ALEMANHA | 20.03.2011
A ameaça de catástrofe nuclear no Japão obrigou Berlim a puxar o freio de mão em sua política de energia nuclear. Há apenas alguns meses, o governo de Angela Merkel prorrogara o prazo de funcionamento das usinas do país. Agora, a decisão foi suspensa, e sete das 17 centrais alemãs serão desligadas por três meses.
Mas a palavra de ordem dentro da coalizão conservadora cristã-liberal continua sendo "repensar a energia nuclear" – o que faz soar os alarmes entre as operadoras de eletricidade. Após a prorrogação pelo governo federal, no final de 2010, esses fornecedores já se consideravam totalmente seguros. Mas agora têm motivos para temer por sua mais rica fonte de lucros.
Quanto tempo até as imagens apocalípticas do Japão caírem no esquecimento?
"Contribuição à preservação do clima"
Ao se referir à energia nuclear, Ralf Güldner, presidente do Fórum Atômico Alemão, normalmente usa termos como "valiosa", "excelente" e "exemplar" ou formulações como "indispensável contribuição à preservação do clima" e "grande potencial de desenvolvimento tecnológico". Desde a catástrofe nuclear no Japão, o maior representante dos interesses do setor se mostra bem mais contido.
"'Seguro é sempre um conceito relativo, e aqui nos encontramos numa área do risco residual", argumenta. "Talvez seja preciso discutirmos também na Alemanha se devemos relacionar certas ocorrências entre si, e aí dizer: é necessário elevar o nível de segurança, para alcançar uma redução adicional do nível de risco residual. E se isso não for tecnicamente possível em certas centrais individuais, então haverá consequências."
Está claro que, na qualidade de lobista, a atual preocupação de Güldner é limitar os danos. A decisão do governo alemão por uma moratória de três meses significa uma inegável guinada na política atômica do país, as sete centrais mais antigas poderão ser desativadas. E o Fórum Atômico também sabe disso.
Cartas marcadas
Rebelar-se justo agora seria pouco inteligente. Berlim já tem problemas suficientes para justificar sua mudança de rumo na energia nuclear. Somente submetendo-se, o lobby atômico pode ter esperança de ainda manter pelo menos as usinas mais modernas funcionando por mais algum tempo.
"Agora é preciso discutir se seguiremos podendo dar nossa contribuição no futuro: possivelmente com menos centrais, porém com um nível de segurança mais alto", tenta explicar o presidente do Fórum Atômico. "Mas a política de energia é sempre um complexo temático em que os políticos estabelecem as condições de base que as operadoras têm que respeitar."
Um jogo que as operadoras de energia, no entanto, não deixam de tentar influenciar por todos os meios possíveis. Aliás, há um bom tempo elas evitam confiar qualquer aspecto do processo político ao acaso. Um exemplo é o Conceito de comunicação para a energia nuclear – Estratégias, argumentos e medidas, do final de 2008: a publicação de 100 páginas foi elaborada por uma agência de assessoria empresarial para a gigante da energia E.on – fato que esta, no entanto, desmentiu após a divulgação pública do documento.
Fontes primárias de energia na Europa
Lobby atômico domina Berlim
Essencialmente, o Conceito demonstra como orientar políticos e jornalistas numa direção favorável à energia nuclear, e como influenciar o debate público sobre o tema: minimizar seus perigos, destacar sua indispensabilidade e vantagens para o abastecimento de eletricidade e a proteção do clima, são algumas das táticas.
Tarefas essas que ocupam em Berlim não apenas os lobistas do Fórum Atômico, mas também as quatro grandes operadoras de energia do país: E.on, RWE, EnBW e Vattenfall. Recentemente, o presidente da bancada parlamentar do partido A Esquerda, Gregor Gysi, comentou o fato de forma lapidar:
"A indústria atômica não possui apenas poder financeiro e econômico e detém influência considerável sobre as decisões políticas: ela as domina. E com isso, domina também o governo federal alemão e um grande número de deputados."
"Lavagem a verde"
Nos últimos anos, especialistas de marketing trataram de mostrar as unidades termonucleares de produção de energia sob a ótica mais favorável possível. Por exemplo, na campanha: "Os mal amados ambientalistas da Alemanha".
