20 de julho de 2012

Revolução das bicicletas completa cinco anos em Paris



Por Júlio Godoy


Em cinco anos, 138 milhões de pessoas usaram as 23 mil bicicletas de aluguel de Paris, sistema que conta com 225 mil assinantes em uma população urbana de 2,3 milhões.
PARIS, França, 16 de julho de 2012 (Tierramérica).- Em julho de 2007, muitos habitantes da capital francesa riram de seu prefeito, Bertrand Delanoë, quando anunciou a criação de um sistema público de aluguel de bicicletas, destinado a reduzir o tráfego de veículos automotores em Paris. Nos primeiros meses do serviço, denominado Vélib’, das palavras “vélo” (bicicleta em francês coloquial) e “liberté” (liberdade), os céticos pareciam ter razão. Enquanto a maioria dos parisienses desdenhava das pesadas bicicletas públicas, de 23 quilos, outros as destruíam ou as roubavam. 


Durante o primeiro ano oito mil desapareceram e outras 16 mil sofreram vandalismo, segundo informação oficial. Outros inconvenientes desestimulavam o ciclismo urbano cotidiano: a exigência de assinatura, o preço elevado do serviço, o esforço físico que no verão produz efeitos secundários indesejáveis para uma população famosa pelo esmero com sua aparência pessoal, e o caótico trânsito de Paris, temido por seus altos riscos.



E, apesar de tudo, o Vélib’ completou seus primeiros cinco anos no dia 14, e também comemora um êxito inegável: nesse prazo, 138 milhões de pessoas utilizaram as 23 mil bicicletas de aluguel e o sistema conta com 225 mil assinantes em uma população urbana de 2,3 milhões de pessoas. Além disso, nesse período, apenas seis pessoas morreram em acidentes de trânsito envolvendo uma bicicleta de aluguel. O sistema também ganhou adeptos: 31 comunidades do entorno de Paris se associaram ao Vélib’, que serve de modelo para outras 34 cidades francesas.



A administração de Paris afirma, inclusive, que o Vélib’ se oferece como exemplo para um desenvolvimento semelhante em várias cidades do mundo, desde a australiana Melbourne até a norte-americana São Francisco. Em 2011, o sistema alcançou seu nível de rentabilidade, e seguramente dará lucro em 2012. Para Delanoë – um político sóbrio e extremamente reservado, que em 1998 se declarou homossexual –, o triunfo do Vélib’ também é a confirmação de que sua política de transporte, a princípio controvertida, é correta, uma revolução benigna para uma cidade afligida pelos engarrafamentos e pela contaminação ambiental.



“Há cinco anos, não imaginava que os resultados do Vélib’ seriam tão bons”, disse o prefeito ao Terramérica. “Minha intenção era testar uma política diferente, ajudar os parisienses a reconquistarem sua independência e sua liberdade no trânsito e, ao mesmo tempo, reduzir a poluição do ar”, acrescentou. Esta política se resume no lema “Paris respira”, onipresente no cartaz que defende o uso da bicicleta na cidade.



O sistema “acabou com muitos tabus sobre o transporte urbano”, afirmou ao Terramérica a especialista em urbanismo Isabelle Lesens. “A bicicleta reduz os problemas de estacionamento, e em uma cidade relativamente pequena como Paris, com bom clima médio, constitui um eficiente meio de transporte”, destacou. Apesar do êxito, o Vélib’ tem seus problemas. “O custo do Vélib’ é muito alto. A administração e a manutenção de cada bicicleta custa três mil euros por ano. Seguramente, seria possível obter os mesmos resultados por menos dinheiro”, opinou Lesens.



A empresa JCDecaux, que administra o serviço em cooperação com a prefeitura, admite tais problemas. “O sistema é muito caro em termos de exploração”, declarou ao Terramérica seu presidente, Jean Charles Decaux. “No entanto, desde 2011 alcançamos o equilíbrio orçamentário, depois de termos perdido dinheiro nos três primeiros anos”, acrescentou.



