1 de outubro de 2015

Resumos do III Congresso Internacional de Educação Ambiental

A Educação Ambiental é sempre um tema de grande interesse. O assunto foi discutido no III Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, de 8 a 12 de julho de 2015, em Torreira, Murtosa, Portugal.
Com o título A importância de uma organização de proteção ambiental na região Sul  do Brasil, foi apresentada a experiência da ASPAN - Associação São Borjense de Proteção ao Ambiente Natural. O resumo do trabalho foi publicado no Livro de Resumos, na página 177, que pode ser acessado no link a seguir: 


17 de abril de 2015

Animais silvestres em ambientes urbanos


Por Darci Bergmann

São cada vez mais frequentes os casos de animais silvestres que chegam aos ambientes urbanos. A redução dos habitats e a consequente falta de alimento são algumas das causas. Em São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, primatas da espécie Alouatta caraya, nome popular bugio-preto, são vistos com frequência na cidade. É a única espécie silvestre de primata na região. Alguns grupos chegam a procriar no ambiente urbano, até na praça mais central da cidade, onde os indivíduos livres no ambiente constituem ponto de atração das pessoas. Esses animais são alimentados, alguns por anos a fio, por algumas pessoas com mais frequência e por curiosos esporadicamente. Uma fêmea tem chamado atenção pela agressividade demonstrada contra a pessoa que, por vários anos, tem-lhe fornecido alimento, principalmente bananas. O inusitado ocorreu quando o tratador principal, que tinha uma banca de revista na Praça em frente à Prefeitura Municipal, cessou a sua atividade profissional e afastou-se do convívio com os animais. Em duas oportunidades, ao visitar os animais sem levar alimento, o amigo dos bichos foi agredido por uma das bugias. Na segunda agressão, as lesões no tratador foram graves. Tal comportamento talvez se explique pelo seguinte: a bugia ficou irritada com a falta de comida diária e fácil que lhe fora alcançada, por longo tempo, pelo dono da banca de revista. O fato gerou ampla repercussão nas redes sociais e na mídia. No meu entender, os macacos não deveriam ser alimentados pelas pessoas que costumeiramente frequentam a praça e outros locais da cidade, onde os bugios se estabeleceram. Os bugios tem ampla capacidade de buscarem alimentos na natureza, bastando que nós humanos lhes asseguremos áreas arborizadas, com a maior diversidade possível, de espécies nativas, incluindo as frutíferas. Na sua dieta natural, os bugios incluem brotos, flores, folhas e frutas de árvores, podendo incluir o consumo de ovos de aves que nidificam no seu habitat. 
Os bugios são animais dóceis e que tem grande importância ecológica. Eles são dispersores de várias espécies de árvores nativas. Também fazem parte do folclore gauchesco, onde tem inspirado músicos e poetas. Segundo o site Wikipédia, 'bugio é um estilo musical brasileiro, de compasso binário, originário do Estado do Rio Grande do Sul'.
Por tudo isso, devemos preservar e respeitar esses animais.     
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Mais sobre o tema: Reportagem do Jornal do Almoço, da RBS TV

16/04/2015 16h32 - Atualizado em 16/04/2015 16h33

Morador é agredido duas vezes por macaca em praça de São Borja, RS

Cinco animais vivem em árvores de praça no Centro do município.
Aposentado que oferecia bananas teve de levar 30 pontos na cabeça.



Do G1 RS
Um morador de São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, passou por uma situação curiosa. Ele foi agredido por uma fêmea de macaco que vive em uma praça no Centro da cidade e teve de levar 30 pontos na cabeça. Segundo o aposentado, essa é a segunda vez que o animal demonstra agressividade (veja o vídeo).
Cinco macacos vivem nas árvores do local, um dos principais pontos de convívio do município. No horário do almoço, eles fazem fila para que os moradores os alimentem. Quando alguém chega com lanche, os animais descem para pegar o presente.

