6 de junho de 2010

PARQUE É PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE ENTRE ALEMANHA E POLÔNIA

                                           Vista do lado polonês do parque à beira do Neisse

Há 225 anos nascia o príncipe Hermann von Pückler, conhecido como explorador e pelo fato de ter dado nome a um sorvete semelhante ao tricolor napolitano. Como paisagista, criou o Parque Fürst Pückler em Bad Muskau.
Nascido em 1785, Pückler se dizia pouco confiável e volúvel. Levou uma vida bastante instável e seus contemporâneos o consideravam um aventureito e casanova.
Johann Wolfgang von Goethe foi um dos poucos admiradores de sua produção literária, reconhecendo-o como um cosmopolita de talento indiscutível. O próprio príncipe desejava tornar-se conhecido pela criação do Parque Fürst Pückler, futuro patrimônio da humanidade. "Quem tiver visto Muskau, terá enxergado minha alma", afirmava.

                                   
                                      Patrimônio cultural da humanidade

Paisagem como arte

Com 522 hectares, o jardim criado por Pückler à beira do rio Neisse foi um dos primeiros de estilo inglês da Alemanha. No lugar de cores, o príncipe pretendia compor com elementos naturais – árvores, rios e gramados – uma paisagem ideal. O projeto quase arruinou Pückler e não foi concluído.

Entretanto, as orientações do príncipe permitiram, em três décadas – de 1815 a 1845 –, a realização de parque ímpar na Europa. Desde 2004, ele é patrimônio cultural da humanidade declarado pela Unesco.


Destruída na Guerra, a Ponte Inglesa aguarda restauração A proposta foi levada conjuntamente por Alemanha e Polônia – país este ao qual pertencem dois terços da área do parque. Os dois países trataram da restauração desse monumento da cultura europeia, parcialmente danificado durante a Segunda Guerra. Também foi reerguida a ponte sobre o Neisse, cuja destruição havia separado fisicamente os lados alemão e polonês.

Visita sem fronteiras

"Pode-se dizer que o Neisse nunca foi realmente uma barreira no parque. Em 2003, Alemanha e Polônia reconstruíram a ponte que une os dois lados e, desde 2004, com o ingresso da Polônia na União Europeia, é possível atravessar o rio sem restrições", afirma Katarzyna Jagiello, funcionária do Centro Nacional de Pesquisa de Monumentos e Documentação e responsável pelo desenvolvimento turístico no lado polonês do parque.

"Já no começo dos anos 1990, [o chanceler federal] Helmut Kohl considerava que o parque deveria pertencer ao patrimônio cultural da humanidade", lembra Ute Martina Kühnel, da Fundação Parque Fürst Pückler de Bad Muskau.

O órgão estabelecido pelo estado da Saxônia é encarregado da manutenção do parque e de seus prédios. No conselho da Fundação também estão presentes representantes poloneses.

Alemanha e Polônia atuam de mãos dadas na manutenção do jardim. Em parceria, dez jovens alemães e dez poloneses desobstruem caminhos históricos e removem árvores caídas. "Eles trabalham juntos por um ano. Para se comunicar, os jovens aprendem alemão e polonês", explica Katarzyna.

Castelo restaurado: nova joia local

Há muito trabalho a ser feito. A Ponte Inglesa ainda está destruída. O castelo, que permaneceu em ruínas durante a República Democrática Alemã, vem sendo restaurado desde a metade da década de 1990 e deve ser completamente reconstruído em estilo neorrenascentista até o fim de 2013.

Falta apenas um terço da obra: a asa lateral esquerda. Com suas cores harmônicas e a rampa de acesso projetada pelo arquiteto prussiano Karl Friedrich Schinkel, o castelo se integra à bela paisagem do parque.


Passeio de carrinho pelo parque e pela exposição. A sala em que Pückler escreveu, em 1834, sua obra Andeutungen über Landschaftsgärtnerei (Divagações sobre a jardinagem paisagístisca) foi detalhadamente reconstruída e abriga uma grande exposição comemorativa ao 225º aniversário do príncipe.

Seus organizadores viram-se diante do desafio de apresentar a complexa obra e a personalidade multifacetada de Pückler de maneira adequada e interessante, o que se reflete no nome escolhido para a mostra: "Pückler? Simplesmente incompreensível".

Autor: Daniel Scheschkewitz (lpf)
Revisão: Simone Lopes
Fonte:
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5651803,00.html


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