6 de janeiro de 2010

O clima mudou! E nós?




Passada a tempestade vem a reconstrução. Pessoalmente tive prejuízos com a queda de várias árvores na cidade. Já no meu sítio, entre árvores nativas e exóticas, foram mais de quatrocentos exemplares arrancados ou prejudicados. No entanto, o problema maior agora reside em recompor a arborização urbana de São Borja, bastante afetada com a perda de milhares de árvores. Embora as ruas estreitas, nos terrenos a arborização era até boa, com diversas espécies nativas. Fruto de um trabalho que começou principalmente em 1977, com a campanha Plante Uma Vida, Plante Uma Árvore, quando iniciei o plantio em ruas e áreas particulares. Até um viveiro de mudas foi montado. Com tristeza, percebi que muitas árvores foram danificadas pelo vendaval. Algumas poderiam ter se salvado se o corte de raízes não fosse prática de algumas pessoas que procederam reforma nas calçadas. Outros, com medo de que as árvores mais altas pudessem atingir as suas casas, em novos vendavais, aproveitaram para cortar árvores frondosas, pois a prefeitura não tinha como fiscalizar. A lição que fica é que toda a arborização urbana deverá ser repensada. Espécies de pequeno porte deverão ser plantadas sob a rede elétrica nas vias públicas. Os terrenos, antes espaçosos, agora convivem com os novos prédios que se erguem por todo o lado. Esta é a realidade. A população humana aumenta e os espaços urbanos ficam reduzidos. Para ampliá-los, as cidades se alastram, engolindo as áreas verdes e com isso os problemas ambientais tendem a crescer numa exponencial sem fim.
A mudança no clima tem relação com o crescimento ilimitado da espécie humana que modelou uma civilização extremamente predatória de recursos naturais. Os sinais de alerta estão por todos os lados. Só culpar os governantes não resolve. Eles são o reflexo da nossa sociedade consumista e esbanjadora. As mudanças de comportamento que os novos tempos exigem já estão em curso. Mas é preciso ir além do discurso vazio.

Um comentário:

Melissa Bergmann disse...

Os vendavais que assolaram São Borja também foram lastimáveis em muitos outros municípios.Em Santo Cristo e Três de Maio, por exemplo, além de casas destelhadas e postes de luz caídos ao chão, o "patrimônio verde" ficou comprometido. Árvores enormes foram tombadas pela tempestade e muitas outras tiveram galhos quebrados. Após esses vendavais, muitas pessoas procuram as prefeituras e os órgãos ambientais para retirada de árvores que possam apresentar risco de queda ou danos próximos às residências e locais públicos. Deve-se ter, porém, cautela na retirada dessas árvores para não prejudicar ainda mais a arborização das cidades.