Apesar de tudo, o triunfo do Vélib’ é tamanho que os parisienses redescobriram sua paixão pelo ciclismo, que se expressa na competição mais importante do mundo, a Volta da França (Tour de France). Além disso, segundo dados oficiais, os parisienses realizam diariamente cerca de 200 mil trajetos em bicicleta própria. No total, a quantidade destes meios de transporte em Paris aumentou 41% desde 2007. E, ao mesmo tempo, o tráfego de automóveis apresentou queda de 25%.



As bicicletas são um componente da política de transporte urbano que Delanoë colocou em prática desde que foi eleito prefeito pela primeira vez, em março de 2001. Uma de suas primeiras medidas foi criar vias exclusivas para ônibus em quase toda a cidade, a fim de acelerar sua circulação e reduzir o espaço para carros individuais. O governo municipal também participa, em cooperação com as comunidades à sua volta, da construção de uma linha de bondes não contaminantes que em 2020 formará um anel de ligação em torno de Paris. 



Além disso, a prefeitura criou 370 quilômetros de vias reservadas para as bicicletas. Nos finais de semana, o tráfego de veículos automotores está proibido nas ruas mais importantes da capital parisiense. No dia 5 de dezembro, a prefeitura introduziu um sistema de aluguel de carros elétricos, com funcionamento baseado no Vélib’. Batizado, naturalmente, de Autolib’, ainda não tem o grau de popularidade das bicicletas. Porém, Delanoë está seguro de que seu impacto será positivo no transporte.



“Quando o Autolib’ for parte do modo de vida cotidiano dos parisienses, como já é o Vélib’, a política de transporte urbano mudará definitivamente”, disse o prefeito, reeleito em 2008 com 57,7% dos votos, para governar Paris até 2014. “Todas estas medidas (Vélib’, Autolib’, vias exclusivas para ônibus e bonde) têm por objetivo revolucionar o transporte urbano e reduzir os percursos com carros particulares, para diminuir as emissões de dióxido de carbono e purificar o ar”, detalhou Delanoë. “A verdade é que o automóvel não tem mais lugar na grande cidade de nossos dias”, ressaltou.


Fonte: Tierramerica
Foto: Wikipédia

17 de julho de 2012

Os animais de estimação e os impactos ambientais (3)



Onça pintada:
Foto: Wikipédia


Animais retirados do seu habitat: um caso real com um filhote de onça


Por Melissa Bergmann


   Essa questão do cuidado com os animais domésticos é realmente muito delicada. As pessoas se apegam aos bichos, que são dóceis e as acompanham em suas vidas. Mas deve-se ter alguns cuidados, pois não se pode esquecer de que são animais, e não se deve tentar "humanizá-los". Há pessoas que capturam aves, serpentes ou outros animais para criá-los em suas casas, esquecendo-se de que a "casa" deles é o habitat natural, seja um bosque, um banhado ou a capoeira. Em uma visita a uma espécie de zoológico em Santa Maria, havia uma onça que foi capturada, quando filhote, por um médico no Pantanal, que a levou para criá-la em casa, junto com os cães. Acontece que o filhote cresceu e começou a devorar os cãezinhos. Sem saber o que fazer, o médico então doou o animal ao zoológico. Moral da história: os animais silvestres devem permanecer em seus habitats, e não ser domesticados.       Da mesma forma, o cuidado excessivo com os animais domésticos pode desencadear um desequilíbrio nos ecossistemas, aumentando sua população, e influenciando a passagem de outros animais de uma área a outra, ou atuando como predadores de seus ovos ou filhotes.   Assim, ao largar os filhotes de um animal em terreno alheio, ou alimentá-los, está-se promovendo o aumento de sua população de forma desordenada, o que aumenta também a proliferação de parasitas e doenças. Todo animal (doméstico)merece respeito, e por isso cada proprietário deve cuidar dos seus. 


