4 de novembro de 2013

Estilo de vida e obesidade

Por Darci Bergmann


  Os meios de comunicação estão repletos de matérias sobre a questão do excesso de peso. Os profissionais da área de saúde alertam para uma epidemia que se alastra e provoca cada vez mais custos aos cofres públicos devido às doenças ligadas à obesidade. Por outro lado, os meios midiáticos também incentivam o consumo de guloseimas e bebidas calóricas através das propagandas que lhes auferem bons ganhos financeiros. Há ainda outros componentes nesse jogo de mercado, onde o consumidor se transforma em lixeira de açúcares e carboidratos excedentes, como veremos a seguir.

    A pedagogia da má alimentação 
       
  Por séculos a fio os países ocidentais incentivaram o consumo de alimentos doces em suas populações. Isto para criar mercado aos derivados da beterraba-açucareira produzida na Europa, e da cana-de-açúcar na América Latina. Nas cantinas escolares, os doces e guloseimas oferecidos incentivavam a pedagogia da má alimentação. Havia casos em que não se encontrava na cantina da escola uma fruta, um suco natural, sequer um copo de leite. As prateleiras e balcões eram fartos de doces, refrigerantes e outras guloseimas. Algumas dessas cantinas eram atendidas por professoras, desviadas da função de lecionar em sala de aula. As direções dessas escolas alegavam que as cantinas geravam renda para atender outras necessidades da instituição de 'ensino'. Se a escola ensinava errado, o que seria de esperar da sociedade? O comportamento em geral foi de aceitar a má alimentação e incorporá-la como estilo de vida. Nas festas de aniversário, nas datas dedicadas às crianças, nas quermesses, seja lá o que fosse, as guloseimas, doces e refrigerantes formaram um padrão de consumo com incentivo das escolas. Nas últimas décadas, o sedentarismo e o uso maciço do automóvel se aliaram ao consumo excessivo de açúcares e carboidratos. Esse estilo de vida transformou-se na atual epidemia de obesidade. 
A má alimentação ainda tem apoio da lei em muitos países
  O consumo de açúcar e de produtos que o utilizam em grande escala é apoiado por legislações anacrônicas e que atentam contra a saúde das pessoas. Um desses casos é a composição da cesta básica, que inclui, por exemplo, uma cota de açúcar branco. É um incentivo ao consumo de sacarose pura, na verdade uma droga cujos efeitos vão além da obesidade. E mais. Refrigerantes calóricos são classificados como produtos alimentícios. 
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Saiba mais:

O programa Repórter Justiça mostra como anda a alimentação dos brasileiros. A obesidade preocupa! Dados do Ministério da Saúde apontam que mais da metade da população está acima do peso. Um alerta para as crianças, que cada vez mais comem alimentos "práticos", industrializados e passam boa parte do dia jogando vídeo game. "Hoje, é cada vez mais comum os pais trabalharem fora e não terem tempo para dedicar à refeição. Com isso, o jovem come muito fast food e macarrão instantâneo. Além disso, os jovens são muito ligados ao computador, ao tablet e cada vez menos saem para brincar na rua, o que resulta na obesidade infantil", afirma a endocrinologista Raquel Beviláqua.


FONTE

TV Justiça

Links referenciados

Ministério da Saúde
www.saude.gov.br

Repórter Justiça
www.youtube.com/user/reporterjustica‎

TV Justiça
www.tvjustica.jus.br
   

24 de outubro de 2013

Substâncias presentes na Coca-Cola podem até causar câncer

 Fonte acessada:  http://www.agrosoft.org.br/agropag/226562.htm#facebook Publicado em 16/09/2013 na seção tecnologia :: Versões alternativas: Texto PDF

O "caramelo IV", usado para colorir o refrigerante, está ligado a câncer de pulmão, esôfago e sangue. E os brasileiros tem um motivo a mais para preocupação. A mesma bebida vendida em nosso País tem 67 vezes mais caramelo IV que a Coca-Colacomercializada na Califórnia, nos Estados Unidos.


FONTE

Jornal da Record

Links referenciados

Jornal da Record
noticias.r7.com/jornal-da-record

Coca-Cola
www.cocacola.com.br

23 de outubro de 2013

Krajcberg - O Grito da Natureza

Paula Saldanha e Roberto Werneck foram ao sul da Bahia para contar, no programa Expedições, a história do artista polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg e suas impressionantes esculturas. Assista à reportagem!


