Carta escrita por Darci Bergmann, em 03/08/1977, ao semanário O JORNAL, de São Borja/RS
CARTA
Sr. Diretor,
Dirijo-me a V.S. no sentido de obter apoio de O JORNAL para tratar de um assunto que, infelizmente, não está sendo levado muito a sério. Trata-se do plantio de árvores ornamentais em nossa cidade.
Já é sabido que as plantas desempenham papel de relevância no embelezamento, quebrando a monotonia, ao mesmo tempo em que influem no aumento da taxa de oxigênio atmosférico, a ponto de a Organização Mundial da Saúde recomendar a proporção de 25 m² de área verde por habitante urbano, o que para São Borja daria em torno de 100 hectares. Portanto bem acima do que realmente dispomos.
De outro lado fala-se muito em turismo e nas possibilidades de sua implantação. Convém esclarecer, no entanto, que uma das premissas básicas do turismo é ter o que mostrar. Ninguém, por exemplo, vai a Canela e Gramado para ver mais edifício, mas sim para ver as belezas naturais, os jardins, os parques, que a população ali sabe tão bem preservar em seu estado natural.
Da mesma forma, nós são-borjenses precisamos nos conscientizar de que nossa potencialidade turística reside em nossa riqueza folclórica, aliada ao meio natural, isto é, à Natureza propriamente dita, tanto no interior, como na cidade.
No aspecto urbano já existem algumas iniciativas. A Prefeitura plantou essências ornamentais em algumas ruas. Particulares também o fizeram, plantando mudas e conservando, exemplarmente, árvores nativas, verdadeiros monumentos verdes. Mas tudo isso ainda é pouco. A comunidade toda, através das entidades sociais e dos educandários, deverá se mobilizar, a exemplo do se fez em outras cidades. Cito, a propósito, um trabalho pioneiro realizado em Uberaba (MG). Em cada quarteirão daquela cidade, os moradores nomearam um coordenador, o qual dirigiu o plantio de árvores ornamentais. Cada morador plantou e adotou uma árvore. Hoje, Uberaba orgulha-se de ser uma das cidades mais arborizadas do País. Em São Leopoldo temos outro exemplo dignificante. Acadêmicos da UNISINOS lideraram campanhas para plantio de árvores ornamentais e frutíferas e, assim, milhares foram plantadas no perímetro urbano.
E nós aqui em São Borja será que vamos continuar assistindo passivamente que uma minoria de pessoas continue depredando, inescrupulosamente, um patrimônio verde que é da comunidade? Esse patrimônio é fruto daqueles que, por amor à sua cidade, deixaram nesse chão as raízes, o exemplo para que plantemos mais árvores e preservemos aquelas já plantadas.
Creio que a irracionalidade destrutiva de alguns será sobrepujada pelo espírito comunitário são-borjense, tão vivo e tão presente. Creio na sensibilidade desse povo em preservar e plantar árvores. Essas árvores, que também são obra do Criador e que precisam ser defendidas por todos aqueles que se dizem seres racionais.
Atenciosamente
Engenheiro agrônomo Darci Bergmann
Esta carta iniciou a campanha “Plante uma Vida, Plante uma Árvore”. Com a extinção de O JORNAL, Darci Bergmann continuou os trabalhos, então como Projeto Plante uma Vida, Plante uma Árvore.
Um comentário:
Moro em Alvorada no Rio Grande do Sul, cidade vizinha a Porto Alegre, decidi criar um Blog, incentivado por amigos, por também estar preocupado com as questões ambientais. Outro dia ao tentar livrar-me de uma lâmpada fluorescente abandonada e quebrada, acabei me machucando, com um corte profundo em minha mão.
No Minha Notìcia no IG, publiquei uma mensagem, que foi utilizada pelo site: www.conscienciaglobal.com.br
E que trata das long-necks, como verdadeira epidemia. Acho que junto às autoridades brasileiras, se deva pensar em formas de reciclagem desse tipo de vasilhame, quem sabe até mesmo como agregado no material de construção de casas populares, pode ser uma ídéia.
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