O aposentado Luiz Carlos Santos Michel levou banana para os macacos ao longo de 18 anos. Quando esqueceu, porém, uma das fêmeas teve reação surpreendente.

"Eu estava de costas, não vi que ela estava lá. Quando percebi, ela me arranhou. Eu dava [banana] na boca delas. Não sei, até desconfiei que a primeira vez que ela me atacou foi porque ela estava com um filhote", relembra.
Luiz perdoou e voltou a levar comida. Dois meses depois, aconteceu de novo e, segundo ele, com a mesma macaca.

"Eu tenho a impressão de que é só comigo que ela faz isso. Com os outros, o pessoal está lá e eles [macacos] nunca fizeram nada. Não sei por quê. Eu dava comida para ela", lamenta.

Os animais moram há quase 20 anos na praça no Centro da cidade. Durante as duas décadas, nunca teriam atacado uma pessoa.
"Esses ataques podem estar relacionados à dependência desses animais com relação à fonte de alimentação. No momento que é interrompido o ciclo, o animal se torna agressivo, vai em busca da fonte de alimento e identifica, inclusive, a pessoa que fornecia alimento. Aí, se a pessoa não repassar mais este suprimento alimentar, o bicho se torna agressivo", explica o ambientalista Darci Bergmann.
Mesmo com os dois casos, conforme a prefeitura, os macacos vão continuar na praça.
"A pessoa tem que se dar conta que é um animal. O raciocínio dele, o instinto, é de se defender sempre que acha que é atacado", opina o agricultor Paulo Gilberto de Bairros.

Já Luiz, agredido pela macaca, não pensa em voltar ao local para alimentar os bichos.
"Agora eu não vou. Estou proibido de ir na praça agora", comenta, entre risos.

Para evitar novos casos, a recomendação é não se aproximar dos animais.

"Não há necessidade de tirá-los daqui. O que nós temos que fazer é conversar com as pessoas, não alterar a fonte de alimento deles, deixar que eles vão buscar sua subsistência, não dar suprimento de alimento. Às vezes, o pessoal da pão que tem fermento e não faz parte da dieta do animal, então isso altera o comportamento dele", completa o ambientalista.
Macacos vivem em praça no Centro de São Borja (Foto: Reprodução/RBS TV)Macacos vivem em praça no Centro de São Borja (Foto: Reprodução/RBS TV)

27 de março de 2015

Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore: Semeadores alados

Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore: Semeadores alados: A gralha-picaça é excelente semeadora de várias espécies vegetais. Foto: Darci Bergmann, São Borja-RS, Brasil Por Darci Bergmann* ...

Semeadores alados

A gralha-picaça é excelente semeadora de várias espécies vegetais.
Foto: Darci Bergmann, São Borja-RS, Brasil

Por Darci Bergmann*

   Várias espécies de aves nos inspiram curiosidades e admiração. Os sabiás, por exemplo, tem o dom de um canto maravilhoso, com variações melódicas que lhe dão fama. Além de bons cantores, esses pássaros agem como semeadores de florestas. Apreciam frutas silvestres do tipo bagas, como aquelas das canelas, camboatás, do exótico cinamomo, entre outras. Promovem a disseminação de árvores e arbustos, proporcionando maior diversidade de plantas, mesmo em monoculturas, como as de eucaliptos.
    No meu sítio, estou promovendo o plantio diversificado de espécies florestais e os pássaros proporcionam ajuda inestimável. Eles trazem sementes de outras espécies, enriquecendo a floresta por mim iniciada. Alguns fatores atraem os pássaros, tais como outras árvores e arbustos para pouso, não serem enxotados pelos humanos, não realização de queimadas, etc. Capoeiras em estágios diversos também atraem, porque nelas já existem abrigo e arbustos que lhes permitem ficar fora do alcance de predadores. Em pouco tempo, os resultados começam a aparecer: aroeiras, taleiras, pitangueiras, carvalinhos, os já citados canelas e camboatás, são algumas das muitas espécies propagadas pelos pássaros. A lógica da natureza nem sempre é compreendida pelos humanos.