À primeira vista, parece tratar-se de uma série de paisagens, potencialmente tiradas de um prospecto de turismo. Somente olhando-se com atenção descobre-se a presença das usinas, ao fundo das fotos, e sempre bem pequenas. Uma das imagens mostra ovelhas pastando num campo verde, com uma central nuclear alemã diante do céu azul. Em primeiro plano, a mensagem: "Este ativista do clima luta 24 horas por dia pelo respeito ao Acordo de Kyoto".
A campanha mereceu o EU Worst Greenwash Award, prêmio para as manifestações mais descaradas de "lavagem a verde" de práticas ecologicamente questionáveis, dentro da União Europeia. A justificativa para a escolha foi: aqui se tenta instrumentalizar as preocupações públicas sobre as transformações climáticas com o fim de fazer propaganda para a energia nuclear.
Nuclear = renovável?!
Consta que argumentos de ordem econômica representaram um papel de peso na decisão de prorrogar o funcionamento das usinas atômicas, em novembro de 2010. As unidades geram lucros bilionários e valia a pena para o setor nuclear acenar ao governo com uma participação, diante da época de "vacas magras" dos cofres públicos alemães.
Mas até isso ocorreu a portas fechadas, denuncia o líder dos social-democratas e ex-ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel. "Quando chegou a hora de decidirmos no parlamento, o assunto já estava encerrado há muito. "Nem Bundestag [câmara baixa], nem o Bundesrat [câmara alta] participaram seriamente do processo de decisão. Eles já haviam acertado tudo com os senhores da indústria nuclear, na salinha dos fundos", acusa.
A campanha de relações públicas do lobby atômico já está tão avançada, que a energia termonuclear tem sido sempre mencionada e apresentada no mesmo contexto das energias renováveis. "Unidos pela preservação do clima", reza a foto que mostra unidades eólicas lado a lado com centrais nucleares.
Após a catástrofe no Japão, tais recursos dificilmente bastarão para salvar a desvalorizada imagem do setor. Os lobistas, com certeza, encontrarão outras linhas de argumentação para impedir o abandono rápido da energia atômica na Alemanha: um processo que, a rigor, já se iniciou.
Senão, como interpretar as discussões sobre a alta dos preços da eletricidade, num país que produz mais do que consome?
Autoria: Sabine Kinkartz (av)
Revisão: Marcio Damasceno
Fonte: DW (Deutsche Welle)
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Reportajes
Quién controla a las agencias de control nuclear
Por Stephen Leahy
El sector de la energía nuclear tiene pocos expertos independientes, lo que pone en entredicho la transparencia y ecuanimidad de los organismos fiscalizadores.
UXBRIDGE, Canadá, 21 mar (Tierramérica).- Mientras Japón afronta un accidente nuclear que puede ser el peor de la historia, parece evidente que cualquier debate sobre la seguridad de la energía atómica debería abordar la independencia de los organismos reguladores.
El 26 de abril de 1986 varios incendios y explosiones en la central nuclear ucraniana de Chernobyl liberaron material radiactivo que se expandió sobre Europa oriental y occidental, especialmente en la propia Ucrania, Bielorrusia (hoy Belarús) y Rusia, entonces repúblicas soviéticas.
Veinticinco años después, el reactor número cuatro de Chernobyl continúa emitiendo radiactividad pese a que está sepultado bajo una gruesa pero deteriorada cubierta de hormigón armado.
Europa y Estados Unidos intentan recaudar más de 2.000 millones de dólares para construir un sarcófago permanente que contenga la radiación.
El desastre de Chernobyl suele ser atribuido a tecnología obsoleta y a la opacidad característica del régimen soviético.
El accidente en la central japonesa de Fukushima I, operada por la Compañía de Energía Eléctrica de Tokio (Tepco), se desencadenó por los daños que le causaron el terremoto de nueve grados en la escala de Richter y el inmediato tsunami del 11 de este mes. Pero “Tepco no tiene los mejores antecedentes de seguridad o de transparencia en la información”, dijo Mycle Schneider, analista de políticas energéticas y nucleares radicado en París que trabaja habitualmente en Japón.