12 de julho de 2012

Asas da liberdade


Foto: DW aves migratórias


Por Darci Bergmann

Alçando vôos em ar de graça,
Abrindo asas sobre as planuras,
Lá vão elas, lá nas alturas,
Aves em paz e liberdade faceira.
Seus cantos, na harmonia campeira,
E suas cores refletem no horizonte
A vida que nasceu livre na fonte,
Com a as aves de beleza inteira

Mas no calmo e harmonioso cenário,
Entre plantas e bichos na inocência,
Pessoas agem por inconsciência,
Despidas de amor e de sentimentos.
Prendem seres, por seus encantamentos.
Cessa a liberdade e inicia o claustro.
Ontem era o céu, hoje o holocausto,
Estrelas a menos no firmamento.

A vida sempre surpreende,
Nunca se perde a esperança.
Já vi tanto, tenho lembrança.
Talvez um dia o algoz carcereiro,
Banhado de luz, cesse o cativeiro.
E consigam as aves enjauladas
Estender asas e partir em revoadas,
Como almas, no espaço inteiro.

Obs.: O poema acima faz parte de uma campanha minha contra o aprisionamento de animais.

5 de julho de 2012

Os animais de estimação e os impactos ambientais (2)


Por Darci Bergmann

Gatos abandonados por seus antigos donos num espaço urbano.

   Ao longo de várias semanas, quase que diariamente, sobre o passeio público frontal à minha moradia, eu encontrava aquelas bandejas de ‘isopor’, com sinais de alimento consumido ali mesmo.  Deduzi que alguém das imediações alimentava algum bicho que deveria circular pelo meu pátio. Estranhei que aumentara o número de gatos – agora cinco – que se hospedaram na minha área, vindos de outras moradas. Esses gatos logo criaram uma tremenda confusão no habitat urbano. Escalam árvores onde se tornam predadores de ninhos de aves, prejudicando a reprodução natural de várias espécies. A espécie sabiá-laranjeira foi uma das mais afetadas, pois os ninhos são de fácil acesso aos gatos. Uma família de gambás sucumbiu à presença dos intrusos felinos. Reconheço que diminuiu o número de ratos, antes controlados por iscas e ratoeiras. Os muros e telhados se tornaram passarelas barulhentas dos bichanos. Em época de cio, como se sabe, os gatos fazem o maior escândalo. Os machos brigam na disputa pelas fêmeas e estas, em longos gemidos e alguma reação mais agressiva, simulam rejeição ao pretendido candidato. O ritual, ao que parece, é para estimular o momento ideal para o acasalamento.
A foto mostra uma fêmea de sabiá-laranjeira, ave símbolo do Brasil, chocando sob um telhado.
Dias depois dessa foto, foi predada por um gato doméstico.
Foto: Darci Bergmann
  
  O fato é que o espaço urbano disponível não garantia alimentação suficiente aos gatos, pois eu não os alimentava para não atrair outros da espécie. Daí que alguém teve a idéia de alimentar os bichos, espalhando comida sobre o passeio público – naquelas ditas bandejas. Essa pessoa, no intento de mostrar-se compadecida com os animais, encaminhou-os para o meu espaço verde. Só que isso trouxe um tremendo impacto sobre as outras espécies de animais ali estabelecidos. Não havia também controle da prole. Assim, tive que remover os que conseguia apanhar e repassá-los a algum interessado.  A pessoa, supostamente benfeitora de animais, causava poluição com as bandejas de ‘isopor’, um material que não é reciclado aqui na minha região.
  Muitas pessoas tem tido prejuízo nas suas hortas urbanas pela circulação inoportuna de gatos, que danificam canteiros e sementeiras.
  Não se trata aqui de pregar hostilidade contra os gatos e cães, mas sim formas de controle, que devem envolver as autoridades constituídas. A biodiversidade é ampla em espécies e o equilíbrio entre elas é necessário até nos espaços urbanos. Esse equilíbrio está perigosamente rompido, porque nós humanos adotamos algumas poucas espécies, em condições muito artificiais.