FONTE

TV Brasil

Links referenciados

Frans Krajcberg
pt.wikipedia.org/wiki/Frans_Krajcberg‎

Expedições
tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes

TV Brasil
www.tvbrasil.org.br

17 de outubro de 2013

Quem planta árvores colhe água!

A água que jorra com força veio para mudar a vida da família Cavichione. Seu Luiz ainda era moço quando chegou nestas terras. Ele tinha até angústia, tamanha era a seca que tinha por aqui. A solução veio com um lema: para colher água seu Luiz plantou árvores.


FONTE

Tarobá Rural

Links referenciados

Tarobá Rural
tvtaroba.com.br/cascavel/tarobarural‎

15 de outubro de 2013

Das memórias de um ex-vereador

Darci Bergmann no momento da entrevista. Foto: Tamara Finardi.
Por Tamara Finardi


Hoje entrevistei Darci Bergmann. Estou fazendo uma matéria, junto com mais duas colegas, Eliane Belmonte e Liziane Wolfart, sobre a história da Câmara de Vereadores em São Borja.Darci foi vereador por 12 anos aqui na cidade, então marquei uma entrevista com ele. Durante a conversa pude ter uma noção do fazer legislativo no fim dos anos 70 e início dos anos 80. Durante essa época, um dos fatos marcantes envolvendo a Câmara de Vereadores foi a mudança desta para o prédio que ocupa atualmente, onde antes funcionava um cinema. Com esta matéria espero conhecer mais sobre São Borja, de forma a contribuir com o registro da história desta cidade que está me acolhendo muito bem durante estes quatro anos de graduação.
A matéria completa sobre a história da Câmara de Vereadores de São Borja será publicada na revista Singular, produzida pelos acadêmicos da Unipampa. Trechos dessa matéria poderão ser acompanhados no blog.

9 de outubro de 2013

Geração de energia elétrica e conflitos sócio-ambientais






Por Melissa Bergmann


Participei no dia 04 de outubro de uma audiência pública na cidade de Santa Rosa, promovida pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS). A pauta foi a discussão em torno da construção da barragem do complexo binacional Garabi-Panambi no Rio Uruguai, no trecho compartilhado com a Argentina. De acordo com a Eletrobrás, os aproveitamentos hidrelétricos de Garabi e Panambi somam 2.200 MW de capacidade instalada, com investimento de R$ 5,2 bilhões.
Na reunião, além de representantes do governo do Estado, governos dos municípios atingidos, assembléia legislativa e Eletrobrás, estiveram presentes também representantes de organizações de movimentos sociais, tanto dos municípios brasileiros, como Porto Mauá e Alecrim, quanto dos municípios argentinos, tais como Alba Pose e Aurora.
Se, por um lado, o crescimento econômico exige maiores demandas de energia elétrica devido à crescente industrialização, por outro surgem questões da ordem sócio-ambiental, que culminam na insatisfação, principalmente das pessoas que terão de abandonar suas terras e suas histórias de vida. O projeto Garabi, que data das décadas de 70/80, foi revisto e os estudos “garantem” que a área alagada foi reduzida em até 45% do projeto original, não atingindo o Salto do Yucumã, no Parque Estadual do Turvo.

Hidrelétrica Garabi-Panambi:
Audiência pública em Santa Rosa-RS
Entretanto, sabemos que os efeitos negativos de um barramento como esse não se dão apenas em número de atingidos e de hectares de terras, mas também em perdas e modificações de paisagens exuberantes da bacia do Rio Uruguai. Estima-se que sejam alagados mais de 70 mil hectares de área, num total de 19 municípios da região. Pode ser que o barramento não atinja diretamente o maior salto longitudinal do mundo, o Yucumã, mas corre-se o risco de se comprometer essa paisagem cênica.
Estamos cientes da crescente demanda de energia elétrica em todos os setores da sociedade brasileira. As hidrelétricas, porém, apesar de serem consideradas como geradoras de “energia limpa”, ocasionam grandes impactos ambientais. Por isso, em plena era tecnológica, torna-se imprescindível a pesquisa e o fomento da utilização de fontes alternativas de energia, tal como a energia solar, que pode ser conjugada com geradores de energia eólica. Já existem iniciativas aqui na cidade de Santa Rosa de fabricação de painéis solares, que posteriormente serão colocados no mercado para comercialização. Além disso, as companhias de energia elétrica já estão estudando a possibilidade de fazer a distribuição da energia através dessa fonte alternativa. O site do Ministério do Meio Ambiente se reporta ainda à energia solar térmica, ou seja, à utilização da energia solar para aquecimento da água, tanto para uso doméstico e piscinas, como para secagem e aquecimento industrial. Em Belo Horizonte já existem condomínios com instalação de aquecimento solar central. Apesar de existirem vários projetos para aproveitamento da energia solar no Brasil, os mesmos ainda ocorrem em pequena escala, tais como no atendimento a comunidades rurais e a populações de baixa renda, faltando maiores investimentos nas áreas industrial e urbana.