    É bom sempre repetir. Por questão de segurança, a maioria das espécies de aves prefere construir seus ninhos em locais onde a vegetação é mais densa, numa altura que varia entre um e quatro metros. Aquilo que para nossa espécie parece não ter valor, para as aves e outros animais pode ser a condição de sobrevivência. Daí a importância das capoeiras. Com o passar do tempo, árvores de maior porte podem ali se desenvolver, especialmente as que precisam de sombra quando jovens. Precisamos mais florestas nativas para proteger os nossos solos da erosão e conservar nossos mananciais de água.Nós humanos deveríamos aprender com os pássaros. Eles retribuem as dádivas da natureza com o plantio de diversas espécies de plantas. Enquanto isso, alguns humanos ainda teimam em destruir capoeiras e florestas, sem conhecer o real valor dessas formações vegetais, tão importantes para a nossa própria sobrevivência. Até quando?
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Nota: O artigo original Semeadores alados,de minha autoria, foi publicado no boletim Voces, edição fevereiro de 1996, Santo Tomé, Argentina. O texto neste blog foi atualizado com pequenas alterações.

18 de março de 2015

Carta para a presidente Dilma Rousseff


Por Darci Bergmann

Presidente Dilma. Na década de 1970, eu lutei contra o regime militar. Você também lutou. Mas as nossas lutas tinham motivações diferentes. A minha era pela normalidade democrática. A sua era para substituir um regime por outro, muito pior, como a ditadura de Fidel Castro, que assassinou milhares de cubanos, muito mais que os mortos atribuídos aos governos militares  que você queria destruir. Sim, lutei contra o regime militar, fui detido nessa época, mas o fiz pelas idéias e não empunhando armas, assaltando bancos ou matando pessoas, como você e seus líderes preconizavam.  Portanto, Dilma, não venha se apresentar como heroína, porque não condiz com a sua história. 
   Você não pode menosprezar as pessoas que foram às ruas pedir mudanças, no dia 15 de março de 2015. Entre elas estavam muitas que também lutaram pelo fim do regime militar. Essas pessoas não querem aqui no Brasil um regime opressor e sanguinário semelhante ao da Venezuela, que você e o grupo Foro de São Paulo defendem. Estavam nas ruas pessoas que não querem mais esse 'toma lá da cá' de cargos públicos, uma das origens da corrupção, com seus trinta e nove ministérios. Essas pessoas não querem o uso da máquina pública com fins eleitoreiros, desviando-se recursos das empresas públicas. Essas pessoas não querem mais ver impunes invasores, baderneiros e destruidores do patrimônio público e privado, que empunham facões e foices, como nos tempos de barbárie. As pessoas não querem mais que você, como suprema autoridade do Brasil, proponha o diálogo com terroristas como os do Estado Islâmico ou das FARC, da Colômbia, que se valem do narcotráfico para subverter regimes democráticos. 
     Enquanto você quer dialogar com terroristas, você trata com brutalidade os trabalhadores, tais como os caminhoneiros, como se bandidos fossem. Enquanto você e sua turma transformam bandidos em heróis, vilipendiam a história e os símbolos nacionais nas escolas, com exaltação ao falido modelo marxista, o País agoniza e perde respeito no cenário internacional. Enquanto você repassa às ditaduras de outros países impostos de quem trabalha e gera empregos, a violência explode nas ruas, pessoas padecem nas portas dos hospitais, falta infra-estrutura e os professores são mal pagos. 
   A fatia maior de todos os impostos é administrada pela esfera federal. Você, Dilma, nada fez para corrigir essa distorção. Pelo contrário, arrocha com mais impostos, retira conquistas dos trabalhadores, mas não diminui gastos desnecessários. Você e o seu grupo querem reescrever a história do Brasil, acusando a todos os que governaram antes de incompetentes e corruptos. No poder, o seu partido, que um dia já foi o meu também, caiu na vala comum dos demais e tornou-se protagonista do maior escândalo de corrupção. Agora, acuada pelo eco das ruas, você fala em humildade e diálogo, como se fosse possível dissimular a sua arrogância e a sua prepotência. Essa tática de mudar a embalagem, mas não o conteúdo podre do seu governo já não engana mais ninguém. Cansei das suas mentiras, mas não me cansarei de lutar por um Brasil melhor.   
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Aos leitores do Blog: De uns tempos para cá, as questões de gestão pública exigem um posicionamento de quem quer mudar o Brasil para melhor. A corrupção, que atinge níveis nunca antes imaginados, também prejudica o meio ambiente, pela falta e desvio de recursos.
Enquanto a farra com obras superfaturadas desvia dinheiro para corruptos, faltam recursos para setores mais sustentáveis. Para citar um exemplo, está aí o escândalo da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, com denúncias de propinas e superfaturamento. O montante dos custos dessa usina daria para financiar um amplo programa de energia solar com painéis fotovoltaicos, capazes de gerar quase a metade de toda a energia hoje produzida no Brasil. 
O escândalo da Petrobrás é representativo, porque mostra a escolha mal feita e ufanista de investir em combustíveis fósseis. O gigantismo alardeado com o Pré-sal, usado como propaganda para enganar a incauta população brasileira, nos remete a refletir sobre o grave momento da conjuntura política atual.
A operação Lava Jato comprova agora o que sempre nós ambientalistas cobrávamos das autoridades. Existe dinheiro para conservar e gerir nossas Unidades de Conservação. Existe dinheiro para investir em energia renovável. Outro exemplo: se os recursos do Minha Casa Melhor fossem direcionados para implantação de sistemas fotovoltaicos e captação de águas pluviais nas moradias do Minha Casa Minha Vida, teríamos hoje um notável parque industrial de equipamentos nessa área, com indústrias espalhadas pelo Brasil. 
As grandes obras sempre atraíram as empresas e os políticos ávidos de recursos para as suas campanhas. Aí está um dos focos de corrupção. 
Lutar contra o aparelhamento do estado, contra o excessivo número de ministérios, contra a centralização da maior parte dos impostos na esfera federal, entre outras lutas, também se reflete num meio ambiente mais equilibrado e na melhoria da qualidade de vida de todos nós. 