  Nas zonas rurais de algumas regiões do Brasil não é diferente. A proliferação de gatos e cães já coloca em risco de extinção algumas espécies de animais silvestres devido à redução dos seus habitats e à presença dessas e outras espécies, consideradas de estimação.  
  A questão é mais séria e envolve até a saúde pública, daí merecer maior atenção das autoridades e das pessoas em geral.
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Mais sobre o tema:

Bom dia Brasil -  Edição do dia 18/12/2013
18/12/2013 08h59 - Atualizado em 18/12/2013 08h59


Fezes de animais contaminam areias de praias

famosas do Rio de Janeiro

Quando secas, elas se misturam aos grãos de areia e podem causar doenças. Trechos de Ipanema, Copacabana e Arpoador estão impróprios.



A uma semana para o começo do verão, a areia de algumas das praias mais famosas do Rio está  suja. E os banhistas devem ter cuidado.
Trechos das praias mais famosas, como Copacabana, Ipanema e Arpoador, atualmente não são recomendados.
Não é só o lixo que muitos banhistas ainda insistem em não depositar nas lixeiras que polui a areia. Existe uma outra razão, considerada pelos especialistas, ainda mais grave. E pior: ela pode estar bem escondida.
São as fezes de animais, principalmente de cachorros. Elas ressecam e se misturam nos grãos de areia.
A análise da prefeitura apontou que: em cada cem gramas de areia foram encontrados acima de 3.800 coliformes fecais.
Uma lei estadual aprovada este ano determina que a praia tenha placas indicando a qualidade da areia, mas ainda não foi regulamentada.
Na cidade do Rio, cachorros nas areias são proibidos. “Não basta só pegar o cocô, tem que não deixar os cachorros andarem na areia, né?”, diz um banhista.

A prefeitura já pensa até em multar os donos. “É uma questão de disciplina, de a gente entender que a saúde da população é fundamental, e romper esse individualismo”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz.
Mas tem gente que não pensa assim. “Quem polui a areia são os humanos que jogam, deixam resto de comida, e fica cheio de pombo na areia”, diz o publicitário Ricardo Martins.
A verdade é que as fezes dos animais são perigosas para os banhistas. Podem levar a doenças como infecções na pele e micoses.
“É muito comum em peles mais finas, peles de crianças, de idosos, tem que se tomar cuidado”, alerta a dermatologista. “Calçados, toalha, procurar colocar em cima, ambientes que a criança, principalmente as crianças, não entrem em contato diretamente com a areia”.


Os animais de estimação e os impactos ambientais (1)



Por Darci Bergmann

   O tema é delicado, pois envolve questões afetivas. Antes, devo dizer que sou um defensor intransigente de todas as formas de vida, desde que em condições naturais ou o mais próximo possível delas. Ocorre que tenho observado tendência de algumas pessoas em adotar animais de estimação e transformá-los em mimos que chega às raias da obsessão e com altos impactos ambientais. No fundo de tudo isso, existe o foco do consumismo dirigido pelos que lucram fortunas com isso. Eis alguns casos desse comportamento obsessivo.
   Faz alguns anos, um casal adotou um papagaio de estimação, notòriamente fruto da traficância. O papagaio recebe todos os ‘cuidados’, articula palavras, mas a maior parte do tempo está na gaiola sob uma copa de árvore, esquecido pelos ‘donos’, que estão mais ligados na televisão. Na visão do casal, o eventual carinho dispensado ao bicho é suficiente para caracterizar esse cárcere privado como paixão pela natureza. Certamente nunca lhes passou pelos neurônios que se a ave estivesse livre, no seu habitat, poderia se acasalar e perpetuar a espécie. Agora, domesticada, ela depende dos humanos, pois tem até dificuldade de voar.
   Num outro caso, uma viúva foi presenteada com uma avezinha canora como forma de atenuar o sofrimento pela perda da pessoa amada. O bichinho, solitário na pequena gaiola, até que faz muita cantoria. No meu modo de ver é para chamar atenção, uma tentativa de atrair, pelo canto, uma fêmea da sua espécie que estivesse próxima.
  Nas redondezas do meu refúgio urbano, ocorrem situações no mínimo bizarras, quando o tema é animais de estimação. Mulheres de várias faixas etárias passeiam com os seus cães pelas calçadas, com aquelas paradinhas obrigatórias para fazer xixi e cocô. Os dejetos ficam por ali mesmo e a dona do bicho ainda torce o nariz quando alguém reclama.
    Descobri que uma dessas senhoras obsessivas por cães gasta fortunas mensais com o trato dos bichos, todos à base de rações e xampus caros, banhos, tosas e tudo o mais que garanta uma boa assepsia. Nas compras, não usa dinheiro papel, pois poderia estar ‘contaminado’. No entanto, ela passeia nas ruas com os seus cães, ruas essas que recebem os dejetos de outros animais, escarros humanos, poeiras e derrames de produtos diversos. Em seqüência, ela põe os cães no colo e ainda os beija na ‘boca’, depois que botaram o focinho no cocô alheio – cachorro gosta de cheirar qualquer coisa diferente. Já vi a madame colocando os cães no seu carrão do ano, sobre os bancos, é claro, depois que espalmaram as patas nos passeios públicos. Essa mesma pessoa, tão preocupada com a assepsia, certamente, num banheiro público, vai exigir torneira com sensor, secador das mãos automático ou coisa assim. Não se trata de um contra-senso?