Hidrelétrica Garabi-Panambi: Comunidades atingidas no
Brasil e Argentina questionam obra que poderá desfigurar
ainda mais o Rio Uruguai.

Não se pode esquecer também que, apesar de ser uma fonte alternativa de energia, ela também apresenta impactos ambientais, na fase da produção dos módulos das células fotovoltaicas e ao final da vida útil, após 20 a 30 anos de geração, quando parte do material terá de ser disposto corretamente em um aterro sanitário.



4 de outubro de 2013

Compostagem de baixo custo para condomínios

Uma composteira como esta da foto pode ser adaptada para
condomínios, aumentando-se o número de caixas, conforme a
demanda de resíduos orgânicos
Por Darci Bergmann

    Aproveitar os resíduos orgânicos gerados em condomínios é mais fácil do que se imagina. Em muitos deles sempre existe algum espaço disponível e que permite a instalação de caixas para essa finalidade. O processo se torna viável desde que os moradores colaborem e separem o lixo pelo menos em duas partes: seco e orgânico.
    Pode-se iniciar com uma pequena unidade demonstrativa. Depois, conforme a quantidade de resíduos orgânicos, a produção de composto é aumentada com a instalação de mais caixas. Sugiro que estas sejam de alvenaria, aproveitando-se algum muro já existente. 
              A utilização de minhoca-vermelha-da-califórnia, a Eisenia foetida, acelera a formação do húmus.Para isso, é necessário manter o ambiente com sombreamento. 
                        O que pode ser utilizado para a formação do composto: Cascas de frutas, folhas, borra de café,inclusive papel higiênico. Recobrir com papel de jornal picado, folhas, etc. Sobre as caixas colocar tela de sombreamento. 
                  Materiais impróprios para a compostagem: restos de carne, óleos de frituras, resíduos lácteos, restos de tintas e medicamentos, entre outros.
                  
              As fotos abaixo mostram uma unidade de produção de composto suficiente para até 20 pessoas. 
              
Medidas internas de cada caixa: 1,50 m de largura
 0,90 m de profundidade e 0,90 m de altura



O fundo da caixa deve permanecer sem revestimento,
para facilitar a infiltração das águas pluviais






Mais sobre a matéria:
Práticas de compostagem
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Gestão comunitária de resíduos orgânicos e agricultura urbana
O Projeto Revolução Baldinhos (PRB) é uma iniciativa de gestão comunitária de resíduos orgânicos e agricultura urbana, que sensibiliza as famílias para a reciclagem das sobras de comida e as transforma em composto orgânico, disseminando o plantio como promoção da saúde e alimentação saudável.


FONTE

Fundação Banco do Brasil

Links referenciados

Fundação Banco do Brasil
www.fbb.org.br





24 de setembro de 2013

Uma festa para as árvores

Por Darci Bergmann


   Árvores em flor remetem a um clima de festa e de alegria. Além de encherem nossos olhos com paisagens lindas, elas nos proporcionam muitos outros benefícios. Não só a nós humanos. A outros seres vivos também. Tudo isso motivou a que se criasse a Festa Anual das Árvores, com duração de uma semana inteira. Como o Brasil tem nuances climáticas diferenciadas, a Festa Anual das Árvores é comemorada em duas épocas, conforme o Decreto Federal nº 55.795, de 24 de fevereiro de 1965. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ela ocorre de 21 a 27 de setembro de cada ano. Nas regiões Norte e Nordeste, ela acontece na última semana do mês de março.




