13 de junho de 2011

Moradores de Linha Santa Cruz temem a implantação de empresa do ramo da aviação agrícola

A implantação de uma empresa do ramo da aviação agrícola com a cedência de um espaço público de 1.950m² junto ao aeroporto Luiz Beck da Silva deixou os moradores de Linha Santa cruz e arredores preocupados.
Eles temem, segundo Antelmo Paulo Stoelbenn – possíveis acidentes aéreos e ambientais que possam ocorrer com as aeronaves sobrevoando a cidade sujeitas a quedas e a vazamento de veneno dos tanques. Além disso outra preocupação é o transporte até o local dos venenos e descarte de seus resíduos que certamente irão contaminar os córregos, arroios que servem como fontes de água e abastecem a cidade através do Rio Pardinho e o Lago Dourado – explica o presidente da Associação de Moradores de Linha Santa Cruz.
Haverá um hangar onde as aeronaves serão lavadas, assim como os tanques com veneno também serão descontaminados e o medo é que essa água se dirija para o lençol freático de onde provém toda água consumida em Linha Santa Cruz, que é extraída de um poço artesiano localizado a 200 metros do local.
Na última semana, um ofício foi encaminhado por parte dos moradores à Prefeita Kelly Moraes, Coordenadoria local da Fepam, Secretarias do meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Câmara de Vereadores.
Mobilizados, os moradores marcaram para esta quarta-feira, 15, uma reunião, na escola Affonso Rabuske, a fim de discutir o assunto.
Veja  na íntegra o ofício enviado pelos moradores aos órgãos públicos e prefeitura:
Prezada Prefeita
Dentro do mais puro espírito de colaboração entre a comunidade e os órgãos públicos, a Associação dos Moradores do Bairro Linha Santa Cruz, juntamente com as lideranças de diversas entidades do bairro, vem por intermédio desde, evitar a instalação de uma empresa de aviação agrícola na área do Aeroporto Luiz Beck da Silva.
Vemos com reserva a implantação de um serviço de alta periculosidade, por tratar de uso dos mais diversos tipos de pesticidas e o constante voo de aeronaves rústicas e de pouca altitude, sujeitas a vazamentos e quedas, num bairro que já conta quatro mil moradores e está em franco crescimento, dentro do perímetro urbano da cidade de Santa Cruz, Além disso outra preocupação é o transporte até o local dos venenos e descarte de seus resíduos que certamente irão contaminar os córregos, arroios que abastecem o Rio Pardinho e o Lago Dourado. Afetando também o lençol freático de onde provém toda água consumida em Linha Santa Cruz, que é extraída de um poço artesiano localizado a 200 metros do local. Estes fatos já são motivos suficientes para justificar a preocupação dos moradores da nossa comunidade e também de comunidades vizinhas como o Jardim Europa, Renascença e também o resto da cidade.
Para qualquer informação adicional pedimos que entre em contato conosco através do e-mail amorlisc@gmail.com ou dos telefones 37132803 e 99431924 com o Presidente das AMORLISC. Na certeza de que nossa solicitação merecerá a sua habitual atenção, agradecemos antecipadamente.


Fonte: CLIC RBS
Por e-mail jornalista Lucas Nobre
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Mais sobre o tema: Teor de e-mail que recebi de Antelmo Paulo Stelbenn


Olá caro Sr Bergmann.
Recebemos um e-mail do Jornalista Lucas nobre e tomamos a liberddade de contatar com o senhor, para que, se possivel, possa nos fornecer alguma informação e nos auxiliar no que relatamos a sequir:
Estamos na luta para frear a implantação de uma empresa do ramo da aviação agrícola com a cedência de um espaço público de 1.950m² junto ao aeroporto Luiz Beck da Silva em função de possíveis acidentes aéreos e ambientais que possam ocorrer com as aeronaves sobrevoando a cidade sujeitas a quedas e a vazamento de veneno dos tanques. 
Além disso outra preocupação é o transporte até o local dos venenos e descarte de seus resíduos que certamente irão contaminar os córregos, arroios que servem como fontes de água e abastecem a cidade através do Rio Pardinho e o Lago Dourado. Haverá um hangar onde as aeronaves serão lavadas, assim como os tanques com veneno também serão descontaminados e o medo é que essa água se dirija para o lençol freático de onde provém toda água consumida em Linha Santa Cruz, que é extraída de um poço artesiano localizado a 200 metros do local.





A minha resposta ao e-mail acima:
Sr. Antelmo Paulo Stoelbenn,
Com referência à utilização do aeroporto Luiz Beck da Silva, para
atividade aero-agrícola, informo o seguinte: 1) O local é inapropriado
para esse uso, pois existem riscos  de acidentes e riscos à saúde
pública, além de grande impacto ambiental; 2) As aeronaves agrícolas,
ao passarem constantemente sobre os campos pulverizados com
agrotóxicos, ficam contaminadas por esses produtos e assim disseminam
suas moléculas por onde quer que circulem, especialmente nos locais
tipo pistas de pouso e decolagem e as suas imediações: 3) Há ainda a
questão das embalagens dos agrotóxicos e do seu manejo, mesmo que
armazenadas de forma temporária. Alguns produtos são inflamáveis.
Outros ainda muiito voláteis, o que significa que se deslocam
rapidamente no ambiente em torno. Um exemplo de agrotóxico
extremamente volátil é o princípio ativo Clomazone, herbicida
conhecido comercialmente por Gamit. Ele é aplicado em lavouras de
arroz, cana-de-açúcar, fumo, cebola entre outras. Nem as aplicações
terrestres são seguras para um produto com essas características que
dirá as aplicações aéreas. As suas moléculas se dispersam pelo ar e
atingem dezenas de quilômetros além do ponto de aplicação. Na
Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, o Clomazone está causando grande
impacto ambiental e foi solicitado o cancelamento do seu registro
junto ao MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
pela ong ASPAN de São Borja, que encaminhou expediente nesse sentido
ao Ministério Público Federal em Uruguaiana. Estranhamente ainda o
produto tem registro para uso.
Assim sendo, é procedente o movimento de voces contra essa absurda
utilização de um espaço público com atividade de alto risco. Alto
risco que só beneficia alguns grupos cuja ânsia de lucros não respeita
o bem estar, o sossego público e a segurança das comunidades. Ainda
sobre aviação agrícola, os seus arautos sempre mentiram e tentam
passar à opinião pública que se trata de uma atividade segura. É uma
tremenda mentira quando se trata pulverizar agrotóxicos perigosos. No
blog darcibergmann.blogspot.com  existem matérias com fotos que
mostram o lado nebuloso e pouco conhecido dos malefícios do uso de
agrotóxicos pela aviação agrícola.
Desejo sucesso na luta de voces que tem um profundo caráter de
proteger a saúde pública e o meio ambiente.
Atenciosamente
Darci Bergmann
Engenheiro agrônomo








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