10 de março de 2015

Amar e vivenciar a natureza é um estado de arte


Nas asas da imaginação
faça uma linda viagem
Aprecie uma paisagem
A natureza é uma canção (Darci Bergmann)


Nós humanos precisamos da beleza cênica, auditiva e sensorial. Lugares e melodias bonitas fazem um bem ao nosso espírito. Apesar de toda a destruição, a Terra ainda tem lugares paradisíacos. Quando arte e natureza se encontram, o ser humano ascende a um estado de paz e harmonia.
A inspiração dos artistas também pode ajudar na preservação dos ambientes naturais, seja pela música, pinturas, poesia, filmes e o que for possível.
Deixo algumas sugestões de músicas que enaltecem a natureza de alguma forma.
Ipê em flor: tela de Maria Teresa Salazar - São Borja - RS

Sugestões de músicas e filmagens, através do Youtube
Voces de Primavera - Johann Strauss
Vivaldi, Primavera, Allegro
Ainda existe um lugar onde a verdade reside em cada alma - Wilson Paim
Strauss - Contos de los Bosques de Viena
Paisagens do Rio Grande do Sul (Reportagem do G1/RS)
Viagem pelo Tirol
This is Tyrol in Austria
Nós amamos as montanhas
Belo Tirol do Leste
My day in the Swiss Alps

MDR, National Park Tirolen Alpen Osterreich

Schubert "Serenade"

Os Cardeais (Letra e música: Elton Saldanha; interpretação: César Passarinho)