   O clima é de festa e de homenagem às árvores.  Isto é justo. Mas também é preciso uma reflexão profunda sobre o futuro delas aqui no Brasil e no Planeta inteiro. Parece que os espaços destinados às árvores estão cada vez mais restritos. Em algumas regiões, elas quase desapareceram ou foram substituídas por espécies vindas de fora - as chamadas exóticas. As cidades se expandem cada vez mais e nem sempre são contempladas com áreas verdes suficientes para uma boa qualidade de vida. Florestas nativas ainda são derrubadas para a implantação de pastagens e de cultivos agrícolas. As matas ciliares e aquelas das encostas mais íngremes cedem espaço ante o avanço da especulação imobiliária. Ainda são poucas as cidades no mundo que preservam o traçado original dos rios e da vegetação natural que protege as suas margens. 



   As leis são importantes para as árvores. As festas também. No entanto, só isto não basta. É preciso ter consciência individual e coletiva sobre a importância delas. E para que não se fique apenas no discurso, é preciso ter atitude e vontade de preservá-las com ações práticas de plantio e recuperação de áreas degradadas. Nas áreas urbanas, recomenda-se a escolha das espécies adequadas para cada local. Quem planta árvores tem mais motivos para curti-las e festejá-las. Elas nos fazem um bem infinito e nos brindam com muitas surpresas.   
    



19 de setembro de 2013

O ipê-amarelo esbanja encanto

São muitas as espécies de ipês. Os portes variam, assim como a coloração das flores. Mostram-se discretos na maior parte do tempo. Quando florescem, esbanjam exuberância. No sul do Brasil, há espécies que podem florescer em julho, ainda em pleno inverno. Outras espécies prolongam a floração primavera adentro. Os nomes populares variam. Uma espécie de ipê-amarelo, de pequeno porte, já é presença notável em muitas das nossas cidades. É o Handroanthus chrysotrichus, apresentado nas fotos* desta matéria.

Ipê-amarelo (Handroanthus chrysotrichus)











*Fotos: Darci Bergmann

11 de setembro de 2013

Brasil mais quente e seco pode desencadear crise

Com aumento da temperatura e queda das chuvas, estudo diz que floresta amazônica pode virar savana até 2100. Cenário ameaça desencadear crise nos setores agropecuário e energético.



Até 2100, a robusta floresta amazônica pode dar lugar a uma paisagem dominada pela savana. A Caatinga, bioma do semiárido mais rico em fauna e flora do mundo, vai virar deserto. Em todo o território nacional, a temperatura média pode aumentar 6ºC. As projeções fazem parte do primeiro estudo que analisa os efeitos das mudanças climáticas no Brasil, e estão sendo apresentadas no Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC), que segue até a próxima sexta-feira (13/09).
Com um Brasil mais quente e mais seco, o setor energético e a agricultura serão os mais atingidos. "Essas informações científicas devem ser consideradas no planejamento energético do país. Para a agricultura é a mesma coisa", avalia Andrea Santos, secretária-executiva do PBMC.
No futuro, a mudança de cenário vai forçar a migração de algumas culturas – como a do café, que precisa de um clima mais ameno. "Esses impactos no setor agrícola vão demandar melhoramento genético e recursos para a adaptação", complementa Andrea.
"Daqui a 100 anos, a agricultura brasileira terá que ser diferente para se adaptar às mudanças climáticas", sentencia por sua vez Carlos Nobre, membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. "Não é muito correto fazer previsões e dizer que não haverá adaptação que faça frente", adiciona, lembrando que medidas de adaptação estão em curso.
Temperatura deve aumentar 6°C na Amazônia