2 de julho de 2012

O valor de um abraço

Por Darci Bergmann



Não somos máquinas. Temos sentimentos e vibrações que vão alem do corpo visível. Sendo assim, somos  mais perfeitos que qualquer máquina, por mais tecnologia que esta possua. No afã de buscar mais sofisticação, esquecemos das coisas aparentemente simples que a vida nos proporciona. Damos muito valor a certas extravagâncias, tudo para aparentar um status que não se traduz em real felicidade.  
A sociedade consumista nos induz cada vez mais a adquirir coisas supérfluas, repor equipamentos sempre em busca de novos modelos e assim o Planeta Terra se torna uma enorme lixeira. A vida simples de consumir só o estritamente necessário não interessa aos que defendem o crescimento ilimitado. Fala-se muito agora em desenvolvimento sustentável, uma tentativa menos impactante de manter a civilização predatória que forjamos. Pagamos um alto preço por certas conquistas, mas nem sempre somos mais felizes por isso.
Dia desses, eu andava angustiado por algumas situações inusitadas que me acometeram. Noites mal dormidas e preocupações de toda ordem me levaram ao estresse. Some-se a tudo isso a ‘necessidade’ de modernização da minha microempresa. Nela nem máquina leitora de cartões de compra estão instalados. Tudo ainda funciona na base da moeda sonante. Os recursos que seriam utilizados para a modernização deveriam sair do meu salário empresarial. Por prioridade ambiental eles foram investidos no plantio de árvores nativas no meu sítio. Foram mais de mil, somando-se às milhares já existentes. Em meio à crise ainda ocorreu um desacerto no plano sentimental, pois todas as ações dependiam de mim e eu estava no limite das minhas forças para agüentar o tranco. Numa dessas noites de insônia, ocorreu-me um pensamento. Frear essa correria desvairada e manter só o possível em andamento. Em outras palavras, optar pela simplicidade e buscar o equilíbrio interior. No dia seguinte, caminhei pela cidade, na base do ‘deixa a vida me levar’.  Então encontrei uma pessoa do sexo oposto que há muito tempo não via. E jogamos conversa fora, pois tínhamos quase a mesma idade e as mesmas preocupações existenciais. Ao me despedir, recebi um pedido da interlocutora. Ela simplesmente queria um abraço fraterno, sem nenhuma malícia, até porque era na rua e à vista de outras pessoas. Abracei-a e desejei-lhe um ‘Deus te acompanhe’. Curiosamente dormi bem naquela noite e no outro dia consegui resolver uma série de questões que pareciam complicadas.
O episódio acima revela como nós somos vulneráveis a essa vida agitada. Coisas tão simples como um abraço fraternal são capazes de terapias que nem os medicamentos às vezes conseguem. Concluo, então, que se quisermos um planeta equilibrado precisamos buscar o equilíbrio interior. Não se reforma o mundo sem reformar as pessoas, sem novas atitudes.  Um abraço não tem preço, mas tem um valor imenso.
Um fraternal abraço a todas e a todos.