En 2002 se descubrió que Tepco falsificaba información sobre seguridad y la empresa fue obligada a cerrar sus 17 reactores, incluidos los de la central de Fukushima I, ubicada unos 240 kilómetros al norte de Tokio, en el este del país, sobre el océano Pacífico.
Ejecutivos de Tepco admitieron haber presentado unos 200 informes técnicos con datos falsos en las dos décadas anteriores. La maniobra quedó expuesta porque un ingeniero nuclear estadounidense que trabajaba en la empresa la dio a conocer, dijo Schneider a Tierramérica.
En 2007, un terremoto de 6,6 grados obligó a Tepco a clausurar los siete reactores de la central nuclear más grande del mundo, ubicada en la costa oeste de Japón. La planta de Kashiwazaki-Kariwa se cerró por 21 meses para realizar reparaciones y pruebas antisísmicas adicionales. Sólo cuatro de sus reactores volvieron a operar.
“No hay un solo lugar de Japón que no sea propenso a los terremotos”, dijo Schneider.
Japón obtiene un tercio de su electricidad de 55 reactores nucleares, lo que lo coloca tercero luego de Francia, con 59, y de Estados Unidos, con unos 100. Japón no tiene petróleo, gas natura ni carbón y es un gran consumidor de energía. El país planea construir otros 15 reactores.
Otras instalaciones atómicas japonesas han experimentado fallas.
En 2004, un accidente mató a cinco trabajadores. En 1996, otro provocó una lluvia radiactiva que alcanzó los suburbios del nororiente de Tokio, pero tuvo poca repercusión pues el gobierno prohibió a los medios divulgar la información, sostuvo el periodista Yoichi Shimatsu, ex editor de The Japan Times Weekly, en un artículo publicado en The 4th Media.
Los ambientalistas japoneses protestan desde hace tiempo por regulaciones estatales inapropiadas y la cultura de la industria nuclear de encubrir sus errores.
El problema es que las empresas de energía nuclear como Tepco y las agencias reguladoras del gobierno son “esencialmente lo mismo”, dijo a Tierramérica el presidente de la no gubernamental Coalición Canadiense para la Responsabilidad Nuclear, Gordon Edwards.
Esa situación se repite en Japón, en Canadá, Estados Unidos y en otros países, planteó Edwards.
“Hay pocos expertos nucleares independientes en el mundo. Todos trabajan para la industria, o lo hicieron antes y ahora son reguladores”, señaló.
Canadá tiene una gran industria nuclear de propiedad estatal, con 17 reactores que aportan 15 por ciento de la electricidad del país.
El gobierno canadiense ha vendido reactores Candu a varios países, entre ellos Argentina y, más recientemente, China.
Las plantas nucleares de Canadá han sido objeto de múltiples reparaciones, todas ellas costosas, y también de clausuras, principalmente por filtraciones. Aunque no hubo víctimas fatales, pero los costos de reparación ascienden a miles de millones de dólares.
La industria y las agencias de fiscalización no tienen interés en educar al público o a los gobernantes, dijo Edwards. “Nunca explican que la radiactividad no es algo que puede apagarse. No explican que incluso cuando se clausura un reactor éste sigue generando una enorme cantidad de calor que debe eliminarse para impedir la fusión del combustible”, destacó.
Un claro ejemplo es el reactor número cuatro de Fukushima I, que estaba clausurado desde diciembre. Pero el combustible ya usado sumergido en las piscinas de almacenamiento comenzó a recalentarse cuando el sistema de refrigeración dejó de funcionar por el terremoto.
Para John Luxat, experto en seguridad nuclear de la Universidad McMaster, cerca de Toronto, los edificios de Fukushima resistieron bien, pero hubo un problema con el generador eléctrico que debía alimentar el sistema de enfriamiento.
Canadá tiene una importante reguladora, que es la Comisión Canadiense de Seguridad Nuclear (CNSC, por sus siglas en inglés), señaló Luxat a Tierramérica, encargada de hacer cumplir las normas.
Para dirigirla, el gobierno designa a expertos de la industria y de otros sectores. Toda nueva norma eleva considerablemente los costos, admitió Luxat, quien trabajó en la industria nuclear canadiense.