Força-tarefa nacional
O relatório é fruto do trabalho de 345 pesquisadores. Eles vasculharam as publicações científicas dos últimos seis anos e o relatório do IPCC. Concluíram que, até 2100, a queda no volume de chuvas na Amazônia deve chegar a 45%, e a temperatura aumentará até 6°C na região. Somadas aos efeitos do desmatamento, as mudanças climáticas vão contribuir para a savanização.
Os cenários climáticos previstos pelo relatório apontam o aumento das secas e estiagens prolongadas não só na Amazônia, mas também no Cerrado e na Caatinga e uma elevação da temperatura em todo o país, causando alterações nos ecossistemas.
Para a Caatinga, é esperada uma elevação de até 4,5°C na temperatura e uma redução de até 50% da precipitação. "Essas mudanças podem desencadear o processo de desertificação", conclui o relatório. No Cerrado, para o mesmo período, estima-se um aumento de 5,5°C e uma diminuição de 45 % no volume de chuva.
Já nos Pampas, deve ocorrer um aumento de 40% na precipitação e de 3°C na temperatura até 2100. Apesar de as previsões terem sido formuladas para ao longo do século, algumas transformações no clima já podem ser percebidas atualmente.
"Nós já observamos aumento de temperatura e alteração no padrão de precipitação em várias regiões do Brasil, bem como o aumento das frequências de eventos climáticos extremos como chuvas e inundações", afirma Paulo Artaxo, coordenador do programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) sobre estudos em mudanças climáticas, que também participou do relatório.
Crise anunciada
As periferias nas grandes cidades são as regiões mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas. "O processo desordenado de ocupação gerou grande vulnerabilidade", pontua Nobre. Há algumas décadas, catástrofes provocadas por chuvas intensas, por exemplo, eram registradas a cada dez anos. Atualmente, são de dois a três episódios por ano.
Outro impacto muito sério apontado por Nobre é a tendência de haver menos água disponível na região semiárida do Nordeste. "Essa é a região semiárida mais populosa do mundo. Vai faltar água para o abastecimento humano. Agricultura vai se tornar menos provável no futuro." A região, marcada pela seca, já sofre especialmente com a falta de chuva dos últimos dois anos.
Se globalmente não houver uma rápida redução dos gases, a região da América do Sul deve ser uma das mais afetadas do mundo – a grande biodiversidade, principalmente da Amazônia, corre um sério risco. "Até 40% das espécies podem não conseguir sobreviver", comenta nobre. A equação é intangível: ainda não existem estudos que quantifiquem economicamente o que o desaparecimento de espécies significaria.
No Cerrado as chuvas devem diminuir 45%

Aumento do nível do mar
Além dessas mudanças, também já foram identificadas a elevação do nível do mar, alterações nas características das massas de água do oceano e aumento da salinidade em alguns locais.
"O nível do mar está aumentando e variações de 20 a 30 cm esperadas para o final do século 21 já devem ser atingidas, em algumas localidades, até meados do século ou até antes disso", aponta o estudo.
No Brasil, essa alteração vem sendo reportada pela comunidade científica desde o final dos anos 1980. A intensificação do processo erosivo na costa brasileira na última década é consequência, além da mudança dos padrões de ventos e ondas, também dessa elevação.
O principal vilão do aquecimento global são as emissões de gases de efeito estufa. As maiores fontes de emissão no país são o desmatamento da Amazônia – apesar das reduções significativas nos últimos anos –, o setor agropecuário, a indústria e o setor de transporte com a queima de combustíveis fósseis.
"Colcha de retalhos"
Para o coordenador do Programa de Mudanças Climáticas e Energia do WWF Brasil, Carlos Rittl, o país ainda não desenvolveu uma política integrada para enfrentar o tema. "Apesar de algum progresso nos últimos anos, a agenda climática do Brasil ainda é marginal e não integrada aos grandes planos de desenvolvimento do país,” afirma Rittl.
A organização ambiental critica a destinação dos investimentos do setor de energia: cerca de 700 bilhões de reais vão para os combustíveis fósseis, ou seja, 70% do total destinado ao setor. Desta forma, o país desperdiçaria o grande potencial das fontes renováveis de baixo impacto, como a eólica, solar, biomassa e biocombustíveis, argumenta o WWF.
Outra contradição vista pelo grupo é o investimento de mais de 107 bilhões de reais para produção agrícola e expansão agropecuária, setor que liderou o ranking de emissões do país em 2010, responsável por 35% do total. "Além de representar imensa pressão sobre as florestas nativas do país", adiciona.
Falta coerência, na opinião do WWF Brasil. Governos e instituições financeiras têm que aumentar os seus investimentos em energia renovável e sustentável e, aos poucos, devem eliminar os gastos em combustíveis fósseis. "O Brasil precisa seguir o mesmo caminho. E não é o que está acontecendo até agora,” conclui Rittl.
  • Data 10.09.2013
  • Autoria Clarissa Neher / Nádia Pontes
  • Edição Rafael Plaisant