioração ambiental em territórios com climas quentes úmidos e muito quentes com chuvas o ano todo”, afirma o Ministério da Agricultura do México. O Congresso deste país pediu ao presidente Felipe Calderón que se associe à Inbar e estabeleça um programa de fomento ao bambu. “No México, há muito interesse em promover o bambu”, assegurou Álvaro. O comércio internacional do vegetal chega a US$ 7 bilhões.

* O autor é correspondente da IPS.
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Cuidado para os que gostam de cerveja e refri em lata.

Enviado por João Dionísio Lamana*

CAUSA DA MORTE DO PAI DE DANIELA SARAHYBA

Morreu Orlando. Brilhante advogado e pai da modelo Daniela Sarahyba,
numa situação absolutamente igual ao que se vem repetindo, com
freqüência dolorosa. Ele tinha uma casa e uma lancha em Angra. Ao sair
na lancha com amigos, num domingo, levou na geladeira da embarcação
latas de cerveja e refrigerantes. No dia seguinte, 2a. feira, estava
internado numa UTI e morto na 4a. feira. Ele era um atleta, adorava a
vida, que a vivia com intensidade.O exame cadavérico atestou
leptospirose fulminante contraída na lata de cerveja que ele havia
tomado, sem copo e sem canudo, no barco. O exame das latas atestou que
estavam infestadas de urina de ratos,consequentemente de leptóspiras.

MUITO CUIDADO !!! AVISO AOS CONSUMIDORES DE BEBIDAS EM LATA
Toda vez que comprar uma lata de refrigerante, tome cuidado de lavar a parte de
cima com água corrente e sabão, se possível, use canudo. Faça com que
seja obrigatório lavar as latas com desinfetantes mesmo as que vão à
geladeira. Uma pesquisa do INMETRO confirmou que a tampa da
latinha do refrigerante é mais poluída que um banheiro público.
Segundo essa pesquisa, a quantidade de vermes e bactérias era tão
intensa que eles sugeriam que se lavasse a tampa da latinha com água e
sabão' .
Dr. Fabio Lopes Olivares Setor de Citologia Vegetal
Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) Centro de
Biociências e Biotecnologia (CBB) Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF) Av. Alberto Lamego, 2000 - Horto 28015-620 - Campos
dos Goytacazes(RJ) Tel: (24) 726.3838 / Tel(fax): (24) 726.3714

Por favor, encaminhe este aviso às pessoas com quem você se preocupa.



3 de dezembro de 2010

A China já está aí



Dizem que é atribuída a Napoleão Bonaparte a seguinte e profética advertência: “ Fiquem alertas para quando o Gigante Amarelo despertar...”
O resto do mundo, inclusive os aculturados,sabichões e pretensos auto-suficientes, estão assistindo passivamente a essa galopante e silenciosa dominação chinesa. Leiam, abaixo, algumas verdades a respeito.


A verdade é que agora, tudo o que compramos é Made in China.
.......Eis um aviso para o futuro!
Mas quem liga para esse aviso?
Atualmente ....Ninguém !
Agora é só ....aproveitar E APROVEITAR ...!
E depois como será para os nossos filhos ?

JÁ PENSOU COMO FICARÁ A CHINA DO FUTURO?

Por Luciano Pires


Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação


Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só
fábrica chinesa produz quarenta milhões...
A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas...
Com preços que são uma fração dos praticados aqui.

Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região
onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que
acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente
zero benefícios.... estamos perante uma escravatura amarela e
alimentando-a...

Horas extraordinárias? Na China...? Esqueça !!!
O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas
extras sabendo que não vão receber nada por isso...

Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia de
"poder" para ganhar o mercado ocidental .

Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros' ocidentais,
que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de
valor": a marca.

Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos
Estados Unidos da América um produto "made in USA". É tudo "made in China",
com rótulo estadunidense.

As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e
vendendo por centenas de dólares...
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.
Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o
que pode-se chamar de "estratégia preçonhenta".

Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a
China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance,
para dominar no longo prazo.

Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com o
design...suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo,
estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques
industriais ocidentais.

Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados
pelo mundo ocidental. Só haverá na China.

Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus
preços, produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque
petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde de mais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo
proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.

Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem
ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, pois terá o monopólio
da produção .

Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é
quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".

Iremos, nós e os nossos filhos, netos... assistir a uma inversão das regras
do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba
atômica... chinesa.

Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os
esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando
baralho na praça da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques
fabris desmontados.

E então lembrarão, com muita saudade, do tempo em que ganharam dinheiro
comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-
grifes" aos seus conterrâneos.

E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas
que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois
foram todas copiadas....

REFLITAM E COMECEM A COMPRAR - JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL,
FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVÊNCIA DO SEU AMIGO, DO SEU

VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA... E DE SEUS DESCENDENTES
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Mais sobre o tema:

China ameaça o controle dos recursos naturais brasileiros
noticias :: Por Editor em 09/04/2011 :: imprimir   pdf   enviar   celular

A China é o maior comprador de produtos brasileiros desde 2009 e, ainda em 2011, deve ultrapassar os Estados Unidos também como maior vendedor para o mercado brasileiro, de acordo com prognóstico do economista Eduardo Costa Pinto, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo ele, enquanto as relações comerciais oferecem oportunidades de curto e médio prazos, podem gerar ameaças de longo prazo.



"Foi muito bom que o comércio Brasil-China tenha deslanchado na última década, mas devemos lembrar também que o comércio é apenas a ponta do iceberg nas relações bilaterais", disse o economista ao apresentar ontem (08/04/11) comunicado do Ipea As Relações Bilaterais Brasil-China: A Ascensão da China no Sistema Mundial e os Desafios para o Brasil.

Ele destacou um fator que pode representar problemas para a economia brasileira. Como o forte das exportações do Brasil tem sido as commodities (produtos básicos com cotação internacional), especialmente minérios e alimentos agropecuários, o economista argumenta que essa concentração não é desejável. E pergunta: "em caso de exaustão desses recursos primários, o que o Brasil vai fazer?"

Segundo o estudo, embora a China tenha crescido 10% ao ano, em média, nos últimos dez anos, tem como grande limitação da expansão a questão ambiental, e vai atrás dos países que podem suprir suas necessidades, como o Brasil. Tanto que, além de comprar recursos naturais, os chineses também investem na aquisição ou na associação com empresas brasileiras para controlar as explorações, principalmente de minerais.

Costa Pinto disse que só no ano passado os chineses investiram mais de US$ 15 bilhões em nosso país, a maior parte no controle de exploração de minério de ferro em duas jazidas de Minas Gerais, bem como nas áreas de petróleo e siderurgia no Rio de Janeiro. Mas existe também uma preocupação adicional de setores da sociedade brasileira, que é a compra de vastas áreas de terras agricultáveis na Bahia e em Goiás.

Ele enfatizou que a dinâmica comercial e financeira entre os dois países "traz oportunidades para o Brasil no curto e médio prazos, mas se não forem bem aproveitadas poderão representar ameaças no longo prazo". Citou a perda de participação de nossas exportações para outros competidores, perda do controle estratégico sobre fontes de energia, principalmente petróleo, e de recursos naturais, como terras e minas, que podem acarretar em "aumento da vulnerabilidade externa estrutural".

Segundo ele, o Brasil tem que avançar nos instrumentos de regulamentação, regulação e fiscalização da compra de terras e de recursos naturais pelos chineses; precisa utilizar mais ativamente os instrumentos disponíveis de defesa comercial no âmbito daOrganização Mundial do Comércio (OMC); e negociar com o governo chinês condições isonômicas para a entrada e operação de empresas brasileiras em setores restritos a empresas chinesas.

FONTE

Agência Brasil
Stênio Ribeiro - Repórter
Vinicius Doria - Edição