“En 2008, cuando la presidenta de la CNSC (Linda Ken) intentó poner las regulaciones canadienses en línea con los estándares internacionales, el gobierno la destituyó”, dijo a Tierramérica el analista nuclear de Greenpeace Canadá, Shawn-Patrick Stensil.
Uno de los cambios que Keen promovió fue ordenar el uso de generadores de respaldo alimentados a gasóleo en caso de que se presentara una falla eléctrica tras un terremoto, añadió.
“La independencia de la Comisión quedó comprometida con la designación de un presidente favorable a la industria nuclear”, sostuvo.
La CNSC y la industria se niegan a divulgar sus estudios sobre seguridad para que los evalúen colegas independientes, argumentando que es demasiado riesgoso hacerlos públicos, dijo Stensil.
“La industria siempre exagera la seguridad y los beneficios y subdeclara los costos y los riesgos”, dijo a Tierramérica Mark Mattson, de la organización no gubernamental Lake Ontario Waterkeeper.
“Es imposible conseguir que aporten evidencias que sostengan sus argumentos”, dijo.
La mayoría de los reactores nucleares de Canadá se encuentran en la región del Gran Toronto, en el este del país, donde viven casi seis millones de personas.
A fines de este mes, se celebrarán audiencias públicas para discutir la construcción de dos reactores más, aunque la decisión de construirlos ya se tomó en la esfera política, señaló Mattson.
“En realidad no necesitamos esa energía adicional. El único motivo por el que esto sigue adelante es para fomentar la industria”, dijo.
El 26 de abril de 1986 varios incendios y explosiones en la central nuclear ucraniana de Chernobyl liberaron material radiactivo que se expandió sobre Europa oriental y occidental, especialmente en la propia Ucrania, Bielorrusia (hoy Belarús) y Rusia, entonces repúblicas soviéticas.
Veinticinco años después, el reactor número cuatro de Chernobyl continúa emitiendo radiactividad pese a que está sepultado bajo una gruesa pero deteriorada cubierta de hormigón armado.
Europa y Estados Unidos intentan recaudar más de 2.000 millones de dólares para construir un sarcófago permanente que contenga la radiación.
El desastre de Chernobyl suele ser atribuido a tecnología obsoleta y a la opacidad característica del régimen soviético.
El accidente en la central japonesa de Fukushima I, operada por la Compañía de Energía Eléctrica de Tokio (Tepco), se desencadenó por los daños que le causaron el terremoto de nueve grados en la escala de Richter y el inmediato tsunami del 11 de este mes. Pero “Tepco no tiene los mejores antecedentes de seguridad o de transparencia en la información”, dijo Mycle Schneider, analista de políticas energéticas y nucleares radicado en París que trabaja habitualmente en Japón.
En 2002 se descubrió que Tepco falsificaba información sobre seguridad y la empresa fue obligada a cerrar sus 17 reactores, incluidos los de la central de Fukushima I, ubicada unos 240 kilómetros al norte de Tokio, en el este del país, sobre el océano Pacífico.
Ejecutivos de Tepco admitieron haber presentado unos 200 informes técnicos con datos falsos en las dos décadas anteriores. La maniobra quedó expuesta porque un ingeniero nuclear estadounidense que trabajaba en la empresa la dio a conocer, dijo Schneider a Tierramérica.
En 2007, un terremoto de 6,6 grados obligó a Tepco a clausurar los siete reactores de la central nuclear más grande del mundo, ubicada en la costa oeste de Japón. La planta de Kashiwazaki-Kariwa se cerró por 21 meses para realizar reparaciones y pruebas antisísmicas adicionales. Sólo cuatro de sus reactores volvieron a operar.
“No hay un solo lugar de Japón que no sea propenso a los terremotos”, dijo Schneider.
Japón obtiene un tercio de su electricidad de 55 reactores nucleares, lo que lo coloca tercero luego de Francia, con 59, y de Estados Unidos, con unos 100. Japón no tiene petróleo, gas natura ni carbón y es un gran consumidor de energía. El país planea construir otros 15 reactores.
Otras instalaciones atómicas japonesas han experimentado fallas.
En 2004, un accidente mató a cinco trabajadores. En 1996, otro provocó una lluvia radiactiva que alcanzó los suburbios del nororiente de Tokio, pero tuvo poca repercusión pues el gobierno prohibió a los medios divulgar la información, sostuvo el periodista Yoichi Shimatsu, ex editor de The Japan Times Weekly, en un artículo publicado en The 4th Media.
Los ambientalistas japoneses protestan desde hace tiempo por regulaciones estatales inapropiadas y la cultura de la industria nuclear de encubrir sus errores.
El problema es que las empresas de energía nuclear como Tepco y las agencias reguladoras del gobierno son “esencialmente lo mismo”, dijo a Tierramérica el presidente de la no gubernamental Coalición Canadiense para la Responsabilidad Nuclear, Gordon Edwards.
Esa situación se repite en Japón, en Canadá, Estados Unidos y en otros países, planteó Edwards.
“Hay pocos expertos nucleares independientes en el mundo. Todos trabajan para la industria, o lo hicieron antes y ahora son reguladores”, señaló.
Canadá tiene una gran industria nuclear de propiedad estatal, con 17 reactores que aportan 15 por ciento de la electricidad del país.
El gobierno canadiense ha vendido reactores Candu a varios países, entre ellos Argentina y, más recientemente, China.
Las plantas nucleares de Canadá han sido objeto de múltiples reparaciones, todas ellas costosas, y también de clausuras, principalmente por filtraciones. Aunque no hubo víctimas fatales, pero los costos de reparación ascienden a miles de millones de dólares.
La industria y las agencias de fiscalización no tienen interés en educar al público o a los gobernantes, dijo Edwards. “Nunca explican que la radiactividad no es algo que puede apagarse. No explican que incluso cuando se clausura un reactor éste sigue generando una enorme cantidad de calor que debe eliminarse para impedir la fusión del combustible”, destacó.
Un claro ejemplo es el reactor número cuatro de Fukushima I, que estaba clausurado desde diciembre. Pero el combustible ya usado sumergido en las piscinas de almacenamiento comenzó a recalentarse cuando el sistema de refrigeración dejó de funcionar por el terremoto.
Para John Luxat, experto en seguridad nuclear de la Universidad McMaster, cerca de Toronto, los edificios de Fukushima resistieron bien, pero hubo un problema con el generador eléctrico que debía alimentar el sistema de enfriamiento.
Canadá tiene una importante reguladora, que es la Comisión Canadiense de Seguridad Nuclear (CNSC, por sus siglas en inglés), señaló Luxat a Tierramérica, encargada de hacer cumplir las normas.
Para dirigirla, el gobierno designa a expertos de la industria y de otros sectores. Toda nueva norma eleva considerablemente los costos, admitió Luxat, quien trabajó en la industria nuclear canadiense.
“En 2008, cuando la presidenta de la CNSC (Linda Ken) intentó poner las regulaciones canadienses en línea con los estándares internacionales, el gobierno la destituyó”, dijo a Tierramérica el analista nuclear de Greenpeace Canadá, Shawn-Patrick Stensil.
Uno de los cambios que Keen promovió fue ordenar el uso de generadores de respaldo alimentados a gasóleo en caso de que se presentara una falla eléctrica tras un terremoto, añadió.
“La independencia de la Comisión quedó comprometida con la designación de un presidente favorable a la industria nuclear”, sostuvo.
La CNSC y la industria se niegan a divulgar sus estudios sobre seguridad para que los evalúen colegas independientes, argumentando que es demasiado riesgoso hacerlos públicos, dijo Stensil.
“La industria siempre exagera la seguridad y los beneficios y subdeclara los costos y los riesgos”, dijo a Tierramérica Mark Mattson, de la organización no gubernamental Lake Ontario Waterkeeper.
“Es imposible conseguir que aporten evidencias que sostengan sus argumentos”, dijo.
La mayoría de los reactores nucleares de Canadá se encuentran en la región del Gran Toronto, en el este del país, donde viven casi seis millones de personas.
A fines de este mes, se celebrarán audiencias públicas para discutir la construcción de dos reactores más, aunque la decisión de construirlos ya se tomó en la esfera política, señaló Mattson.
“En realidad no necesitamos esa energía adicional. El único motivo por el que esto sigue adelante es para fomentar la industria”, dijo.
Fonte:Tierramérica
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